Revista Exame

Randoncorp aumenta liderança feminina em 80%, desafio histórico para setor de transporte

Atuação social foi destaque em 2024 para a companhia, que atuou para remediar efeitos das enchentes no Rio Grande do Sul, como a reconstrução de pontes e infraestruturas

Daniel Randon, CEO da Randoncorp: “A recuperação do RS é trabalho de longo prazo, e seguimos empenhados nessa retomada” (Leandro Fonseca /Exame)

Daniel Randon, CEO da Randoncorp: “A recuperação do RS é trabalho de longo prazo, e seguimos empenhados nessa retomada” (Leandro Fonseca /Exame)

Publicado em 26 de junho de 2025 às 06h00.

Em 2024, a multinacional de transporte e mobilidade Randoncorp consolidou sua transformação estrutural para um futuro mais sustentável. Um esforço que incluiu reestruturação de sua liderança, com a criação de duas vice-presidências executivas e o cargo de Chief of People and Culture Officer, para aperfeiçoar a gestão dos negócios na América do Sul e globalmente.

A agenda de diversidade integra as principais ambições ESG da companhia, que desde 2021 mantém a meta de duplicar o número de mulheres em cargos de liderança. A dimensão do desafio está refletida na realidade setorial: dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados mostram que mulheres representam apenas 17,8% dos trabalhadores nas empresas de transporte do país. Ainda assim, em 2024 a Randoncorp registrou aumento de 80% de mulheres na liderança desde 2020.

Durante as enchentes de abril e maio de 2024 no Rio Grande do Sul, quando 96% das cidades sofreram com os efeitos das águas, o Instituto Elisabetha Randon teve papel central na situação emergencial. Cerca de 300 colaboradores foram impactados. A corporação atuou para auxiliar as famílias de forma contínua e prossegue na reconstrução da infraestrutura afetada, incluindo escolas e pontes. “Entendemos que é um trabalho de longo prazo. E seguimos empenhados em colaborar com esse processo de retomada”, afirma Daniel Randon, presidente da Randoncorp.

A redução de emissões de CO₂ orienta os objetivos ambientais, com meta de 40% de queda até 2030. A inauguração da Caldeira Verde na operação fabril da Frasle Mobility, em Caxias do Sul, representou um marco significativo dessa jornada. Movida a biomassa, tecnologia que substituiu a utilização de gás natural, foram evitadas emissões equivalentes a 10.000 toneladas anuais de gás carbônico, reduzindo 20% das emissões totais da companhia. Conforme Randon, o desenvolvimento da caldeira sustentável envolveu investimento de 17 milhões de reais e dois anos de pesquisa.

A inovação atingiu patamar recorde com 73 patentes registradas no Instituto Nacional da Propriedade Industrial, posicionando a Randoncorp entre os três grupos privados com maior número de registros nos últimos dois anos.

Para 2025, a corporação espera avançar ainda mais no mapeamento da pegada de carbono, engajando toda a cadeia de valor. Embora a meta trate das emissões em escopo 1 e 2, o escopo 3 representa 93% das emissões totais, exigindo colaboração estratégica com parceiros e fornecedores na construção de soluções antecipadas para os desafios da mobilidade sustentável.

DESTAQUES DO SETOR

Weg

Mais de 1 bilhão de reais investidos em pesquisa e inovação para ampliar seu portfólio de produtos sustentáveis que apoiam a transição energética e a mobilidade elétrica; e outros 37,6 milhões de reais aportados em cerca de 300 projetos que impactaram aproximadamente 600.000 pessoas — neste caso, com foco em diversidade, inclusão produtiva e segurança ocupacional, num firme compromisso de gerar impacto para a comunidade. Esse foi o saldo, em 2024, das iniciativas que a WEG, multinacional de equipamentos eletroeletrônicos, empreendeu tendo a sustentabilidade no centro da estratégia.

No período, seu Programa Carbono Neutro alcançou 28% de redução nas emissões desde 2021, com 260 projetos implementados. Agora a companhia persegue a ambiciosa meta de 52% de redução até 2030. Em parceria com a Natura, a WEG também anunciou recentemente uma agroindústria na Ilha das Cinzas, no Pará, que deve beneficiar mais de 470 famílias extrativistas com aumento de 60% em sua renda.

Electrolux do Brasil

O Grupo Electrolux, fabricante de eletrodomésticos, estabeleceu a meta de neutralidade climática até 2033, expandindo o compromisso para toda a cadeia de valor até 2050. Na América Latina, todas as operações já utilizam eletricidade renovável, enquanto as plantas conquistaram certificação Zero Aterro, garantindo descarte de rejeitos próximo a 0,01%. Uma nova diretriz global ainda amplia para 35% o uso de aço e plástico reciclados até 2030, dobrando o escopo da meta anterior e fortalecendo a circularidade de materiais.

Esse modelo prioriza não só a eficiência de recursos como também o desenvolvimento comunitário. No aspecto social, o destaque é o programa Gastronomia Sustentável. Por meio da iniciativa, foram capacitadas mais de 500 pessoas em situação de vulnerabilidade social, gerando oportunidades no mercado de trabalho para 70% delas. A companhia também vem ampliando programas de diversidade e bem-estar, promovendo desenvolvimento sustentável e impacto significativo no futuro do trabalho.

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