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Essa turismóloga perdeu o emprego após 20 anos no setor; hoje busca 1º milhão com roupas especiais

Mariana Mello perdeu emprego na pandemia. Com o mercado de trabalho em crise, ela encontrou no empreendedorismo uma forma de dar a volta por cima

Mariana Mello, fundadora da Ginga.Store: “Encontrei no empreendedorismo um novo sentido profissional” (Ginga.Store/Divulgação)

Mariana Mello, fundadora da Ginga.Store: “Encontrei no empreendedorismo um novo sentido profissional” (Ginga.Store/Divulgação)

Publicado em 23 de janeiro de 2025 às 06h00.

Última atualização em 23 de janeiro de 2025 às 10h16.

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Esse foi um dos questionamentos da paulista Mariana Mello ao receber o temido “você está despedida” durante a pandemia. Depois de 20 anos trabalhando com turismo, um dos mercados mais impactados pela covid-19, Mariana precisou mudar a rota. Passou por cinco startups, mas não se sentia realizada. A solução foi se reinventar para se encontrar.

Venho de uma família de imigrantes portugueses que se sustentaram pelo empreendedorismo. Foi assim com os meus avós, mas não com os meus pais. Minha mãe, psicóloga, e meu pai, engenheiro, valorizavam a educação e sempre foram funcionários. Pensei que esse seria o meu destino também, mas tudo mudou em 2020. Após 20 anos no setor de turismo, fui demitida durante o maior corte da área por causa da pandemia e, no caos do desemprego, encontrei um novo sentido profissional: o empreendedorismo.

A ideia do negócio surgiu de forma inesperada. Uma mudança na vida da minha irmã Carolina foi uma luz para o meu negócio. Minha irmã tentou de tudo para perder peso, mas só ganhou a luta contra a balança com uma cirurgia bariátrica. Vi Carolina perder peças de roupa muito rápido, sem ter ideia de qual peso teria no final do ano, e isso me inspirou a criar uma solução para um problema que muitas mulheres enfrentam — a falta de roupas que acompanhem as transformações do corpo.

Foi assim que criei, em 2023, aos 39 anos, a Ginga.Store, uma marca de roupas ajustáveis feitas com tecidos recicláveis, como garrafas PET. Mesmo sem conhecimento no setor, investi no negócio com a ajuda de uma consultora de moda que paguei com o bônus salarial do meu marido. Hoje, a Ginga.Store reflete um propósito: criar roupas que respeitem as curvas do corpo brasileiro e o meio ambiente.

O faturamento está em torno de 40.000 reais por mês, mas continua crescendo, e já vejo as peças chegando a novos perfis de clientes, como mulheres em fase de gestação e menopausa. A expectativa para este ano é dobrar o faturamento e chegar a novos mercados, como brechós e moda infantil. No final de tudo isso, levo comigo uma grande lição: mesmo diante de desafios, é sempre possível se reinventar.

*Em depoimento para a repórter Layane Serrano

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