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A Oxiteno Nordeste surfa os preços globais

Apesar da queda de produção, a Oxiteno Nordeste beneficiou-se da alta das cotações dos insumos químicos no mercado internacional

Melhores e Maiores 2019: Oxiteno Nordeste (Exame)

Melhores e Maiores 2019: Oxiteno Nordeste (Exame)

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Da Redação

Publicado em 29 de agosto de 2019 às 04h38.

Última atualização em 29 de agosto de 2019 às 14h41.

Com uma oferta de quase duas centenas de insumos químicos no portfólio, a Oxiteno Nordeste produz matérias-primas para fabricantes de cosméticos, detergentes, defensivos agrícolas e tintas, entre outras indústrias. Depois de bater seu recorde em 2017, a empresa viu a produção encolher 3% no ano passado, quando fechou com um volume de 422.560 toneladas. Esse recuo, porém, foi compensado pela alta global dos preços dos petroquímicos, impulsionada pela valorização do barril do petróleo, em grande parte do ano, e pela depreciação do real em relação ao dólar. Com isso, a receita da companhia atingiu quase 696 milhões de dólares em 2018, um aumento de 11,5% em comparação com 2017. “Surfamos uma onda de preços mais altos no ano passado”, diz João Benjamin Parolin, diretor-superintendente da Oxiteno Nordeste. “Apesar do volume menor, melhoramos nossas margens de vendas.”

Se no mercado interno o volume comercializado pela empresa permaneceu estagnado em 2018, os embarques para o exterior foram ainda mais complicados, com uma queda de 20% no ano. Parte dessa redução se deve à crise na Argentina, principal destino das exportações da Oxiteno Nordeste. “O mercado argentino encolheu e ele tem um peso relevante em nossas exportações”, diz Parolin. A empresa quer acelerar as vendas para a Ásia e a Europa, mas isso ainda não se refletiu nos números.

João Parolin, superintendente da Oxiteno Nordeste: 8% do quadro de pessoal se dedica à pesquisa de novos produtos | Germano Lüders

Criada em 1974, a Oxiteno Nordeste é uma das subsidiárias da Oxiteno, indústria petroquímica com 12 unidades fabris no Brasil, nos Estados Unidos, no México, no Uruguai e na Venezuela, e que pertence ao grupo Ultra. Com fábricas nos polos petroquímicos de Camaçari, na Bahia, e de Triunfo, no Rio Grande do Sul, a Oxiteno Nordeste atua em duas frentes de produção. A primeira é a de especialidades químicas, com itens como dispersantes e amaciantes, que têm maior valor agregado, e a segunda de commodities, como o óxido de eteno, mais sujeita às flutuações do preço do petróleo no mercado internacional. Nos últimos anos, as commodities têm ampliado sua fatia nos negócios da Oxiteno Nordeste — representaram 24% das vendas em 2018, ante 16% em 2015. “É uma questão conjuntural”, diz Parolin.

Depois dos bons resultados de 2018, o mercado de commodities petroquímicas pode estar a caminho de um período de menor atratividade, dentro de um setor que tradicionalmente opera em ciclos de preços. Desde o fim do ano passado, especialistas apontam que o mercado está entrando numa fase de baixa demanda e muita oferta na petroquímica mundial. “A tendência é que o mercado receba uma superoferta de matéria-prima, resultado dos investimentos feitos em épocas de bonança”, diz João Luiz Zuñeda, diretor da MaxiQuim, consultoria especializada em petroquímica. “O negócio de commodities da Oxiteno vai sofrer uma pressão muito maior de preços do que o de especialidades.”

Não por acaso, a Oxiteno Nordeste tem buscado aumentar a fatia das especialidades químicas no negócio. Esse setor desenvolve produtos para atender às necessidades específicas dos clientes e está fortemente ligado à inovação. A área de pesquisa e desenvolvimento de novos produtos ocupa 8% do quadro de funcionários da Oxiteno Nordeste. Metade das inovações lançadas foi criada em parceria com os compradores. Para isso, a Oxiteno Nordeste promove o que chama de Innovation Day, quando se junta com o cliente para buscar soluções em conjunto para determinado desafio. “Precisamos entender os problemas dos clientes para atendê-los melhor”, diz Parolin.

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