Protesto estudantil: a maioria dos jovens brasileiros não é nem de esquerda nem de direita | Cris Faga/NurPhoto/Getty Images /
Leo Branco
Publicado em 21 de setembro de 2017 às 10h45.
Última atualização em 26 de setembro de 2017 às 12h15.
Uma pesquisa inédita da consultoria paulistana Consumoteca com 3.000 jovens de 17 a 21 anos, de todas as regiões do país, mostra que três quartos deles não têm posição definida nem opinião formada sobre a orientação política. Entre os demais, o conjunto de entrevistados alinhados às ideias de direita (12% do total) é maior do que os de esquerda (8%) e os de centro (5%). Apesar de alheios aos polos ideológicos, a pesquisa revela uma juventude interessada nos rumos do país: 61% dizem seguir políticos em redes sociais e 58% afirmam defender alguma causa social publicamente. No topo dos temas preferidos para a militância está a igualdade racial: um terço dos entrevistados levanta a bandeira. A maneira de expressar uma posição política é essencialmente virtual: seis entre dez jovens militantes debatem o assunto em redes sociais e quase metade deles compartilha ali as ideias que defende.
GOVERNANÇA NA BOLSA
O que ainda falta ao novo mercado
Em tempos de Lava-Jato expondo publicamente práticas escusas no capitalismo brasileiro, a realidade é que a maioria das empresas no país ainda precisa avançar no campo da ética e na garantia de transparência nos processos de trabalho. Isso vale até mesmo no Novo Mercado, a lista das empresas com os padrões mais elevados de governança entre as que têm capital aberto na B3 (antiga BM&F Bovespa). Um levantamento recente do escritório de advocacia paulistano JR Amaral, especializado em direito empresarial, mostra que, de 114 companhias pertencentes ao seleto grupo da bolsa, somente 33% têm departamento de compliance. A escassez de áreas internas dedicadas a fiscalizar o cumprimento das leis é maior nas empresas industriais: nenhuma das sete integrantes do Novo Mercado conta com esse tipo de departamento. Proporcionalmente, o setor mais transparente é o agronegócio: das nove companhias com capital aberto, 55% já têm esse tipo de estrutura.
MERCADO DE TRABALHO
Menos labuta, mais curtição
O avanço tecnológico dos jogos online ocorrido na última década pode estar por trás de uma tendência do mercado de trabalho nos Estados Unidos: a mão de obra está dedicando menos horas do dia às atividades laborais e cada vez mais ao lazer. O fenômeno é mais intenso entre trabalhadores homens de até 30 anos — público mais evidente dos videogames. A hipótese está num estudo recente do National Bureau of Economic Research, centro de estudos sediado em Washington. Com base em estatísticas do Departamento do Trabalho americano, a pesquisa analisou a evolução de horas trabalhadas por homens e mulheres dos 21 aos 30 anos e dos 31 aos 55 ao longo de 11 anos. Entre os homens jovens a queda nas horas trabalhadas foi de 6%. O aumento no ócio, de 4%. Nos demais grupos pesquisados, a variação no uso das horas não chegou a 3% no mesmo período.