Revista Exame

Ele tem R$ 1,8 bilhão para investir em empresas com pegada sustentável

Gestora de investimentos GEF Capital Partners opera no Brasil, na Índia e nos EUA aportando em empresas com pegada sustentável

Anibal Wadih, da GEF Capital Partners: 1,8 bilhão sob gestão no Brasil (GEF Capital Partners/Divulgação)

Anibal Wadih, da GEF Capital Partners: 1,8 bilhão sob gestão no Brasil (GEF Capital Partners/Divulgação)

Publicado em 18 de outubro de 2024 às 06h00.

Tudo sobreRevista EXAME
Saiba mais

A gestora de investimentos GEF Capital Partners busca correr atrás do prejuízo ambiental ao investir em empresas com uma pegada sustentável. Atualmente, o fundo administra 1,8 bilhão de reais no Brasil.

Brasil proativo

Desde sua fundação, em 2018, a empresa se consolidou no mercado de investimentos climáticos, com seis sócios que atuam no Brasil, na Índia e nos Estados Unidos. Para Anibal Wadih, fundador e sócio-gerente da GEF Capital Partners, o Brasil não só pode mas precisa ser proativo em relação aos desafios climáticos — inclusive nas queimadas.

Como a GEF busca atuar diretamente nas queimadas?

Estamos apostando em medidas de prevenção e adaptação, em vez de combate direto. Avaliamos modelos de negócios que possam prever e prevenir queimadas por meio de tecnologias como sensores e monitoramento remoto. Além disso, estamos investindo em soluções para ajudar a sociedade a se adaptar ao novo cenário climático, como sistemas de refrigeração e de aquecimento mais eficientes.

Em quantas empresas o fundo investe no Brasil?

São 11 empresas no Brasil, entre elas a Lar Plásticos, focada na reciclagem de plástico em larga escala, e a Pro Solus, de tecnologia para o agronegócio. Elas têm ferramentas para aplicar com precisão as sementes e os defensivos agrícolas, reduzindo o desperdício de insumos e minimizando o impacto ambiental.

Tem um exemplo de investimento com impacto social e ambiental?

A empresa UCB desenvolveu soluções de armazenamento de energia em baterias capazes de substituir o uso de geradores movidos a combustíveis fósseis. Com essa solução, a companhia viu seu Ebitda saltar de 30 milhões de reais para 150 milhões de reais. Agora, essa nova tecnologia está chegando a comunidades isoladas na Amazônia, que passam a ter acesso à energia mais sustentável 24 horas por dia.

Existe uma diferença no investimento de empresas nos Estados Unidos e no Brasil?

Nos EUA focamos mais em empre-sas com tecnologias avançadas, como as de eficiência energética em data centers e gestão de edifícios, setores em crescimento acelerado devido ao aumento do uso de IA. No Brasil, o foco está mais em empresas de setores ligados à infraestrutura, como agronegócio sustentável, reciclagem e soluções de eficiência energética.

Qual é a expectativa do fundo para os próximos meses no Brasil?

Queremos expandir nossa atuação em setores como o tratamento de água e reciclagem, além de aumentar o número de empresas investidas para 14 no Brasil. Durante a COP30, vamos organizar encontros com empresários. Nosso objetivo é combinar impacto positivo com retorno financeiro.

Acompanhe tudo sobre:1268

Mais de Revista Exame

Borgonha 2024: a safra mais desafiadora e inesquecível da década

Maior mercado do Brasil, São Paulo mostra resiliência com alta renda e vislumbra retomada do centro

Entre luxo e baixa renda, classe média perde espaço no mercado imobiliário

A super onda do imóvel popular: como o MCMV vem impulsionando as construtoras de baixa renda