Revista Exame

Investimentos na adega: como iniciar na jornada de vinhos?

Rótulos de excelência chegam a valorizar 50% ao ano. O segredo é escolher a safra e calcular um prazo de retorno de pelo menos cinco anos

Comprando em boas oportunidades, as safras mais maduras também garantem bom retorno. (Catarina Bessell/Exame)

Comprando em boas oportunidades, as safras mais maduras também garantem bom retorno. (Catarina Bessell/Exame)

Ivan Padilla

Ivan Padilla

Publicado em 22 de julho de 2022 às 06h00.

Historicamente, vinho é um excelente investimento, dado o fato de que grandes rótulos representam 0,1% do total da produção do mundo. Isso gera escassez e procura por safras antigas, que, bem guardadas, têm uma valorização média de 10% a 12% ao ano, podendo chegar a bem mais quando atingem altas pontuações pelos grandes críticos. Para ter uma ideia, nos últimos 15 anos os vinhos da Borgonha tiveram um retorno de mais de 600%, enquanto no mesmo período o mercado de ações europeu registrou retorno de cerca de 370%.

Mas como iniciar essa jornada? O importante é saber o tamanho do investimento a ser feito para mapear o tipo de vinho que se pretende adquirir e calcular um prazo de pelo menos cinco anos para cumprir um ciclo completo do mercado. Outro dado relevante é a questão da armazenagem, já que o vinho não pode sofrer mudanças bruscas de temperatura nem de claridade. Procurar um bom parceiro que ofereça segurança e curadoria para a compra é essencial, fora o fato de que canais de comercialização de vinhos de alta gama sabem quais rótulos mais valorizam.

Safras jovens dos grandes vinhos de ­Bordeaux e da Borgonha, principalmente, dão maior retorno e, claro, em menor escala. Comprando em boas oportunidades, as safras mais maduras também garantem bom retorno. Além desses, costumam ser bons investimentos os super Toscanos e alguns americanos mais exclusivos.

Quando comprado no momento exato e com tempo para a valorização almejada, um grande vinho não tem hora certa para ser vendido. A tendência é ele valorizar sempre e, como atinge o ápice de 20 a 30 anos após sua produção, o tempo está a favor do investidor. O ideal é colocar um objetivo para o investimento e pôr o vinho à venda quando o objetivo for atingido. Na hora de vender é importante contar novamente com um bom parceiro, com credibilidade e conhecimento do mercado para auxiliar da melhor maneira na negociação, com segurança e tranquilidade tanto para quem compra quanto para quem vende.

Um vinho emblemático com uma valorização bem acima da média é o DRC Romanee Conti safra 2005. O rótulo recebeu 99 pontos do crítico Robert Parker, 99+ pontos da Burghound e 100 pontos da Vinous. Considerando os preços da Wine-Sear­cher no mercado mundial, essa safra valorizou 52% ao ano, levando em conta os últimos cinco anos.

Vinho é um daqueles poucos produtos que dificilmente desvalorizam, a exemplo de obras de arte e bens duráveis. Ele pode até custar o preço de um carro zero-quilômetro. Mas, ao deixar a concessionária, o veículo já está valendo entre 10% e 15% menos. Com o vinho se dá justamente o contrário.  

(Divulgação/Divulgação)

 

Conheça a newsletter da EXAME Casual, uma seleção de conteúdos para você aproveitar seu tempo livre com qualidade.

Acompanhe tudo sobre:BebidasVinhos

Mais de Revista Exame

"Somos uma marca alemã, isso define quem somos", diz CEO da Rimowa

Forte captação em crédito reduz potencial de retorno e desafia gestoras em busca por ativos

Elas já estão entre nós

Desafios e oportunidades