(Julia Jabur/Exame)
Guilherme Guilherme
Publicado em 13 de outubro de 2022 às 06h00.
A falta de oferta tem provocado forte valorização no mercado imobiliário do Recife. O preço das vendas já está em seu segundo ano de alta, com aceleração de 7,8% nos últimos 12 meses até agosto deste ano. Mas é o valor do aluguel que mais tem subido, com salto de 18,3% no mesmo período, segundo o Índice FipeZap+.
Dados do Sindicato da Habitação de Pernambuco (Secovi-PE) mostraram que em julho de 2020 Recife tinha 4.900 imóveis residenciais disponíveis para locação. Em dois anos, esse número despencou 40%, para 2.900.
“O grande problema do Recife é a falta de oferta. Precisamos aumentar o número de construções para equilibrar o mercado”, afirma Avelar Loureiro, presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Pernambuco (Sinduscon-PE). Loureiro conta que o descompasso entre oferta e demanda tem entre os motivos a legislação do município, considerada até há pouco restritiva quanto aos locais de construção.
A expectativa de Loureiro é de que essa realidade comece a ser alterada a partir do ano que vem, quando espera começar a ver os primeiros frutos do plano diretor aprovado pelo município no fim de 2020. “Prevemos um aquecimento a partir de 2023, com o lançamento de novos projetos fazendo com que os preços caiam significativamente na cidade.”
Na prática, disse Loureiro, o plano diretor deu maior acesso ao lançamento de novos projetos nas áreas centrais da capital pernambucana. “São regiões esquecidas, onde ficavam as antigas fábricas, perto do porto.”
O presidente do Sinduscon-PE conta que há muitos projetos a serem lançados na região, tendo como foco principal imóveis na faixa de 400.000 reais. “São apartamentos grandes, com varanda gourmet e estruturas de condomínio, que só passaram a ser permitidos agora. A tendência é que ocorra uma explosão nesse mercado a partir do ano que vem.”
LEIA TAMBÉM: