Internet Explorer: navegador teve a liderança do mercado durante muitos anos, mas perdeu o posto para o Chrome (ieteam/Flickr)
Lucas Agrela
Publicado em 13 de janeiro de 2016 às 12h27.
São Paulo – A Microsoft acabou com grande parte das versões do seu navegador Internet Explorer nesta semana. O suporte para todas as edições, exceto para a última, a 11, foi encerrado e não serão mais lançadas atualizações de segurança para esses programas.
Conhecido por seus problemas de usabilidade, o navegador da Microsoft não teve somente histórias de fracasso ao longo de sua existência, chegando até mesmo a ser inovador e líder de mercado durante muitos anos.
Agora, com apenas uma versão no ar, o programa será substituído pelo Microsoft Edge, que já vem no novo Windows 10 e pode interpretar páginas web da mesma maneira que o seu antecessor, além de ter recursos mais modernos.
Confira a seguir alguns importantes capítulos da história do Internet Explorer desde quanto começou a ser um produto importante, em 1996.
Em sua terceira edição, o navegador da Microsoft passou a usar a linguagem de desenvolvimento web CSS, popular até os dias de hoje. Ela é responsável pela apresentação de documentos escritos em linguagens como HTML e XML. Ou seja, o visual de uma página web, em muitos casos, fica por conta do CSS.
Essa edição do browser também introduziu os controles ActiveX, ainda usado por aplicações empresariais.
O Internet Explorer 4 também trouxe coisas interessantes para melhorar a experiência de navegação na web. A principal foi o suporte para o HTML dinâmico, que permitia mudar páginas utilizando a linguagem JavaScript. Com isso, não é necessária uma nova troca de dados com o servidor, tudo acontece no computador do usuário, dessa forma, agilizando o processo de realização de mudanças nos sites acessados.
A quinta edição do Internet Explorer foi quando a Microsoft trouxe para muitos usuários de PCs o Ajax, um acrônimo para Javascript Assíncrono e XML. Isso permite, entre outras coisas, mudar elementos sem precisar recarregar toda a página na qual você navega – isso graças à troca de dados com o servidor de maneira assíncrona.
Após o lançamento do Internet Explorer 6, refinado com melhorias de usabilidade, a Microsoft atingiu, em 2003, 95% de market share de navegadores ativos. Isso, em parte, acontece porque a empresa colocava o browser como padrão nos computadores vendidos com sistema Windows, o que rendeu um processo histórico para a Microsoft.
Após atingir a liderança disparada, o Internet Explorer passou a inovar menos, apresentando poucos recursos tão importantes quanto no passado. Com isso, o navegador começou a perder alguns dos usuários que entendiam mais sobre informática e conheciam outras opções. Em 2010, a parcela de mercado do IE no segmento de navegadores era de 59,9%.
Como principal navegador no mundo, o IE passou a ser constantemente alvo de hackers, que poderiam atingir uma grande base de internautas quando encontrassem uma maneira de explorar uma vulnerabilidade no software.
A velocidade das correções de bugs, mais do que as atualizações de segurança, diminuiu, o que gerava frustração por parte dos usuários. Até pouco tempo atrás, por exemplo, o código abaixo poderia travar o IE6:
for(x in document.write){document.write(x);}
Outra questão que merece menção é que o IE não obedecia a padrões adotados por outros navegadores e estabelecidos pelo World Wide Web Consortium. Com isso, as páginas web apareciam de maneira diferente em navegadores concorrentes, o que dava dor de cabeça a desenvolvedores.
Em 2004, a versão 1.0 do navegador Mozilla Firefox chegou com um sistema de abas funcional e começou a ganhar popularidade. Pouco depois, as extensões de navegador, chamadas pela Mozilla de add-ons, começaram a ganhar popularidade.
O software também se apresentou como uma opção um pouco mais segura do que o IE, tanto por ter sua base de usuários menor, quanto por ser um programa de código aberto que contava com o apoio da comunidade de desenvolvedores parceiros da instituição.
Em dezembro de 2010, o Firefox já era uma ameaça ao IE, com 30,76% de parcela de mercado.
Mesmo com o gradual aumento da velocidade de conexão e o amadurecimento do uso da internet, com o surgimento de redes sociais, sites de vídeos e de notícias, o Internet Explorer só possibilitou a organização de abas em sua sétima versão, em 2006.
O Internet Explorer 8 foi o responsável por trazer o modo de navegação privada, que permite acessar sites sem armazenar dados de histórico no seu computador. Fora isso, ele também passou a interpretar melhor páginas com CSS2. Foi nessa versão também que o filtro contra phishing passou a se chamar SmartScreen e tornou-se mais robusto para evitar que o internauta tivesse seus dados roubados.
Quando o Google entrou de cabeça no mercado de navegadores de internet, uma série de usuários adotou sua opção. Em dezembro de 2010, o Chrome tinha 14,85% do mercado, enquanto o IE estava com 46,94%. A ultrapassagem foi realizada pelo browser do navegador do Google aconteceu em 2012 – deixando para trás também o concorrente da Mozilla.
Com o lançamento do Windows 10, a Microsoft substituiu o Internet Explorer, após várias tentativas de melhorar a imagem do produto com campanhas de marketing. Agora, o navegador instalado no sistema da empresa é o chamado Microsoft Edge, que oferece recursos diferentes e um visual mais moderno – além de ter tido o código reescrtrito.
A Microsoft caminha agora a passos largos para finalizar o suporte ao Internet Explorer como um todo – ficando somente com versões corporativas no ar. Nesta semana, a empresa abandonou três integrantes dessa família de browser, mantendo somente atualizações de segurança e melhorias para o IE 11, última versão do programa. O navegador que ajudou a construir a internet como a conhecemos hoje ainda não tem data de expiração. Mas isso não deve demorar.