Encontro na Alemanha para discussão sobre o clima: as empresas devem ser protagonistasde mudanças para uma economia mais sustentável | Ulrich Baumgarten/GETTY IMAGES /
Da Redação
Publicado em 16 de novembro de 2017 às 05h19.
Última atualização em 16 de novembro de 2017 às 05h19.
É inquestionável que a atividade humana, numa medida sem comparação com a de qualquer outra espécie, é causadora de mudanças significativas no ambiente do planeta. Só o homem revolveu tanta terra, desviou cursos de rios, pôs abaixo florestas inteiras, transplantou de um lado para o outro tamanho número de plantas e animais, entre muitas outras proezas acumuladas ao longo de séculos. Mesmo quem não concorde que isso seja causa do chamado aquecimento global — ou nem mesmo admita que haja uma variação atípica na temperatura — há de reconhecer que o impacto provocado pela ação humana precisa ser compensado, contido ou controlado, quando não, revertido.
Para orientar uma postura geral mais cuidadosa e uma nova forma de progresso, a Organização das Nações Unidas lançou em 2015 um documento chamado Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Ele propõe 169 metas a ser alcançadas em nível global até 2030. Se alguém, por falta de informação, imagina que são propostas de ecofanáticos, vale a pena conferir o que está escrito. Para ficar em alguns exemplos, defendem-se a difusão de práticas agrícolas mais produtivas, a melhoria da qualidade da água, a expansão da oferta de energia nos países em desenvolvimento, a modernização da infraestrutura e a ampliação da participação das mulheres no trabalho e nas instâncias de decisão. É uma cartilha que mira mudanças de vulto, que vão requisitar muito investimento e a reorganização das maneiras de produzir, distribuir e consumir. Ou seja, tem tudo a ver com o que fazem as empresas — elas são chamadas a ser protagonistas das transformações, com mais responsabilidade, mas também com a oferta de oportunidades.
Essa abordagem do papel que as empresas devem cumprir, além do plano imediato da criação de riqueza, frequenta as páginas de EXAME há muito tempo. Já em 2000 o Guia da Boa Cidadania Corporativa jogava luz nessa direção e destacava as empresas que trabalhavam com consciência em relação ao meio ambiente e preocupadas em contribuir para a comunidade de que fazem parte. De lá para cá, o tema só ganhou importância. Ao longo do caminho, o termo “sustentabilidade” passou a resu-mir o propósito de agir, nos negócios também, de modo a assegurar que haja um futuro — e um futuro melhor que o presente. Nas páginas a seguir, o leitor encontrará a 18a edição do Guia EXAME de Sustentabilidade, com informações sobre a conduta de 75 empresas em três dimensões: social, ambiental e econômica. Dessas, 19 são destaques em seu setor de atuação. Uma delas, a Natura, recebe o prêmio de Empresa Sustentável do Ano.
Entre as boas notícias está a de que 70% das empresas que responderam ao questionário que baseia o guia registram compromissos atrelados a metas socioambientais, e mais da metade considera a migração para fontes de energia menos poluentes. Já estamos no rumo de acertar os alvos da ONU para 2030.