(Oscar Wong/Moment/Getty Images)
Filipe Serrano
Publicado em 17 de dezembro de 2020 às 05h40.
Última atualização em 10 de fevereiro de 2021 às 17h39.
As empresas brasileiras subiram um degrau na escala de digitalização. E o mais importante: uma parte significativa delas já adota — e segue — uma estratégia clara para tornar as operações mais digitais, com um cronograma bem estabelecido. Essa é a principal conclusão de um extenso estudo sobre a maturidade digital das empresas brasileiras realizado pela consultoria McKinsey e obtido com exclusividade pela EXAME. De acordo com a pesquisa, a pontuação média das empresas brasileiras em um índice de maturidade digital subiu de 38 para 41 pontos entre 2018 e 2020, numa escala de zero a 100. Alguns setores estão mais à frente e avançaram mais rapidamente. Enquanto empresas de bens de consumo obtiveram 34 pontos em média, as companhias de telecomunicações, mídia e tecnologia alcançaram um índice de 55 pontos.
-Apesar do avanço, a pesquisa ressalta que existe uma distância grande entre as empresas tradicionais e aquelas consideradas “líderes digitais”, que adotam as melhores práticas. As líderes se destacam no uso de métricas e sistemas de análises de dados para fazer um acompanhamento minucioso das metas. Por esses e outros motivos, o desempenho financeiro delas também é melhor. O Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) das líderes digitais teve crescimento médio de 16% em dois anos, mais que o dobro dos 7% das demais. “Muitas empresas acreditam que têm de evoluir no digital, mas fazem pilotos sem estratégias sólidas e convicção. São novos negócios digitais sem um estudo aprofundado sobre as necessidades dos clientes”, diz Daniel Leite, sócio associado da McKinsey.
A necessidade de digitalizar já era imprescindível. Depois da pandemia virou questão de sobrevivência dos negócios. É a lição de 2020. “Quem era resistente ao digital se viu forçado a utilizar o canal. E quem já utilizava, passou a usar ainda mais”, diz Heitor Martins, sócio sênior da McKinsey.
(Colaborou Rodrigo Loureiro)