Revista Exame

Vinhos da Faria Lima: conheça os empresários que investem em vinícolas no Brasil e no exterior

Empresários e executivos do mercado financeiro investem na produção de vinhos na Europa e no Brasil

Rubens Menin e Cristiano Gomes: estratégia do grupo foi investir em vinhas e terras abandonadas em Portugal (Divulgação/Divulgação)

Rubens Menin e Cristiano Gomes: estratégia do grupo foi investir em vinhas e terras abandonadas em Portugal (Divulgação/Divulgação)

Gilson Garrett Jr.
Gilson Garrett Jr.

Repórter de Lifestyle

Publicado em 22 de março de 2024 às 06h00.

Última atualização em 27 de março de 2024 às 18h15.

Assim como no mercado financeiro, em que empresários e executivos buscam avaliar riscos, diversificar investimentos e identificar oportunidades, a produção de vinho demanda uma combinação única de visão analítica, paciência e ousadia. Tanto na Europa quanto no Brasil, essa conexão entre o mundo dos negócios e a cultura do vinho está se tornando cada vez mais frequente e começa a atrair empresários da Faria Lima, avenida paulistana que concentra escritórios de bancos de investimento.

Cristiano Gomes, que passou décadas em grandes bancos, é um deles. O executivo deixou o mercado financeiro e se tornou sócio de  Rubens Menin, fundador da CNN Brasil, do Banco Inter e presidente do conselho de administração da MRV, na Menin Wine Company que tem os principais vinhedos na região do Douro, em Portugal.

Mas, quando ele chegou à Europa, a situação por lá não era muito animadora. “Algumas vinhas estavam abandonadas havia mais de 20 anos, com 30% delas mortas. Mas um consultor que contratamos nos disse que, se déssemos atenção às uvas, poderíamos tirar grandes tesouros”, conta. Depois da fase de terra arrasada, hoje a vinícola tem uma produção de 240.000 litros por ano, com 20 vinhos no portfólio, e rótulos que podem custar 1.900 reais.

Outro empresário que investiu no mundo dos vinhos foi André Esteves, chairman do BTG Pactual (do mesmo grupo de controle da EXAME), na vinícola Argiano, na região da Toscana, na Itália. Com um grupo de investidores, Esteves adquiriu a propriedade em 2013 e implementou mudanças significativas na produção da vinícola. O resultado foi o reconhecimento internacional. Para ficar em um exemplo, o rótulo Argiano Brunello di Montalcino 2018 foi eleito o melhor vinho do mundo em 2023 pela revista Wine Spectator, uma das mais importantes do segmento.

Também receberam prêmios internacionais os rótulos da vinícola Ferreira, na Serra da Mantiqueira, na divisa entre São Paulo e Minas Gerais.

A propriedade é do empresário Dormovil Ferreira, que atua no ramo de tecnologia, atendendo boa parte das empresas sediadas no condado. Quem também uniu hobby com negócio foi Pedro Testa, um dos principais advogados de transações da Faria Lima. Em 2017 ele criou a Casa Tés, no Vale da Grama, no interior de São Paulo. A vinícola produz cinco tipos de uvas em sete hectares de propriedade. Essas experiências demonstram não apenas visão analítica e ousadia mas também uma paixão compartilhada pela cultura e tradição do vinho. A relação entre o mercado financeiro e a produção vitivinícola tem se mostrado um terroir promissor. 

Acompanhe tudo sobre:1261Vinhosbebidas-alcoolicasCEOsEmpresários

Mais de Revista Exame

Borgonha 2024: a safra mais desafiadora e inesquecível da década

Maior mercado do Brasil, São Paulo mostra resiliência com alta renda e vislumbra retomada do centro

Entre luxo e baixa renda, classe média perde espaço no mercado imobiliário

A super onda do imóvel popular: como o MCMV vem impulsionando as construtoras de baixa renda