Revista Exame

A empreendedora que fatura R$ 500 mil vendendo doces brasileiros nos EUA

Depois de perder o emprego na pandemia, a amazonense Ludmila Azevedo montou a Amazontella, uma revenda de doces da Amazônia nos Estados Unidos

Ludmila Azevedo, da Amazontella: jeito fitness brasileiro como estratégia. (Divulgação/Divulgação)

Ludmila Azevedo, da Amazontella: jeito fitness brasileiro como estratégia. (Divulgação/Divulgação)

Moradora de Boston, a amazonense Ludmila Azevedo sofreu as consequências econômicas da pandemia. Ela perdeu o emprego num restaurante por causa da quarentena. Como fonte de renda, em 2020 ela fundou a Amazontella, uma marca de doces e cremes à la Nutella, mas com cupuaçu e castanha-do-pará entre os ingredientes.

A ambição de Azevedo é convencer os americanos a apreciar iguarias típicas do Brasil com alguma pegada fitness. “Percebi que os jovens estão preocupados com a saúde e com o impacto do consumo no meio ambiente. Com isso, falar da Amazônia e de consumo com propósito era ainda mais relevante”, diz.

O negócio saiu do papel depois de superar entraves em duas frentes. Com as fronteiras fechadas no meio da crise sanitária, importar os ingredientes brasileiros não foi tarefa fácil. A saída foi criar, à distância, uma rede de fornecedores locais na Amazônia capazes de despachar os doces e cremes para serem embalados nos Estados Unidos. Na outra ponta, a do cliente, Azevedo investiu na contratação de influenciadoras para difundir o consumo dos frutos da Amazônia entre os americanos.

Nessas horas, ter uma prática ambiental responsável ajudou. Hoje, a Amazontella vende nos Estados Unidos e no Canadá com o discurso de reduzir ao máximo os impactos socioambientais da operação. Para isso, Azevedo aboliu os plásticos das embalagens e procura fomentar pequenos produtores, além de enviar 5% do lucro para uma comunidade indígena no município amazonense de Urucará. “Para marcas novas, é essencial criar valor, conectar os consumidores em torno de propósito.”

Nos planos de Azevedo está montar um modelo de revenda dos produtos da Amazontella entre mulheres brasileiras imigrantes nos Estados Unidos em busca de uma renda extra. Segundo ela, metade da clientela são brasileiros tentando a vida nos Estados Unidos. “Meu desejo é ver empreendedoras crescerem comigo”, diz. A Amazontella deverá faturar pouco mais de meio milhão de reais neste ano, o dobro de 2021.


(Publicidade/Exame)

Acompanhe tudo sobre:Boston (Massachusetts)comida-e-bebidaDocesempreendedorismo-femininoMulheres

Mais de Revista Exame

Borgonha 2024: a safra mais desafiadora e inesquecível da década

Maior mercado do Brasil, São Paulo mostra resiliência com alta renda e vislumbra retomada do centro

Entre luxo e baixa renda, classe média perde espaço no mercado imobiliário

A super onda do imóvel popular: como o MCMV vem impulsionando as construtoras de baixa renda