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Superação olímpica: Ela venceu a depressão e o medo de tubarão e hoje fatura milhões com maratonas

Poliana Okimoto foi a primeira mulher a trazer para o Brasil a medalha olímpica na maratona aquática em 2016; saiba mais sobre sua história de superação

Poliana Okimoto, nadadora e ex-atleta olímpica: “Acho que eu estava com tanto medo de ser atacada por um tubarão que acabei ganhando a prova” (Arquivo Pessoal/Divulgação)

Poliana Okimoto, nadadora e ex-atleta olímpica: “Acho que eu estava com tanto medo de ser atacada por um tubarão que acabei ganhando a prova” (Arquivo Pessoal/Divulgação)

Publicado em 25 de julho de 2024 às 06h00.

Última atualização em 27 de julho de 2024 às 17h56.

Nem sempre a melhor forma produz os melhores resultados, e a medalhista olímpica Poliana Okimoto sabe disso melhor do que ninguém. Na Olímpiada de Londres, em 2012, as expectativas de uma medalha dourada para o Brasil na maratona aquática, uma prova de 10 quilômetros, estavam nas alturas. Cotada como uma das favoritas, Okimoto abandonou a competição no Lago Serpentine, no Hyde Park, com um quadro de hipotermia. Deixou Londres sem medalha e com um diagnóstico de depressão. “Fiquei meses sem entrar em uma piscina, mas essa Olimpíada trouxe uma grande lição: a necessidade de cuidados com a saúde mental”, afirma. Quatro anos depois, no Rio de Janeiro, conquistou a tão esperada medalha, um bronze em águas brasileiras.

Aposentada das competições oficiais desde 2017, Poliana é dona de duas empresas criadas com o marido e ex-treinador, Ricardo Cintra. Com a Travessia Poliana Okimoto, promove três vezes ao ano um evento para fomentar a natação em águas abertas que reúne de iniciantes a profissionais. Em 2024, prevê faturar mais de 1,5 milhão de reais. O outro negócio, com receita de 500.000 reais por ano, é o -Okimoto & Cintra Assessoria Esportiva, fundado em 2018 para treinar atletas em esportes como águas abertas, corrida e triathlon, de forma online ou presencial.

Tanto as conquistas quanto os novos negócios refletem a superação da ex-atleta e a abertura para descobertas ao longo dos anos. Okimoto começou a nadar aos 2 anos e, apesar de ser destaque em provas de resistência, aquelas com  400 e 800 metros,  ficou até os 20 anos de idade só competindo em piscinas. Por trás da escolha, um medo: ser atacada por tubarões. A mudança veio em 2005, quando participou e ganhou a Travessia dos Fortes, prova de 3.800 metros no Rio de Janeiro, com 4.000 participantes. “Acho que eu estava com tanto medo que nadei muito rápido e acabei ganhando a prova. Bati o recorde e naquele ano foi anunciado que as águas abertas estariam pela primeira vez nos Jogos Olímpicos de 2008, em Pequim”, afirma. Nos anos seguintes, Okimoto se tornou a principal referência em provas de 5 quilômetros e 10 quilômetros em águas abertas em competições como Campeonato Mundial e Pan-Americano. “Houve ano em que eu competi mais de 20 provas de 10 quilômetros pelo mundo”, conta. Assim como nos negócios, alguns tubarões são mais fantasiosos do que reais — e superá-los pode trazer grandes conquistas.


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