Revista Exame

Quero morar no Waldorf Astoria

Quando reabrir, em 2022, um dos hotéis mais icônicos do mundo terá 375 residências privadas

Fachada do hotel Waldorf | Divulgação /

Fachada do hotel Waldorf | Divulgação /

Guilherme Dearo

Guilherme Dearo

Publicado em 9 de abril de 2020 às 05h00.

Última atualização em 12 de fevereiro de 2021 às 14h53.

Nova York - Quando foi inaugurado na Park Avenue em 1931, o hotel Waldorf Astoria era o mais alto do mundo, com seus 47 andares. Foi um dos primeiros a ter rádio e ar-condicionado. Nas cozinhas foram inventados dois clássicos americanos, a Salada Waldorf e o Bolo Red Velvet. Por seus quartos e salões passaram toda a política e o ­showbiz do século 20. Todos os presidentes americanos, de Herbert Hoover a Barack Obama, hospedaram-se ali, assim como Winston Churchill e Nikita Khrushchev. Os shows e as festas foram lendários. Marylin ­Monroe, Grace Kelly, Marlene Dietrich e Elizabeth Taylor emprestaram beleza e talento ao edifício. Cole Porter morou ali por 30 anos. Anos depois, Frank Sinatra quis morar na mesma suíte de Porter e topou pagar 1 milhão de dólares por ano pelo luxo.

Marylin Monroe com Arthur Miller e Frank Sinatra (abaixo): hóspedes célebres e shows memoráveis | Fotos: Bettmann/Getty Images e Ron Galella/Getty Images

Fechado para reforma desde 2017, um dos ícones de Manhattan reabrirá em 2022 com uma nova função: além de hotel de luxo, será um prédio residencial de alto padrão, o The Towers of the Waldorf Astoria, com 375 apartamentos e preço inicial de 1,7 milhão de dólares para um estúdio de 49 metros quadrados. Um apartamento de dois quartos e 105 metros quadrados no 19o andar sairá por 4,75 milhões de dólares. Uma unidade de 279 metros quadrados e quatro quartos custará 18,5 milhões de dólares. As duas joias da coroa serão as coberturas nas duas torres icônicas do prédio, ainda sem o preço final revelado.

Por trás do empreendimento está o grupo chinês Dajia Insurance, que em 2015 comprou o hotel por 1,95 bilhão de dólares, na maior transação hoteleira dos Estados Unidos. Para a renovação do Waldorf Astoria, está investindo mais 1bilhão de dólares. O projeto arquitetônico é do escritório Skidmore, Owings and Merrill, de Chicago, por trás de construções como a Willis Tower e o Burj Khalifa, em Dubai. Os residentes do The Towers terão luxos exclusivos: acesso a mais de 4.600 metros quadrados de serviços, como uma piscina coberta de 25 metros com vista para o skyline de Manhattan, spa, bar, tea­tro, cinema, adegas, sala de jogos e um jardim de 740 metros quadrados no terraço.

As vendas das unidades começaram em março. Uma galeria foi criada no térreo do prédio para receber os interessados, com um piano Steinway que pertenceu a Cole Porter. Mas isso somente vai continuar acontecendo com o fim da quarentena causada pela covid-19. Nem mesmo o lendário Waldorf Astoria resistiu ao coronavírus. 

Acompanhe tudo sobre:Estados Unidos (EUA)HotéisNova York

Mais de Revista Exame

Borgonha 2024: a safra mais desafiadora e inesquecível da década

Maior mercado do Brasil, São Paulo mostra resiliência com alta renda e vislumbra retomada do centro

Entre luxo e baixa renda, classe média perde espaço no mercado imobiliário

A super onda do imóvel popular: como o MCMV vem impulsionando as construtoras de baixa renda