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Uma terceira via nos investimentos?

Remunerada pelo cliente e não por comissão, a Warren quer ser uma opção à divisão do mercado

André Gusmão, Rodrigo Grundig e Tito Gusmão, fundadores da Warren: modelo conhecido nos EUA  (Ricado Jaeger/Exame)

André Gusmão, Rodrigo Grundig e Tito Gusmão, fundadores da Warren: modelo conhecido nos EUA (Ricado Jaeger/Exame)

Marília Almeida

Marília Almeida

Publicado em 2 de julho de 2020 às 05h00.

Última atualização em 12 de fevereiro de 2021 às 12h15.

A troca de farpas entre o Itaú e a XP rendeu atenção às plataformas de investimentos com modelos de negócios diferentes. Um exemplo é a Warren. Ao contrário das corretoras tradicionais, a startup repassa aos clientes as comissões recebidas das gestoras de recursos que vendem seus produtos pelo aplicativo da Warren. A startup é remunerada por uma tarifa anual que varia de 0,5% a 0,7% sobre o patrimônio dos investidores.

A busca é por fidelização: quanto mais os usuários investem, mais a Warren ganha. O sistema é majoritário em mercados mais maduros, como apenas os Estados Unidos. No Brasil, ganhou tração com a criação do consultor de investimentos pela Comissão de Valores Mobiliários em 2017. A Warren tem 140.000 clientes. “Já é difícil tirar o investidor brasileiro do bancão. Imagine dizer que a corretora também não é tão transparente”, afirma Tito Gusmão, um dos sócios fundadores.

“Mas não temos pressa. Queremos que os investidores atinjam seus objetivos e fiquem com a gente no longo prazo.” A startup criada em 2014 entre amigos, todos ex-sócios da XP, receberá em breve seu segundo aporte, de 120 milhões de reais. O primeiro, há dois anos, somou 25 milhões de reais. Os novos recursos serão usados em tecnologia e experiência do usuário, de olho no crescimento da presença da pessoa física na bolsa com a queda da taxa de juro.

“Não queremos que o novo investidor escolha entre CDB e ações da Petrobras. Queremos saber para que ele quer investir e só então apontar o investimento mais adequado.” Dos 280 funcionários da startup, metade é de desenvolvedores. Apesar de oferecer um serviço 100% digital, a Warren não gosta de ser tachada de robô de investimentos, termo que passou a ser usado para definir a startup e concorrentes como Magnetis, Monetus e Vérios.

“O modelo pode ser todo digital, mas há trabalho humano no algoritmo. Se o investidor precisa de ajuda, pode chamar o consultor no chat ou ir até um de nossos escritórios”, afirma Gusmão. A Warren entrou na briga entre corretoras e bancos quando lançou, em outubro passado, a Warren for Business, uma plataforma para profissionais de investimento que queiram oferecer aos clientes o modelo baseado em tarifa fixa. Já são 200 parceiros.

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