Revista Exame

Tempo para tudo?

Num momento de guerras crescentes e de questionamento sobre o futuro, o olhar para a sustentabilidade é especialmente relevante

Vivo: campanha que questiona  o uso excessivo das telas é mostra de compromisso social (Germano Lüders/Exame)

Vivo: campanha que questiona o uso excessivo das telas é mostra de compromisso social (Germano Lüders/Exame)

Lucas Amorim
Lucas Amorim

Diretor de redação da Exame

Publicado em 26 de junho de 2025 às 06h00.

Última atualização em 30 de junho de 2025 às 10h55.

Reconhecer as melhores iniciativas em ESG é um desafio diário da EXAME que vem ficando cada dia mais complexo num mundo em aceleração. Como aliar resultado de negócio com sustentabilidade num momento em que a inteligência artificial transforma as relações sociais e demanda mais e mais inovação e uso de energia? A vencedora deste ano do Melhores do ESG é um caso de investimento 360 graus. A Vivo é referência em diversidade e no uso de energia limpa, como mostra o especial coordenado pela editora Lia Rizzo. Mas talvez a ação mais lembrada da empresa seja a campanha Tempo para Tudo, que questiona o uso excessivo do celular, comparando-o a um relacionamento tóxico. Como explicam Christian Gebara, CEO, e Marina Daineze, vice-presidente de comunicação e sustentabilidade, a ideia é liderar o debate sobre o uso consciente da tecnologia. É, claro, uma proposta ousada que trata do ganha-pão da companhia. Mas é justamente o que se espera das empresas comprometidas com o futuro.

Com esta edição do Melhores do ESG, a EXAME reforça um pioneirismo de 25 anos ao reconhecer as empresas que são modelo em sustentabilidade. Quando começamos a premiar as melhores em Governança Corporativa, como o prêmio era chamado, a expectativa era que a tecnologia e a globalização espalhassem prosperidade e bem-estar em ritmo acelerado. No Brasil e no mundo, o avanço foi claudicante, e desembocou num 2025 especialmente desafiador. No dia de fechamento desta edição, a guerra entre Israel e Irã espalhava novas ondas de medo e incerteza pelo mundo. Nesse contexto, perseverar em sustentabilidade é especialmente desafiador, porém mais necessário do que nunca.

Como mostra a entrevista especial desta edição, da editora Natalia Viri com o especialista em educação Sal Khan, com a IA vivemos um dos momentos decisivos da história humana, como o fogo, a escrita, a industrialização. “Precisamos ser inteligentes, nos protegermos contra riscos reais e focar as possibilidades positivas: curar doenças, educar pessoas, criar novas formas de arte, explorar o cosmos”, diz o criador da Khan Academy, uma plataforma sem fins lucrativos que já ofereceu aulas a 150 milhões de pessoas. “Não temos escolha senão sermos otimistas”, diz Khan. “Se formos paralisados pelo medo, deixaremos o futuro nas mãos dos maus atores, que vão fazer e já estão fazendo uso da tecnologia.” Tirar o melhor da IA, e aproveitar o melhor da vida fora dela: eis um ótimo recado num momento decisivo para todos nós. Boa leitura!




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