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Projeto da IBM usa computadores ociosos em prol da ciência

Um projeto da IBM utiliza milhares de computadores em horários de inatividade para ajudar no desenvolvimento de pesquisas

IBM: projeto usa conceito de colaboração coletiva (foto/Getty Images)

IBM: projeto usa conceito de colaboração coletiva (foto/Getty Images)

Diogo Max

Diogo Max

Publicado em 16 de novembro de 2017 às 10h18.

Última atualização em 16 de novembro de 2017 às 10h19.

Usar o tempo ocioso de computadores ao redor do mundo para processar dados de pesquisas científicas. É esse o objetivo do World Community Grid, um projeto da empresa de tecnologia da informação IBM que incentiva voluntários a, de maneira simples, contribuir para o progresso da ciência. Para participar, basta se cadastrar na plataforma de colaboração coletiva. A partir daí, o tempo ocioso da máquina cadastrada passa a ser usado numa série de pesquisas mundiais nas mais diversas áreas. “A beleza do projeto está em não precisar disponibilizar computadores parrudos para trabalhos que precisam de uma grande capacidade de processamento”, diz Jonathan Colombo, gerente de cidadania corporativa da IBM.

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Ao se inscrever para participar do projeto, o voluntário pode deixar seu computador livre para qualquer um dos estudos em andamento ou escolher algum que lhe agrade. Desde o início do World Community Grid, em 2004, foram criados 30 projetos, dos quais oito continuam ativos. Um deles, lançado no ano passado, é o projeto OpenZika, liderado pela Universidade Federal de Goiás em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz. A pesquisa trabalha em quatro frentes: a busca de uma forma de impedir a proliferação da doença do vírus zika, maneiras de controlar a população de mosquitos transmissores, o desenvolvimento de uma vacina e o tratamento para a doença.  Funcionários da IBM trabalharam com cientistas e, juntos, determinaram os dados que precisam ser processados. No caso do OpenZika, são cerca de 30 milhões de compostos químicos que devem ser testados com a proteína do vírus. O tempo que os funcionários trabalham em parceria com os pesquisadores é contabilizado como horário de trabalho. “Doar conhecimento, tempo e tecnologia é a maneira de a empresa impactar a sociedade positivamente”, diz Colombo.

O processamento dos resultados é feito por um supercomputador criado em nuvem com todas as máquinas disponibilizadas. O OpenZika conta, atualmente, com a ajuda de 80 000 máquinas no mundo, o que corresponde a 34 000 anos de processamento contínuo se o trabalho fosse feito por uma única máquina. Ao fim da pesquisa, o conhecimento dos técnicos da IBM é novamente requisitado para que os dados coletados sejam empregados da melhor maneira. “Os funcionários sentem orgulho de contribuir para uma ação concreta que beneficia toda a sociedade”, diz Colombo. Além de acelerar as novas descobertas, o programa prevê que todas as informações coletadas se tornem públicas.

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