Revista Exame

Sexo às claras

Entre os dias 8 e 12 de abril, a porta de entrada do Erótika Fair, feira de produtos eróticos realizada em São Paulo, viu passar todo tipo de figura. Eram drag queens em trajes esfuziantes, atrizes de vídeos, digamos, especializados com roupas idem, um ou outro entusiasta do sadomasoquismo vestido a caráter.</p> Eles eram bem-vindos, […]

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 22 de novembro de 2011 às 14h35.

Entre os dias 8 e 12 de abril, a porta de entrada do Erótika Fair, feira de produtos eróticos realizada em São Paulo, viu passar todo tipo de figura. Eram drag queens em trajes esfuziantes, atrizes de vídeos, digamos, especializados com roupas idem, um ou outro entusiasta do sadomasoquismo vestido a caráter.</p>

Eles eram bem-vindos, mas, entre os 50 000 visitantes previstos para a feira, os organizadores do autoproclamado "maior evento do gênero no hemisfério" estavam atrás de um público distinto: gente comum. "Esse mercado só vai escapar do preconceito quando as pessoas se derem conta de que sexo interessa a todos", afirma Evaldo Shiroma, o diretor da Erótika Fair.

Escondido num canto das videolocadoras, nas sex shops e, cada vez mais, nas telas solitárias da Internet, o sexo já é uma potência. Estima-se que o mercado dito oficial - excluindo, portanto, a prostituição e os negócios informais - movimente cerca de 200 milhões de reais por ano no país. Aqui se fala de vídeos, publicações, serviços de telessexo e apetrechos de natureza variada. No mundo virtual, os dados são mais impressionantes.

O endereço da Playboy, por exemplo, é o mais visitado entre todos os sites das revistas da Editora Abril. Não há números sobre o faturamento na Internet brasileira, mas um estudo da empresa de pesquisa americana Forrest Research afirma que os mais de 2 milhões de sites de sexo espalhados pelo mundo fizeram 1 bilhão de dólares trocar de mão em 1998.

Os organizadores e os 80 expositores da Erótika Fair querem morder um pedaço desse mercado. Entre desfiles de lingerie, aulas de sexo, exposições GLS e um peep show, a quarta edição da feira previa fazer 2 milhões de reais em negócios, bem acima do 1,2 milhão de reais da edição de 1999.

Podia fazer mais, não fosse o carimbo de "pervertido" que costuma ser aplicado à clientela. "Aos poucos vamos mudando essa mentalidade", afirma Ronaldo Cespedes, sócio da D&R, empresa da Erotic Machine, espécie de máquina de refrigerantes, com acessórios sexuais no lugar de latinhas geladas. "As pessoas estão perdendo a vergonha."

Mesmo no mundo dos vídeos pornográficos, há mudanças. A melhoria na qualidade das fitas - os produtores juram que isso acontece - está atraindo novos fregueses. "Hoje, não é mais raro ver um casal alugando uma de nossas fitas", afirma Norberto Bruni, gerente de marketing da Buttman, a maior produtora nacional.

O crescimento do público atrai até o capital estrangeiro - guardadas as proporções, é claro. Essa edição da Erótika trouxe o primeiro expositor de fora. O argentino Guillermo Marconi apresentou a Kamasutra, uma geringonça erótica de sua própria criação que mistura aparelho de ginástica, correias, bancos móveis... bom, chega. Ele espera conseguir aqui o sucesso que ainda não teve em Buenos Aires. "Os brasileiros têm menos preconceitos", diz Marconi. É, mas já fomos piores.

Acompanhe tudo sobre:estrategias-de-marketingFeirasSexo

Mais de Revista Exame

Invasão chinesa: os carros asiáticos que chegarão ao Brasil nos próximos meses

Maiores bancos do Brasil apostam na expansão do crédito para crescer

MM 24: Operadoras de planos de saúde reduzem lucro líquido em 191%

MM 2024: As maiores empresas do Brasil