Revista Exame

Lançamentos no cinema nacional miram Oscar 2025; confira as novidades culturais em setembro

Temporadas de premiações em Cannes e Veneza destacam produções brasileiras de qualidade

Ainda Estou Aqui: longa de Walter Salles com Fernanda Torres e Selton Mello foi aplaudido por 11 minutos em Veneza (Globoplay/ARTE France/Sony Pictures/Divulgação)

Ainda Estou Aqui: longa de Walter Salles com Fernanda Torres e Selton Mello foi aplaudido por 11 minutos em Veneza (Globoplay/ARTE France/Sony Pictures/Divulgação)

Publicado em 18 de setembro de 2024 às 06h00.

Tudo sobreCultura
Saiba mais

Um romance dentro de um motel de beira de estrada, a história da família de Rubens Paiva no regime militar, o sequestro de um avião para matar o presidente Sarney. Em 2024, o cinema brasileiro tem feito barulho nos prêmios mais importantes da sétima arte. Motel Destino, de Karim Aïnouz, gerou debate no 77o Festival Internacional de Cinema de Cannes. No Festival de Cinema de Veneza, Ainda Estou Aqui, de Walter Salles, com Fernanda Torres e Selton Mello, recebeu 11 minutos de aplausos. A atriz passou a ser cotada para a corrida do Oscar de Melhor Atriz pela imprensa internacional, e o longa, para a categoria de Melhor Filme Internacional.

A Academia Brasileira de Cinema divulgou no começo de setembro a pré-lista dos filmes aptos a concorrer ao Oscar na categoria de Melhor Filme Internacional. Motel Destino e Ainda Estou Aqui foram incluídos, ao lado de O Sequestro do Voo 375, thriller baseado em uma história real sobre o sequestro de um avião que muda o itinerário para colidir com a Praça dos Três Poderes, em Brasília, além de outros nove títulos. A decisão final para a vaga do Brasil na categoria da premiação será divulgada no dia 23 de setembro.

A ascensão da indústria nacional de cinema não tem se destacado apenas nas premiações de 2024. Nas redes sociais, em especial no TikTok, as produções brasileiras têm sido cada vez mais recomendadas pelos criadores de conteúdo. E não estamos falando apenas de títulos tradicionais, como Central do Brasil, Tropa de Elite, O Auto da Compadecida e Cidade de Deus. As edições de cenas dos filmes na rede social chinesa e os vídeos listados com as tags #TikTokMeFezAssistir e #CinemaBrasileiro acumulam mais de 20.000 publicações e milhões de visualizações.

Nos cinemas, que ainda não conseguiram se recuperar completamente da ressaca deixada pela pandemia no Brasil, os primeiros sinais de mudança começam a aparecer. Em parceria com grandes estúdios, os filmes brasileiros lançados em 2024 estão, aos poucos, crescendo em bilheteria. A aposta da indústria nacional agora recai no novo longa de Walter Salles, que tem recebido muitos elogios pelos veículos especializados. O filme é uma coprodução entre Globoplay e Conspiração com a Arte France. Será distribuído pela Sony Pictures, mas ainda não tem data de estreia no Brasil.

Se conseguir chegar ao Oscar de 2025, Ainda Estou Aqui será o primeiro filme a disputar o prêmio desde 1999. O último título indicado na categoria de Melhor Filme Internacional foi Central do Brasil, também de Walter ­Salles, com Fernanda Montenegro, mãe de Fernanda Torres. Vale lembrar que, em 1999, Fernanda Montenegro perdeu a estatueta para Gwyneth Paltrow. Uma premiação agora ao novo longa de Walter Salles e à própria Fernanda Torres seria um reconhecimento amplo à força do cinema brasileiro.


FILME

Lobos não tão solitários

Lobos | Com direção de Jon Watts | Disponível em 20 de setembro na Apple TV+ (Apple TV+/Divulgação)

Depois de dividir cenas na trilogia de Onze Homens e Um Segredo, George Clooney e Brad Pitt se unem para a comédia de ação Lobos. Clooney interpreta um profissional contratado para encobrir um crime de grande repercussão. Mas, quando um segundo solucionador (Pitt) aparece, os dois “lobos solitários” são forçados a trabalhar juntos. Com mais semelhanças do que gostariam, a noite foge do controle de uma forma que nenhum deles esperava.


