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Visão Global — Salários nos Estados Unidos crescem em ritmo lento

O atual desempenho dos salários é um dos mais fracos na história recente dos Estados Unidos

Trabalhadora em fábrica nos Estados Unidos: apesar da boa fase da economia americana, os rendimentos das famílias ainda não decolaram no país | Daniel Acker/Getty Images

Trabalhadora em fábrica nos Estados Unidos: apesar da boa fase da economia americana, os rendimentos das famílias ainda não decolaram no país | Daniel Acker/Getty Images

DR

Da Redação

Publicado em 21 de junho de 2018 às 05h00.

Última atualização em 21 de junho de 2018 às 11h44.

Impulsionada pelo aumento da demanda mundial e também pelos estímulos fiscais do governo do presidente Donald Trump, a economia americana está vivendo uma das melhores fases em quase 20 anos. Segundo as projeções mais recentes do Banco Mundial, a expansão deverá chegar a 2,7% neste ano — ótimo resultado para uma economia desenvolvida. O aumento da atividade estimulou o mercado de trabalho. Hoje, o desemprego atinge apenas 3,8% da população economicamente ativa, um nível que não era visto nos Estados Unidos desde abril do ano 2000. Agora, uma questão vem intrigando os economistas. Esse bom desempenho não tem se traduzido numa alta expressiva dos salários. Em outras fases de expansão da economia, o aquecimento do mercado de trabalho já teria provocado uma  disparada nos rendimentos das famílias americanas. Mas o atual desempenho dos salários é um dos mais fracos na história recente dos Estados Unidos. De 1991 a 2011, por exemplo, os pagamentos subiram 38%. Na fase de expansão atual — de 2009 aos dias de hoje —, o ganho acumulado é de 21%. A boa notícia é que a inflação continua controlada, evitando aumentos mais expressivos das taxas de juro pelo Federal Reserve, o banco central americano. A dúvida é por quanto tempo a situação vai continuar. Se o número de contratações continuar subindo, o equilíbrio poderá ser ameaçado.

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RECUPERAÇÃO

A LIÇÃO DE PORTUGAL

Lisboa: o ajuste português compensou | Peter Phipp/Getty Images

Um dos países mais prejudicados pela crise da dívida europeia em 2009, Portugal é um exemplo de como um controle  sério dos gastos públicos é capaz de fazer a economia se recuperar de forma sustentável. No auge da crise, em 2011, o déficit primário chegou a 8% do PIB, e o país ficou à beira de um colapso. A saída foi recorrer a empréstimos da União Europeia e do FMI. Duros cortes foram feitos, inclusive nos salários do funcionalismo. No final, Portugal reduziu o déficit e, desde 2015, registra superávit. Num artigo recente, Mário Centeno, ministro das Finanças, e Miguel Castro Coelho, economista-chefe do ministério, argumentam que o desafio agora é diminuir a dívida pública e a privada e o desemprego entre os jovens. O país está bem preparado para seguir esse caminho.

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ITÁLIA

A DISCÓRDIA DA IMIGRAÇÃO

Resgate de imigrantes no Mediterrâneo: a Itália já recebeu 624 000 refugiados | Laurin Schmid/SOS Mediterranee/AGB PHOTO

A Itália é uma das principais portas de entrada da Europa para os refugiados que se arriscam na travessia do Mediterrâneo. De 2014 a 2017, entraram no país 624 000 imigrantes, geralmente usando embarcações precárias. Só no ano passado quase 3 000 pessoas morreram tentando alcançar a costa italiana, segundo a estimativa do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados. Apesar da gravidade do problema, a situação tem melhorado. Na primeira metade de 2018, o fluxo de imigrantes foi um dos menores em quatro anos. Isso, no entanto, não impediu o governo do novo primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, de fechar os portos para os barcos que resgatam refugiados, causando um embate na União Europeia. A imigração caiu, mas as disputas políticas estão longe de terminar.

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