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Negroni, o velho amargo, ganha versões engarrafadas — e deliciosas

O negroni, um dos drinks mais badalados dos últimos anos, comemora seu centenário com versões engarrafadas — e deliciosas, pode acreditar

Negroni Ricetta 45: o número é referência à quantidade de receitas descartadas (Negroni Ricetta 45/Divulgação)

Negroni Ricetta 45: o número é referência à quantidade de receitas descartadas (Negroni Ricetta 45/Divulgação)

DR

Da Redação

Publicado em 11 de abril de 2019 às 05h22.

Última atualização em 25 de julho de 2019 às 14h49.

Um dos drinques mais badalados dos últimos anos, o negroni não aparenta a idade que tem. Em 2019, lá se vão exatos 100 anos desde que o conde italiano Camillo Negroni teria pedido ao bartender do Caffè Casoni, em Florença, por uma versão mais potente do americano, o clássico coquetel que une Campari, vermute doce e club soda. Fosco Scarselli, o mandachuva do balcão, teria então trocado o último ingrediente pelo gim, usado uma casca de laranja para decorar, e pronto. Eis a lenda que cerca a origem do negroni, aquele que, como dizia o chef Anthony Bourdain, pode “bater em você como um trem de carga depois de quatro ou cinco”.

Resgatado do ostracismo na última década, o amarguinho é tido como o principal responsável por abrir o paladar da maioria dos frequentadores de bares, especialmente no Brasil, para drinques com sabores mais robustos. Por aqui, parte da recente popularização se deve à Negroni Week, evento mundial patrocinado pela Campari que é organizado no país anualmente desde 2015 e convida diversos bares a promover a receita. Mas nada disso é novidade. E sim que, na esteira do estrondoso sucesso do coquetel, talvez já destronado pelo crescimento do gim-tônica, tem-se apostado em versões engarrafadas do negroni.

Não que a receita exija muita maestria: basta despejar aqueles três ingredientes em partes iguais, encher de gelo, mexer e decorar com a casca de laranja. Mas a praticidade de abrir uma garrafa com o coquetel pronto é inegável. “O preparo em casa nunca vai ser igual ao de um profissional, a experiência de consumo é outra”, defende o mixologista paulistano Cesar Griffo. Em 2016, ele lançou sua versão engarrafada, o Negroni Ricetta 45. O nome faz menção ao número de receitas que foram descartadas até o bartender chegar à que considera ideal. Todos os ingredientes utilizados são artesanais. “Infusionado em casca de laranja, nosso produto sobressai pelo sabor doce e amargo e pelas notas cítricas e aromáticas”, diz Griffo. Com fábrica em Jundiaí, em São Paulo, a marca não informa o faturamento ou o número de garrafas produzidas — cada uma, de 1 litro, custa 159 reais.

Não é a única no mercado. Também em 2016 a Campari passou a vender sua versão pronta do negroni. Importada, ela é encontrada por aqui por cerca de 150 reais. No ano seguinte, o bartender Alê D’Agostino deixou o balcão do Spot, na Avenida Paulista, para abrir sua linha de coquetéis engarrafados. Batizada de Apothek Cocktails & Co., a marca é composta de três produtos, o negroni, o negroni acrescido de jerez e o dry martini. As garrafinhas, de 375 mililitros, custam de 80 a 99 reais. Em 2017, o QG no qual o bartender elaborava suas receitas foi transformado num pequeno e disputado bar que ganhou o mesmo nome da marca. Adivinhe qual é um dos drinques mais pedidos.

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