LIVRO

Autoficção literária

Monique Se Liberta | Édouard Louis | Todavia | 54,90 reais (Todavia/Divulgação)

Entre os convidados estrangeiros para a 22a edição da Flip está o francês Édouard Louis. Com quatro publicações pela Todavia, o escritor acaba de lançar Monique Se Liberta, mais um livro em que narra seu passado. Desta vez, a atenção se volta para Monique, mãe do autor, que conta com o apoio do filho para sair de um relacionamento abusivo e conquistar uma nova vida. Pela primeira vez vivendo sozinha, sem os cinco filhos ou marido para cuidar, ela está, enfim, livre.


MOSTRA

A linguagem de um continente

Nova mostra na Pinacoteca de São Paulo apresenta e desmistifica as percepções sobre a África através da moda | Júlia Storch

Exposição na Pinacoteca: peças têxteis africanas (Pinacoteca de São Paulo/Divulgação)

Comumente o trabalho têxtil africano é associado às estampas coloridas. Mas essa não é a única padronagem que define a miscelânea de países do continente, e é o que a mostra Entre a Cabeça e a Terra: Arte Têxtil Tradicional Africana pretende ressaltar na Pinacoteca Luz.

Dividida em sete núcleos, a mostra apresenta 129 peças têxteis que buscam estimular novas percepções sobre a África no público brasileiro. A exposição aborda a importância cultural e simbólica de animais e elementos naturais em tecidos e artefatos de diferentes grupos africanos.

Na sala Geometria Animal, são exploradas as representações de animais em máscaras-elefante dos Bamileké. Já o espaço O Azul Vegetal destaca tecidos tingidos de índigo, um processo tradicional complexo, e os espaços A Tecnologia da Linguagem e A Rota das Miçangas discutem a comunicação e a simbologia nos tecidos.

“Nosso objetivo com essa exposição é pensar uma África múltipla, rica, povoada por diversos grupos culturais. Queremos falar de uma África dissociada do trauma colonial, um continente onde abundam artesãos cujos ofícios não se diferem em nada dos grandes mestres da alta costura. Olhar esses tecidos abre espaço para uma conclusão prévia: temos muito a aprender com esses artistas, tanto sobre a produção dessas peças quanto sobre técnicas de conservação delas”, dizem Renato Menezes e Danilo Lovisi, curadores da mostra. 

Entre a cabeça e a terra: a arte têxtil tradicional africana | Edifício Pinacoteca Luz — São Paulo | De 31 de setembro a 2 de fevereiro de 2025


Um lugar para comprar QUEIJOS...

...em Curitiba (Paraná)

Francisco Augusto Mesquita Gonçalves é mineiro de Belo Horizonte e há 5 anos é conhecido como o Chico Queijo, loja curitibana que vende queijos artesanais. Advogado de formação, Chico levou para Curitiba a diversidade de queijos de todo o Brasil. llha de Marajó, Lageado Grande, Serra Capixaba e, claro, da Canastra são algumas das opções.

...em Belo Horizonte (Minas Gerais)

A simplicidade da roça e a sofisticação de seus sabores na capital. É assim que a Roça Capital, armazém mineiro com mais de 80 variedades de queijos artesanais, geleias, cafés especiais, cachaças, se apresenta. Fundada por Guilherme Vieira, está localizada no Mercado Central de Belo Horizonte desde 2014.

...em São Paulo (São Paulo)

A mineira Letícia Vilas Boas, nascida em João Pinheiro, pequena cidade do noroeste de Minas Gerais, está por trás da Queijuz. Localizada no Edifício Copan, vende queijos que valorizam o pequeno produtor brasileiro, o interior, o manual. Na loja também é possível encontrar vinhos, geleias, doce de leite e pão de queijo.

Carolina Gehlen


Acompanhe tudo sobre:MM2024CinemaFilmesExposiçõesLivrosCultura

Mais de Revista Exame

Invasão chinesa: os carros asiáticos que chegarão ao Brasil nos próximos meses

Maiores bancos do Brasil apostam na expansão do crédito para crescer

MM 24: Operadoras de planos de saúde reduzem lucro líquido em 191%

MM 2024: As maiores empresas do Brasil