Benjamin Baptista Filho, presidente da ArcelorMittal: auditoria e recertificação dos 16.000 fornecedores a cada três anos | Leandro Fonseca /
Da Redação
Publicado em 22 de novembro de 2018 às 05h10.
Última atualização em 23 de novembro de 2018 às 13h20.
No final de 2014, o presidente mundial do Grupo ArcelorMittal, o indiano Lakshmi Mittal, lançou um plano de integridade baseado em três pilares: honestidade e transparência, respeito e dignidade, e exemplaridade — ou seja, a ação individual deve servir de exemplo para a ação coletiva. Desde então, a cada ano, a siderúrgica desenvolve estratégias que façam sentido para seus públicos de relacionamento.
Neste ano de eleições, por exemplo, a empresa promoveu um debate em sua sede, em Belo Horizonte, sobre voto consciente. Com transmissão para 20 unidades de negócio em outros cinco estados, o painel “Fake news: eleições na era das notícias falsas” contou com a participação de especialistas como Ana Luisa Almeida, diretora do Reputation Institute Brasil, e do economista Bruno Brandão, diretor da ONG Transparência Internacional. Outras ações pelo voto consciente foram implementadas, como debates sobre a importância do engajamento popular no combate à corrupção e um projeto com alunos de escolas da rede pública para motivá-los a exercitar a cidadania. “Todos nós devemos estimular para fora dos limites da organização um comportamento pautado por honestidade, ética e transparência”, diz Benjamin Baptista Filho, presidente da ArcelorMittal Brasil.
Na companhia, os funcionários são obrigados a declarar quaisquer conflitos de interesse. Entre os que trabalham em áreas mais sensíveis, como compras, finanças e logística, a declaração é feita anualmente. “Em cidades no interior dos estados onde atuamos, é comum haver parentes no mesmo departamento, e muitos não viam isso como algo a ser relatado. Hoje, 20% já declaram algum tipo de conflito”, diz Marina Guimarães Soares, gerente-geral jurídica da ArcelorMittal. Os 16.000 fornecedores atuais também passam por auditorias e recertificação a cada três anos. No último período, 100 deles tiveram seu cadastro bloqueado. “Se antes o maior risco do negócio era atrelado à corrupção ou à divulgação de informações privilegiadas, hoje assuntos nos quais estamos mergulhando muito são o de proteção de dados e a questão do risco reputacional”, diz Suzana Fagundes, vice-presidente de RH, jurídica e de sustentabilidade da ArcelorMittal. “Precisamos ter a certeza de que nossos milhares de fornecedores trabalham com os mesmos princípios éticos da companhia.” Baptista Filho chama a atenção também para o canal de denúncias da empresa. “Todas as denúncias são anônimas e apuradas, reforçando a tolerância zero a qualquer tipo de fraude, corrupção ou desvio das leis e normas aplicáveis”, afirma.