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10% da população pode sofrer por mudanças climáticas em 2100

Washington - Mais de 10% da população mundial poderá ser seriamente afetada em 2100 pelas consequências da mudanças climáticas, advertiu um estudo internacional publicado...

aquecimento global (©afp.com / Orlando Sierra)

aquecimento global (©afp.com / Orlando Sierra)

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Da Redação

Publicado em 3 de setembro de 2013 às 13h28.

Washington - Mais de 10% da população mundial poderá ser seriamente afetada em 2100 pelas consequências da mudanças climáticas, advertiu um estudo internacional publicado nesta segunda-feira, que identifica os "pontos quentes" mais afetados em todo o mundo.

Esses "pontos quentes" são definidos como aqueles nos quais pelo menos dois dos aspectos-chave para a vida humana - plantações, acesso à água, ecossistemas e saúde - serão afetados pelo aquecimento global, se não forem reduzidas as emissões de gases causadores do efeito estufa e se a temperatura aumentar uma média de 4°C em relação ao período 1980-2010.

Esses locais são especialmente numerosos no sul da Amazônia, com "mudanças importantes" nas condições de acesso à água potável, aos cultivos e aos ecossistemas, destacou o estudo publicado na Atas da Academia Nacional de Ciências (PNAS, na sigla em inglês), uma revista científica americana.

A segunda região mais afetada é o sul da Europa, devido à maior dificuldade de acesso à água e às más colheitas, de acordo com a pesquisa dirigida por Franziska Piontek, do Instituto para a Investigação sobre o Impacto do Clima em Potsdam, na Alemanha.

"As consequências das mudanças climáticas em diferentes aspectos cruciais podem interagir entre si e multiplicar a pressão gerada nos hábitats das populações nas regiões afetadas", explicou Piontek.

Esses efeitos começam a ser observados com um aumento de 3°C da temperatura em comparação à média do intervalo 1980-2010. Com um aumento de 4°C, 11% da população mundial seria gravemente impactada, completou o estudo.

Outros "pontos quentes" do mundo estariam na América Central e nas regiões tropicais da África e as terras altas da Etiópia. Algumas partes do sul da Ásia também sofreriam devido às más colheitas, ao difícil acesso à água e a mudanças nos ecossistemas.

"O que hoje se considera uma situação extrema pode chegar a ser normal", advertiu Qiuhong Tang, da Academia de Ciências da China.

Porém, nenhuma região do mundo seria afetada ao mesmo tempo nos quatro setores-chave avaliados, em função do modelo usado para este tipo de trabalho.

Segundo esses modelos, grande parte da África não está entre os "pontos quentes" destacados. Os autores do estudo apontam, contudo, que provavelmente essa parte apareceria se as secas, ou as inundações, fossem consideradas entre os parâmetros analisados.

Este estudo utiliza modelos matemáticos para projetar como o aquecimento global vai mudar a vida da população de todo o planeta. Ele contou com a participação de pesquisadores de Estados Unidos, China, Europa e Japão.

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