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Tempo para tudo?

Num momento de guerras crescentes e de questionamento sobre o futuro, o olhar para a sustentabilidade é especialmente relevante

Vivo: campanha que questiona  o uso excessivo das telas é mostra de compromisso social (Germano Lüders/Exame)

Vivo: campanha que questiona o uso excessivo das telas é mostra de compromisso social (Germano Lüders/Exame)

Lucas Amorim
Lucas Amorim

Diretor de redação da Exame

Publicado em 26 de junho de 2025 às 06h00.

Reconhecer as melhores iniciativas em ESG é um desafio diário da EXAME que vem ficando cada dia mais complexo num mundo em aceleração. Como aliar resultado de negócio com sustentabilidade num momento em que a inteligência artificial transforma as relações sociais e demanda mais e mais inovação e uso de energia? A vencedora deste ano do Melhores do ESG é um caso de investimento 360 graus. A Vivo é referência em diversidade e no uso de energia limpa, como mostra o especial coordenado pela editora Lia Rizzo. Mas talvez a ação mais lembrada da empresa seja a campanha Tempo para Tudo, que questiona o uso excessivo do celular, comparando-o a um relacionamento tóxico. Como explicam Christian Gebara, CEO, e Marina Daineze, vice-presidente de comunicação e sustentabilidade, a ideia é liderar o debate sobre o uso consciente da tecnologia. É, claro, uma proposta ousada que trata do ganha-pão da companhia. Mas é justamente o que se espera das empresas comprometidas com o futuro.

Com esta edição do Melhores do ESG, a EXAME reforça um pioneirismo de 25 anos ao reconhecer as empresas que são modelo em sustentabilidade. Quando começamos a premiar as melhores em Governança Corporativa, como o prêmio era chamado, a expectativa era que a tecnologia e a globalização espalhassem prosperidade e bem-estar em ritmo acelerado. No Brasil e no mundo, o avanço foi claudicante, e desembocou num 2025 especialmente desafiador. No dia de fechamento desta edição, a guerra entre Israel e Irã espalhava novas ondas de medo e incerteza pelo mundo. Nesse contexto, perseverar em sustentabilidade é especialmente desafiador, porém mais necessário do que nunca.

Como mostra a entrevista especial desta edição, da editora Natalia Viri com o especialista em educação Sal Khan, com a IA vivemos um dos momentos decisivos da história humana, como o fogo, a escrita, a industrialização. “Precisamos ser inteligentes, nos protegermos contra riscos reais e focar as possibilidades positivas: curar doenças, educar pessoas, criar novas formas de arte, explorar o cosmos”, diz o criador da Khan Academy, uma plataforma sem fins lucrativos que já ofereceu aulas a 150 milhões de pessoas. “Não temos escolha senão sermos otimistas”, diz Khan. “Se formos paralisados pelo medo, deixaremos o futuro nas mãos dos maus atores, que vão fazer e já estão fazendo uso da tecnologia.” Tirar o melhor da IA, e aproveitar o melhor da vida fora dela: eis um ótimo recado num momento decisivo para todos nós. Boa leitura!




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