Revista Exame

Cultura – Filmes que concorrem ao Oscar sem superprodução são destaques

Dois filmes fora do esquema blockbuster que concorrem ao Oscar são destaques nesta edição, além de um álbum da banda Weezer e de um livro de Dias Gomes

Willem Dafoe no papel de Vincent Van Gogh (Lily Gavin/Divulgação)

Willem Dafoe no papel de Vincent Van Gogh (Lily Gavin/Divulgação)

DR

Da Redação

Publicado em 31 de janeiro de 2019 às 05h26.

Última atualização em 31 de janeiro de 2019 às 05h26.

FILME

Na pele de Van Gogh

Adepto do estilo intenso de interpretação, Willem Dafoe já concorreu três vezes ao Oscar de coadjuvante, mas nunca venceu. Foi Jesus em A Última Tentação de Cristo (1988), de Martin Scorsese, mas nem sequer recebeu a indicação. Agora, o americano de 63 anos disputará pela primeira vez a estatueta de ator principal graças a outro personagem histórico. Em No Portal da Eternidade, ele vive o pintor holandês Vincent Van Gogh (1853-1890). O ator aprendeu a pintar para tentar reproduzir com maior fidelidade os gestos do artista. Dafoe venceu o prêmio de melhor ator no Festival de Veneza em 2018.

No Portal da Eternidade Direção de Julian Schnabel | Estreia em 7/2


FILME

Romance em preto e branco

Uma obra intimista em preto e branco sobre o romance entre um pianista e uma cantora durante a Guerra Fria, que se passa entre a Polônia stalinista e a Paris boêmia dos anos 50. Parece, à primeira vista, complicada ou discreta demais para concorrer a algum Oscar. Mas Guerra Fria garantiu três indicações: diretor (Pawel Pawlikowski), filme estrangeiro e fotografia. O polonês Pawel, que também é autor do roteiro original, conquistou o prêmio de melhor direção no Festival de Cannes no ano passado por esse filme. E Ida, seu longa anterior, foi eleito o melhor filme estrangeiro no Oscar 2015.

Guerra Fria | Direção de Pawel Pawlikowski | Estreia em 7/2


LIVRO

No país de Sucupira

Odorico Paraguaçu, o prefeito demagogo da fictícia Sucupira, está bem atual — talvez nunca tenha deixado de ser, com suas mentiras, manipulações, vitimismo e neologismos cheios de liberdade com a língua portuguesa. Criado por Dias Gomes numa peça teatral de 1962, o político pitoresco tornou-se referência com a novela O Bem-Amado, de 1973, e a série dos anos 1980, ambas da Globo. No seriado, o tom era mais cômico, e os enredos remetiam aos fatos nacionais da época. Sete dessas tramas foram reunidas no livro Sucupira, Ame-a ou Deixe-a, reeditado dentro do projeto de nova identidade visual para as obras de Gomes da Bertrand Brasil.

Sucupira, Ame-a ou Deixe-aDias Gomes | Bertrand Brasil | R$ 47,90


MÚSICA

Banda cover

Após 25 anos de carreira, roqueiros têm direito a um pouco de diversão. Isso deve ter levado a banda americana Weezer a lançar Weezer (Teal Album), uma coleção de dez covers, enquanto preparava outro álbum de composições inéditas, previsto para março. Na compilação de velhos hits, o quarteto aplica seu charme nerd de rock alternativo com eventuais guitarras pesadas. Africa (Toto), Everybody Wants to Rule the World (Tears for Fears), Sweet Dreams (Eurythmics), Take on Me (-A-ha) guardam uma fidelidade carinhosa aos originais. Em Billie Jean, a ginga rítmica de Michael Jac–kson faz falta.

Weezer (Teal Album)Weezer | Disponível em streaming

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