Revista Exame

Na hotelaria do Grupo Cataratas, um bom negócio gera ganhos para a ciência

Grupo Cataratas, que mantém contratos de concessão para exploração do meio ambiente para o turismo, apoia pesquisas científicas realizadas por universidades

Bruno Marques de Oliveira, presidente do Grupo Cataratas: apoio a 26 projetos de pesquisa em conservação ambiental | Leandro Fonseca /

Bruno Marques de Oliveira, presidente do Grupo Cataratas: apoio a 26 projetos de pesquisa em conservação ambiental | Leandro Fonseca /

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Da Redação

Publicado em 22 de novembro de 2018 às 05h18.

Última atualização em 23 de novembro de 2018 às 13h17.

Os recifes de corais abrigam 25% da biodiversidade marinha e são importantes para a vida no planeta. Em diversas regiões, porém, o aumento da temperatura da água do mar, em função do aquecimento global, tem provocado o branqueamento e a morte de corais. Uma pesquisa realizada por uma equipe da Universidade Federal do Rio de Janeiro, comandada pelo biólogo Gustavo Duarte, busca uma solução para o problema. A técnica consiste em recolher, na superfície dos recifes, bactérias que protegem os corais da elevação da temperatura da água. Esses microrganismos são reproduzidos em laboratório e utilizados na fabricação de um coquetel probiótico (que contém microrganismos vivos benéficos). É essa solução que deve ser aplicada nas áreas afetadas para reverter o branqueamento dos corais e evitar sua morte.

Essa é uma das pesquisas científicas recentes mais importantes promovidas pela UFRJ e é reconhecida por publicações científicas internacionais, como a –Frontiers in Microbiology. O estudo só foi possível porque os pesquisadores contaram com o apoio do AquaRio, o aquário marinho do Rio de Janeiro, que fornece os insumos necessários para a realização da pesquisa, como equipamentos e material de laboratório. O AquaRio é uma das seis concessões do Grupo Cataratas, empresa que atua desde 1988 na gestão de serviços voltados para o ecoturismo. O Cataratas é responsável também pela -administração do RioZoo, o zoológico do Rio de Janeiro, e da área de visitação pública do Parque Nacional do Iguaçu, entre outros espaços, que, juntos, atraíram 5,4 milhões de visitantes no ano passado.

A missão do Cataratas é oferecer experiências ligadas à natureza em áreas públicas. “O contrato com o Poder Público diz respeito ao compromisso básico de atender com excelência o visitante”, diz Bruno Marques de Oliveira, presidente do Cataratas. “Nossa proposta é fazer mais, oferecendo uma experiência superior não apenas aos visitantes mas também a toda a comunidade ligada às nossas instalações.” Segundo ele, a sustentabilidade é imprescindível para o negócio do Cataratas. Por isso, a empresa apoia atualmente 26 projetos de pesquisa em conservação ambiental de diversas universidades, da iniciação científica ao pós-doutorado. “No RioZoo e no AquaRio, oferecemos 15 bolsas de estudo e disponibilizamos equipamentos e material de laboratório”, diz Fernando Henrique de Sousa, diretor de sustentabilidade. Os projetos submetidos pelas universidades são analisados por um comitê de pesquisa formado por mestres e doutores, com base nos objetivos de conservação definidos pelo Cataratas.


POR UMA MATRIZ DE ENERGIA MAIS LIMPA

Com investimentos em veículos elétricos e energia solar, o Grupo Rio Quente avança no objetivo de ampliar o uso de energia renovável em seu complexo hoteleiro em Goiás | Bruno Toranzo

Energia e combustíveis elevados a prioridade do negócio. É essa a política adotada há pelo menos três anos pelo Grupo Rio Quente, que possui um complexo hoteleiro com parque aquático em Goiás, onde explora águas termais fornecidas por 18 nascentes. As recentes inovações estão no transporte interno, utilizado no deslocamento dos hóspedes e dos funcionários. Esses veículos são necessários, já que a área do empreendimento é de quase 500 000 metros quadrados — um terço do tamanho do Parque Ibirapuera, uma das maiores áreas verdes de São Paulo. As distâncias de uma atração a outra são longas para que possam ser vencidas a pé.

Por ano, o Grupo Rio Quente — que faz parte do grupo Aviva Algar — recebe 1,5 milhão de visitantes, além dos milhares de funcionários que trabalham para manter tudo em ordem. Como não dá para diminuir o número de deslocamentos diários feitos pelas vans movidas a diesel, a solução encontrada foi alterar o combustível usado. Para atenuar o impacto no meio ambiente, a empresa começou no ano passado a substituir as vans por carrinhos elétricos. As motos também estão deixando de circular para dar lugar a bicicletas elétricas — até agora, oito motos foram substituídas. Desde o ano passado, quase 400.000 reais foram investidos nesse projeto, que ainda está na fase inicial. “Nosso objetivo é substituir toda a frota por veículos elétricos”, diz Neide Aparecida, executiva responsável pela área de sustentabilidade do Grupo Rio Quente. “A substituição parcial já está contribuindo para a meta de redução das emissões de gases de efeito estufa, embora estejamos abaixo do limite legal.”

Outra prioridade da empresa é adotar fontes de energia renováveis e limpas. No ano passado, construiu dois estacionamentos com iluminação feita apenas por postes com placas solares. São 20 postes de energia solar fotovoltaica, que proporcionam uma economia superior a 80 000 reais por ano. A meta é trocar todos os postes convencionais pelos solares. “Pretendemos também construir uma usina solar fotovoltaica. Estamos nos planejando para fazer isso já em 2019”, diz Neide.

Até o ano passado o Grupo Rio Quente queimava diesel em seus geradores para suportar o aumento interno da demanda por energia elétrica. Com a entrada no mercado de livre negociação entre consumidores e geradores de energia elétrica, a empresa pôde abrir mão deles, já que o insumo ficou mais barato. Em comparação com 2015, a empresa conseguiu diminuir em 87% o consumo de óleo diesel. Agora os geradores são ligados somente em situações de emergência.

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