Plantio do milho: segunda safra chega à reta final no Brasil e clima deve contribuir para o bom desenvolvimento das lavouras (Lucashallel/Getty Images)
Repórter de agro e macroeconomia
Publicado em 24 de abril de 2025 às 06h00.
É um momento decisivo para o Brasil alcançar a esperada supersafra. A expectativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) é de uma safra recorde de grãos no país, com 330 milhões de toneladas, um aumento de 10% em relação à safra 2023/24.
O fim da colheita da soja se aproxima, com os trabalhos já concluídos em Mato Grosso e em andamento no Rio Grande do Sul — mais lenta, por causa do atraso no plantio —, e os produtores focam agora a reta final da semeadura do milho de segunda safra, também conhecido como safrinha, e no seu desenvolvimento.
A Conab estima uma produção de 124,7 milhões de toneladas do cereal na safra 2024/25, 98 milhões só do milho de segunda safra, 11% acima do produzido na temporada anterior.
Para Willians Bini, meteorologista e especialista em clima, as atenções devem se voltar para os meses de junho e julho, período crucial para o desenvolvimento das plantas.
“Tivemos uma La Niña rápida, mas com pouco efeito durante o verão. Isso nos dá uma sensação de normalidade, mas também abre espaço para ondas de frio mais intensas, que podem ocorrer no final do outono, com risco de geada”, diz Bini.
Segundo o especialista, as projeções climáticas para os próximos meses mostram que a boa umidade deve persistir, garantindo o bom desenvolvimento das lavouras, especialmente em Mato Grosso. No sul do Brasil, porém, a previsão indica ausência de chuvas, mas isso não deve representar um grande risco.
“Por enquanto, as condições climáticas para o milho são bastante favoráveis, e acredito que o mercado seguirá com boas perspectivas de produtividade”, afirma. Ao que tudo indica, a supersafra vem aí.