A coleção da grife Balenciaga no Fortnite: design exclusivo para os jogadores (Divulgação/Divulgação)
A expressão é nova: advergame. E vem da fusão das palavras, em inglês, “advertising” e “game”, que na prática é a inserção de material publicitário dentro de jogos. Os advergames mixam o entretenimento que gera a imersão da jogatina com a oportunidade de manter o usuário exposto à marca durante horas sem se dar conta. Uma estratégia que, apesar de recente, se torna diferencial para as marcas que precisam convencer novos consumidores constantemente.
E vale o investimento. Só no Brasil, de acordo com dados da Pesquisa Game Brasil, cerca de 70% da população consome pelo menos um jogo eletrônico. O crescimento do setor é, obviamente, um atrativo para que as marcas se aproximem cada vez mais do segmento. Segundo um estudo realizado pela Wunderman Thompson, a publicidade em games e eSports deverá movimentar globalmente cerca de 10 bilhões de dólares até 2024.
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Opções para anunciar não faltam. Em jogos para celular, os anunciantes podem comprar banners que aparecem entre os níveis e anúncios que permitem aos jogadores desbloquear bônus ou moedas no jogo. Muitas vezes eles podem ser encontrados em jogos gratuitos. As marcas também podem criar seus próprios minijogos. Para jogos online, como os competitivos de eSports, as empresas podem comprar outdoors ou pôsteres digitais, além de posicionamentos normalmente encontrados em ambientes esportivos tradicionais, como espaços de quadra, campo ou estádio.
Um bom exemplo é o Roblox, que, apesar de ser um jogo voltado para o público adolescente, é na verdade uma empresa que vale mais de 45 bilhões de dólares. Nele, grifes como Vans, Nike e Ralph Lauren já ocuparam espaços e ofereceram itens exclusivos aos jogadores. Outras marcas, e até atletas famosos, já entraram no Fortnite, da Epic Game, como skins de personagens, incluindo Balenciaga, NFL e Naomi Osaka. A Coca-Cola fez até uma ilha no Fortnite chamada Pixel Point, em homenagem à nova bebida “com sabor de pixel”.
No Brasil, o GTA e o Cidade Alta, comandados pela empresa brasileira Outplay, já utilizam até mesmo a tecnologia de NFTs para levar marcas e novos negócios para dentro dos jogos. O espaço também é ponto de venda disputado por agências de publicidade e companhias como Submarino, Jeep e iFood. “As marcas aparecem no jogo como no mundo real, com a publicidade estampando produtos, espaços de mídia e ativações com celebridades”, afirma Paulo Benetti, CEO da Outplay.
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