Randoncorp: um dos maiores fabricantes de componentes automotivos do mundo, faturou 11,9 bilhões de reais em 2024 (Germano Lüders/Exame)
Editor de Negócios e Carreira
Publicado em 25 de setembro de 2025 às 22h00.
A Randoncorp é um bom exemplo de quem soube aliar sustentabilidade e ganhos financeiros. Um dos maiores fabricantes de componentes automotivos do mundo, o grupo sediado em Caxias do Sul, na Serra Gaúcha, faturou 11,9 bilhões de reais em 2024.
No período, teve um lucro líquido de 691 milhões de reais. Em boa medida, o resultado veio com inovações ligadas à agenda ESG. Um exemplo é um sistema de tração elétrica capaz de reaproveitar a energia de frenagens e descidas para gerar tração em subidas e ultrapassagens.
A economia de combustível pode chegar a 25%. “Esse é um exemplo de como investimos em tecnologias com impacto ambiental positivo e potencial de mercado”, diz o presidente Daniel Randon.
Em paralelo, a companhia investiu no uso de materiais como o nióbio no revestimento de peças automotivas a fim de torná-las mais leves — e, assim, ajudar o veículo a queimar menos combustível.
Atualmente, 44,4% da receita atual vem de produtos lançados nos últimos cinco anos. No período, a Randoncorp investiu mais de 200 milhões de reais em inovação. Boa parte dela veio do Instituto Hercílio Randon, financiado pela companhia. Dali saem 70 patentes por ano.
Para além de produtos mais sustentáveis, a Randoncorp trouxe o princípio para dentro de casa. Em 2024, substituiu o gás natural por biomassa na caldeira de uma de suas indústrias em Caxias do Sul. Assim, deixou de emitir 10.000 toneladas de carbono por ano.
Em meio a tudo isso, a Randoncorp ampliou a presença global. Nos últimos anos, a receita internacional passou de 15% para 34% do total.
Agora, um dos alvos são os Estados Unidos, onde o grupo já atua com as marcas Hercules (implementos), Frasle Mobility (autopeças) e EXM (eixos). As tarifas aplicadas pelo governo de Donald Trump às importações podem antecipar investimentos no país.
“Ainda somos competitivos com as exportações do Brasil, mas estamos sempre avaliando se tem algo para a gente melhorar a nossa competitividade com mais produção nos Estados Unidos além do que já produzimos”, diz Randon.