Tecnologia

10 coisas que você pode fazer para não ser manipulado pelas redes sociais

Especialistas que aparecem no documentário da Netflix "O Dilema das Redes" dão dicas sobre como reduzir o uso de seu telefone e a tecnologia viciante

"O Dilema das Redes": documentário da Netflix aponta para um quadro alarmante e preocupante da expansão do quão viciante uma rede social pode ser (Netflix/Divulgação)

"O Dilema das Redes": documentário da Netflix aponta para um quadro alarmante e preocupante da expansão do quão viciante uma rede social pode ser (Netflix/Divulgação)

Mariana Martucci

Mariana Martucci

Publicado em 28 de novembro de 2020 às 13h30.

Especialistas do mundo todo já discutem há anos como criamos e desenvolvemos nosso vício pelas redes sociais, e como ele aumenta a cada ano. Um novo documentário da Netflixchamado "O Dilema das Redes" aponta para um quadro alarmante e preocupante da expansão desse vício, e qual o papel das empresas de tecnologia neste processo.

O documentário explora diferentes aspectos e efeitos da internet, incluindo a lucrativa economia da atenção do usuário, os algoritmos de recomendação, a desinformação, a polarização política e muito mais.

O filme traz o ex-especialista em ética de design do Google e presidente do Center For Humane Technology, Tristan Harris, o cientista da computação Jaron Lanier, o autor Shoshana Zuboff, o ex-diretor de monetização do Facebook Tim Kendall, a cientista de dados e autora Cathy O'Neil, cofundadora da Asana e o ex-líder de engenharia do Facebook, Justin Rosenstein, o primeiro investidor do Facebook Roger McNamee e muitos outros.

Depois de assistir "O Dilme das Redes", é possível que você queira jogar seu celular longe. Mas não se preocupe: os últimos cinco minutos do documentário são, na verdade, um momento de reflexão dos especialistas sobre como você pode limitar o quanto você usa seu telefone e a tecnologia viciante que existe nele.

O site americano Business Insider reuniu algumas das principais dicas. Confira:

1. Não clique em vídeos ou publicações que são recomendados para você

Algoritmos de recomendação se tornaram a "arma secreta" das plataformas de tecnologia. São eles que mantêm os usuários engajados nos aplicativos, enfileirando o conteúdo relacionado para quando você terminar de ler uma postagem ou assistir a um vídeo.

O autor e cientista da computação Jaron Lanier, que ficou conhecido como o pai fundador da realidade virtual, disse que, em vez de deixar que os algoritmos te guiem, é melhor procurar o próximo vídeo que você deseja assistir. “Escolha sempre”, afirma Lanier no documentário. "Essa é uma maneira de lutar."

2. Instale uma extensão do navegador que pode desfazer recomendações em plataformas

Há uma série de extensões disponíveis, como uma que bloqueia vídeos recomendados e comentários no YouTube. No documentário, o entrevistador conta que o ex-engenheiro do YouTube Guillaume Chaslot está tentando desfazer algo que ajudou a criar: o algoritmo de recomendação do YouTube.

3. Desative as notificações em aplicativos que não estão enviando informações importantes

Esta é uma boa maneira de estabelecer limites entre você e as redes sociais.

4. Desinstale aplicativos que você não usa ou que acha que estão tomando seu tempo.

Justin Rosenstein, ex-engenheiro do Facebook, disse que faz isso com mídias sociais e aplicativos de notícias.

5. Não use o Google: procure um mecanismo de busca alternativo.

Chaslot afirmou que usa o Qwant, pois "não armazena seu histórico de pesquisa".

Meios de comunicação franceses processarão o Google

(Arquivo) Essa decisão do Google, anunciada há um mês, provocou a ira da imprensa e do governo franceses (AFP/AFP)

6. Antes de compartilhar um conteúdo online, "verifique os fatos, considere a fonte e faça uma busca "extra"

Renee DiResta, gerente de pesquisa do Stanford Internet Observatory, disse que se algo parece estar apenas tentando "mexer com suas emoções", aquele conteúdo pode conter informações falsas. Essa dica tem um peso ainda maior em tempos eleitorais, à medida que as empresas de tecnologia lutam para policiar a desinformação em suas plataformas.

7. Não caia em "clickbaites"

Quando você acessa um "clickbait" — ou "isca cliques" — você acaba alimentando um sistema falho, de acordo com Rosenstein. Os editores de notícias foram forçados a se adaptar aos algoritmos dessas plataformas de tecnologia, mudando os tipos de histórias que eles veiculam com base no que atrai mais atenção online, afirmou.

8. Siga as pessoas nas redes sociais com as quais você não concorda

Alguns especialistas dizem que a mídia social exacerbou a polarização política, outro efeito colateral adverso causado pelas plataformas de tecnologia, de acordo com o documentário.

Outra escola de pensamento é que, embora os sites de mídia social possam estar polarizando, a culpa não é inteiramente deles: a política já está politizada há algum tempo, seja no Brasil ou nos EUA.

Ao contrário do conselho da cientista de dados Cathy O'Neil, um estudo de 2018 forneceu evidências de que seguir aqueles com pontos de vista opostos pode realmente aumentar a polarização política, embora o estudo tenha algumas limitações.

9. Deixe todos os seus dispositivos fora do quarto em um horário fixo

Jonathan Haidt, professor na Universidade de Nova York, apresentou essa dica como uma forma de as famílias estabelecerem limites para o uso do telefone em casa. Ele sugeriu que, em um horário determinado, você deixe o telefone em outro lugar da casa.

10. Excluir sua conta de mídia social pode levar ao progresso

Lainer reconheceu que seria irreal esperar que todos fizessem isso, mas avisou que com apenas algumas pessoas excluindo suas contas e se libertando dos "mecanismos de manipulação", isso já ajudaria  a iniciar um diálogo social sobre o assunto.

yt thumbnail
Acompanhe tudo sobre:FacebookInstagramNetflixRedes sociaisWhatsApp

Mais de Tecnologia

Gigantes das redes sociais lucram com ampla vigilância dos usuários, aponta FTC

Satélites da SpaceX estão causando interferência nos equipamentos de pesquisadores, diz instituto

Desempenho do iPhone 16 chama atenção e consumidores preferem modelo básico em comparação ao Pro

iPhone 16 chega às lojas – mas os recursos de inteligência artificial da Apple, não