Andrea Rivetti: CEO e fundadora da Arklok (Germano Luders/Exame)
Rodrigo Loureiro
Publicado em 11 de março de 2021 às 06h00.
Última atualização em 12 de março de 2021 às 13h10.
Foi entre uma aula e outra da faculdade de direito que Andrea Rivetti decidiu que não queria seguir carreira no curso que havia escolhido sem muita convicção. Ao longo da faculdade, ela começou a se preparar para um dia ter o próprio negócio. Na época, sabia pouca coisa de como gerenciar uma empresa. Mal entendia o que era um balanço financeiro. “Eu só tinha um computador e uma ideia”, diz.
Passou, então, a visitar empresas que faziam locação de equipamentos de tecnologia da informação (TI) para entender como aquela roda girava. A empreitada chamada de Arklok ganhou forma e, em poucos anos, se tornava uma das principais empresas de terceirização de equipamentos de TI no Brasil, com faturamento de 106 milhões de reais em 2020.
A Arklok atua com o que o mercado chama de hardware as a service (HaaS). Em termos mais simples, a companhia faz o empréstimo de equipamentos de tecnologia, como computadores, scanners, smartphones, entre outros, para outras empresas com o objetivo de reduzir os custos da infraestrutura corporativa.
Cada um dos mais de 200 clientes recebe um projeto customizado e a previsão da economia dos gastos com o outsourcing da tecnologia. Hoje a empresa faz a gestão das máquinas de 100.000 postos de trabalho de empresas como Grupo Protege, Localiza Hertz, M. Dias Branco, entre outras.
A ideia parece simples, mas havia um ponto a ser superado: a necessidade de vencer a desconfiança. “Havia um preconceito no mercado com a terceirização de equipamentos, mesmo isso sendo uma tendência no exterior. Era preciso quebrar esse paradigma”, diz Rivetti.
O coronavírus acelerou o processo. Afinal, em tempos de crise é preciso enxugar custos. E foi nesse ponto que a empresa ganhou mercado e cresceu 57% em 2020. E tudo isso sem captar dinheiro com fundos e obtendo lucro já no segundo ano de operação, em 2009.
A previsão para 2021 é dobrar de tamanho. Não se trata de uma projeção absurda. O mercado de terceirização foi impulsionado pela digitalização forçada pela pandemia de covid-19. “Já havia uma tendência de crescimento desse mercado antes da pandemia, que depois só acelerou. Os preços de computadores e acessórios dispararam.
A locação virou uma opção vantajosa e mais cômoda”, diz Ivair Rodrigues, sócio da consultoria IT Data. Uma projeção da consultoria Grand View Research feita ainda no começo de 2020 estimava que o setor, que já faturava 520 bilhões de dólares, cresceria em média 8% ao ano até 2027.