Tecnologia

15 fatos reveladores sobre os negócios na internet móvel

Mary Meeker, uma veterana de Wall Street, apresenta dados reveladores sobre a internet móvel e analisa o futuro dos negócios na telinha do smartphone

Smartphones ainda são pouco lucrativos para as empresas da internet, mas isso deve mudar com o tempo (Reprodução)

Smartphones ainda são pouco lucrativos para as empresas da internet, mas isso deve mudar com o tempo (Reprodução)

Maurício Grego

Maurício Grego

Publicado em 30 de maio de 2012 às 17h30.

São Paulo — Falando no evento D: All Things Digital, na Califórnia, Mary Meeker, uma veterana de Wall Street, apresentou uma ampla coleção de informações sobre o rápido crescimento da internet. Ela também analisa a dificuldade que as empresas de mídia têm em ganhar dinheiro nas plataformas móveis. Sua conclusão é positiva: com o tempo, a mobilidade deve virar um bom negócio também para as empresas da internet. 

Mary trabalhou em instituições financeiras como Merrill Lynch, Salomon Brothers e Morgan Stanley. Hoje, ela atua na Kleiner Perkins Caufield & Byers. Veja quinze coisas que ela disse em sua palestra (as imagens usadas na apresentação estão no final do texto).

1 O Brasil é o sétimo em 3G

O Brasil é o sétimo país com mais usuários de internet móvel. 41 milhões de brasileiros têm acesso à rede via 3G. Os Estados Unidos lideram o ranking com 208 milhões, seguidos pelo Japão, com 122 milhões, e pela China, com 57 milhões. Já entre os países com maior crescimento da internet móvel, o Brasil é o terceiro. O número de usuários quase dobrou no último ano no país. À frente estão Índia, com crescimento de 841%, e China, onde a base de usuários aumentou 115%.

2 O iPad se espalha, mas o Android é mais rápido

O crescimento das vendas do iPad é três vezes mais veloz que o do iPhone. Depois do seu lançamento, em 2007, o iPhone demorou dois anos para chegar a 20 milhões de unidades vendidas. O iPad atingiu essa marca na metade do tempo e suas vendas continuaram se acelerando depois. O aumento nas vendas de smartphones com o sistema Android, do Google, é quatro vezes mais veloz que o do iPhone. Se essa tendência continuar, em 2013, as vendas de aparelhos com Android serão cerca de 4,5 vezes as do iPhone.

3 Smartphones são só 16% dos celulares

Apesar da enorme rapidez com que os smartphones se alastram, eles ainda são só 16% dos celulares. Há um enorme potencial de crescimento pela frente.


4 Os tablets se popularizam

Nos países ricos, os tablets se espalham rapidamente. Nos Estados Unidos, por exemplo, a parcela da população que possui um tablet ou um e-reader saltou de 2% para 29% em menos de três anos. 

5 O tráfego móvel aumenta

O tráfego de dados gerado por dispositivos móveis na internet corresponde a 10% do total. Três anos atrás, era menos de 1%.

6 O comércio móvel já é expressivo

Nos Estados Unidos, o comércio móvel cresceu, nos últimos dois anos, de 2% para 8% do total negociado na internet. Apesar de uma leve queda nos últimos meses, a tendência mais ampla é de aceleração no crescimento.

7 Apps ganham da publicidade

A venda de aplicativos é a origem de dois terços da receita das empresas que produzem conteúdo para a internet móvel. Um terço vem da publicidade. Em 2011, essas duas fontes de receita geraram, juntas, 12 bilhões de dólares no mundo. É 17 vezes o valor registrado em 2008, o que sinaliza um crescimento anual de 153%. 

8 A receita ainda não seguiu a audiência

O tempo que as pessoas passam na internet cresceu mais que a receita publicitária. Nos Estados Unidos, as pessoas dedicam à internet convencional (em computadores) 26% do tempo gasto em mídia. A web só perde para a TV, que tem 43%. No entanto, a receita publicitária na web corresponde a apenas 22% do total. Já a internet móvel, que absorve 10% do tempo das pessoas, recebe apenas 1% da verba publicitária. Mary Meeker vê, aí, uma oportunidade para crescimento da publicidade móvel. 


9 Anúncios móveis ainda são baratos

Em média, o preço de um anúncio móvel é cinco vezes menor que o de um anúncio na web convencional. Assim, empresas que dependem da publicidade online, como Google e Facebook, podem sair perdendo, num primeiro momento, com o crescimento da internet móvel. Mary Meeker cita outra métrica que mostra a dificuldade, ao menos temporária, em ganhar dinheiro na internet móvel. Dependendo da empresa considerada, a receita média por usuário é entre 1,7 vezes e 5 vezes menor na internet móvel que na web convencional.

10 O Google sente o impacto

Dados do Google indicam que o número de cliques em anúncios online cresceu 39% no último ano. Parte desse crescimento deve-se ao avanço da internet móvel. Mas esse mesmo avanço contribuiu para reduzir em 12% o preço médio por clique. Isso fez com que o aumento da receita fosse de apenas 23%.

11 A situação pode melhorar rapidamente

A boa notícia é que casos de países onde a internet móvel já está mais madura, como o Japão, mostram que a receita nesse meio pode crescer rapidamente. A GREE, empresa japonesa que desenvolve jogos para celulares, por exemplo, viu sua receita média por usuário saltar de 7 para 24 dólares em dois anos.Outra produtora de games japonesa, a CyberAgent, já tem mais receita média por usuário em plataformas móveis que na web convencional.

12 Os anúncios seguem o olhar

Mary Meeker conclui sua análise dizendo que a história mostra que os anúncios seguem o olhar do consumidor. Para ela, como a internet móvel cresce rapidamente, é só uma questão de tempo até que a receita gerada nela também aumente.


Veja as imagens usadas na apresentação de Mary Meeker no evento D: All Things Digital.

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