Luiz Rocha, Hugo Galindo e Rodrigo Latini, da Zerezes: “Há muito mercado para ganharmos ainda” (Exame/Divulgação)
Repórter de Negócios
Publicado em 25 de janeiro de 2024 às 06h00.
A meta da marca de ótica carioca Zerezes é clara: fazer dos óculos de grau um artigo de moda, como roupas e tênis. Criada em 2012 por então estudantes de design na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC Rio), a empresa encerrou 2023 faturando 55 milhões de reais, um crescimento de 57% em relação a 2022 — só em novembro, na Black Friday, vendeu 6 milhões de reais. No ano anterior, já tinha avançado 71% e ficou na 17a colocação na categoria de 5 milhões a 30 milhões de reais do Ranking EXAME Negócios em Expansão 2023. “Queremos que as pessoas vejam os óculos menos como uma tecnologia assistiva e mais como um tênis moderno, que podem trocar conforme a ocasião”, diz o CEO Rodrigo Latini.
O que ajuda a explicar o crescimento? Duas estratégias, principalmente. A primeira é a abertura de novas lojas físicas, um instrumento importante para um setor em que os clientes querem provar antes de comprar. Além de operações em praças já existentes, como Rio de Janeiro e São Paulo, a empresa entrou em Porto Alegre e em Belo Horizonte e concluiu o ano com 14 operações. A segunda é a apresentação de novos modelos, iniciativa que reforça a teoria dos fundadores da Zerezes de que os óculos estão virando, cada vez mais, objetos de moda.
“É legal observar que tivemos um crescimento sustentável em todas as lojas”, afirma Daniel Dränger, CMO da Zerezes. “E, mesmo num cenário desafiador para o varejo, nós crescemos também no e-commerce e em novas linhas, como infantil e de verão.” O objetivo é seguir nessa toada em 2024. Dez novas unidades deverão ser abertas neste ano, cinco já no primeiro semestre, inclusive em shopping centers, um canal em que a empresa pretende estar mais ativa. Novos modelos também deverão chegar ao mercado, como parte dos projetos para alavancar as vendas. No ano passado, foram mais de 90.000 óculos. “Considerando que 20% da população usa óculos, há muito mercado para ganharmos ainda”, diz Dränger. A meta está traçada, agora é trabalhar com os olhos para o futuro.