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Setor de cruzeiros em alta: 44 novos navios serão lançados até 2028

Setor de cruzeiros marítimos vê números recordes no Brasil e no mundo. E a projeção é de crescer ainda mais

Disney Treasure, último navio lançado pela empresa, no fim do ano passado: até 2031, a divisão de cruzeiros da companhia passará de cinco para 13 navios (Kent Phillips/Divulgação)

Disney Treasure, último navio lançado pela empresa, no fim do ano passado: até 2031, a divisão de cruzeiros da companhia passará de cinco para 13 navios (Kent Phillips/Divulgação)

Gilson Garrett Jr.
Gilson Garrett Jr.

Repórter de Lifestyle

Publicado em 14 de fevereiro de 2025 às 06h00.

Em um mundo onde o turismo se reinventa constantemente, os cruzeiros parecem ter encontrado a fórmula perfeita para continuar em ascensão. Entre 2022 e 2028, 44 novos navios serão lançados globalmente, ampliando a capacidade total para 746.000 passageiros — um crescimento de 19%, segundo a Associação Internacional de Cruzeiros Marítimos (CLIA, na sigla em inglês).

A retomada do setor não apenas superou os desafios ada pandemia como vem estabelecendo novos recordes. Em 2023, o número de passageiros atingiu 31,7 milhões no mundo todo, e a projeção é de 34 milhões em 2024 (o número ainda não foi divulgado), ultrapassando 40 milhões até 2027. O Brasil acompanha esse movimento: a última temporada, entre novembro de 2023 e abril de 2024, injetou 5,18 bilhões de reais na economia, consolidando o país como um dos mercados emergentes para o turismo marítimo.

A explicação para esse crescimento passa pelo apelo que os cruzeiros exercem sobre diferentes perfis de viajantes. Seu formato de viagem, que combina multidestinos sem a necessidade de deslocamentos extras, atrai tanto aqueles que buscam conforto quanto os que desejam explorar novos lugares sem preocupações com logística. O conceito de “hotel flutuante” ganhou força, e as companhias passaram a investir em experiências ainda mais exclusivas, como ilhas privadas e destinos restritos a passageiros.

A Disney Cruise Line aposta nessa tendência e na expansão da frota. Até 2031, sua divisão de cruzeiros crescerá de cinco para 13 navios, no maior investimento da história da companhia. Josh D’Amaro, chairman da Disney Experiences, destaca que essa é uma maneira de levar a magia da marca a locais onde não há parques temáticos. “Ainda não fizemos anúncios específicos para o Brasil, mas nossa intenção é apresentar a Disney em sua forma mais pura nesses navios e levá-la ao mundo”, afirma. Grande parte da frota opera no Caribe, onde a Disney mantém duas ilhas privadas, acessíveis apenas para hóspedes dos cruzeiros — um modelo que vem ganhando força no setor.

Interior do MSC Seaview: o navio de quatro andares passará por Santos (MSC/Divulgação)

Se antes os cruzeiros eram sinônimo de destinos tropicais e dias ensolarados à beira-mar, uma nova preferência começa a se desenhar. Segundo uma pesquisa da MSC, locais de clima mais ameno devem se tornar tendência em 2025. A ideia de trocar praias movimentadas por trilhas em montanhas ou paisagens remotas vem conquistando um número crescente de viajantes. O fenômeno, apelidado de “­coolcation”, reflete um desejo crescente por experiências mais intimistas e contato com a natureza. Além de buscarem novos destinos, os passageiros estão cada vez mais interessados na gastronomia a bordo.

O Icon of The Seas, o maior navio de cruzeiro do mundo, lançado pela Royal Caribbean, conta com 20 restaurantes. As mudanças no setor não param por aí. Um relatório da CLIA mostra que millennials e geração X são os grupos mais propensos a escolher cruzeiros em seus próximos roteiros. O crescimento das viagens solo também impulsionou uma nova demanda: mais cabines individuais estão sendo projetadas para atender esse público, que busca flexibilidade sem abrir mão do conforto.

O mercado de cruzeiros não apenas se fortaleceu como vem moldando o futuro das viagens. A combinação entre destinos inovadores, infraestrutura luxuosa e novas experiências transforma essa modalidade de turismo em um dos setores mais dinâmicos da indústria. Se o objetivo é explorar o mundo com conforto e praticidade, os navios parecem ser, cada vez mais, o caminho (ou as águas) certo para o viajante moderno.


Temporada no Brasil

No total, cerca de 30 navios de diversas bandeiras passam por águas nacionais

MSC Seaview

O navio, conhecido por seu imponente átrio de quatro andares, terá embarques em Santos, oferecendo minicruzeiros de três ou quatro noites para Búzios, Ilhabela e Ilha Grande. Para quem busca viagens mais longas, haverá opções de seis, sete ou oito noites, incluindo destinos como Búzios, Salvador, Maceió e Ilha Grande. Em algumas rotas, será possível embarcar também em Salvador ou Maceió.

MSC Preziosa
Com o maior toboágua individual dos mares, o navio terá saídas de Santos em minicruzeiros de três ou quatro noites, alternando paradas em Angra dos Reis, Búzios e Ilha Grande. Já os cruzeiros de seis, sete ou oito noites incluirão destinos como Itajaí, Salvador, Búzios e Ilha Grande, além de Buenos Aires, Montevidéu e Punta del Este. Para esses roteiros, também será possível embarcar em Itajaí.

Costa Favolosa
Com seis restaurantes, incluindo um comandado por três chefs com estrelas Michelin, o navio terá minicruzeiros de três ou quatro noites para Ilhabela, Balneário Camboriú e Porto Belo, saindo de Santos. Nos roteiros mais longos, de oito ou nove noites, navegará pela região do Rio da Prata, com embarques no Rio de Janeiro, Buenos Aires e Montevidéu, passando também por Ilha Grande e Ilhabela.

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