Revista Exame

De que maneira jogadores como Djokovic querem mudar a realidade do tênis

Um dos esportes mais populares do mundo, o tênis sofre com disputas e desencontros que impedem o crescimento como negócio

Djokovic: o tenista número 1 do mundo  quer reformar o esporte e ajudar os atletas na parte inferior do ranking (Karim Sahib/Getty Images)

Djokovic: o tenista número 1 do mundo quer reformar o esporte e ajudar os atletas na parte inferior do ranking (Karim Sahib/Getty Images)

Foi uma cena inusitada no US Open do ano passado, interrompido pela pandemia: havia uma plateia. No final de agosto, um grupo de cerca de 80 tenistas de máscara se reuniu no estádio Grandstand, em Nova York, lotando os assentos. O grupo tinha sido convocado ao estádio pelo tenista canadense Vasek Pospisil e pelo sérvio, número 1 do ranking mundial masculino, ­Novak Djokovic. Frustrados com o ritmo lento das mudanças no tênis, Pospisil e Djokovic buscam formar uma associação de jogadores — não exatamente um sindicato, mas um grupo capaz de negociar o valor dos prêmios e amea­çar boicotes quando necessário. A reunião, marcada pelo WhatsApp, foi a mais recente saraivada na guerra sem fim do tênis contra si mesmo. 

O tênis é o quarto esporte mais popular do mundo. A base mundial de fãs é superior a 1 bilhão de pessoas, e seus astros estão entre os atletas mais bem pagos do planeta. Como negócio, porém, o tênis é um eterno azarão. O esporte representa apenas 1,3% do valor total dos direitos globais de TV e de mídia esportiva. É uma parcela ainda menor que a do golfe, do hóquei ou do críquete, de acordo com um relatório de 2018 da empresa de dados SportBusiness. Jogadores bons o suficiente para ganhar partidas nos Grand Slams têm dificuldade de se bancar, tendo, às vezes, de procurar um segundo emprego. Tentativas de consertar o esporte tendem a descambar para disputas internas. Jogadores e organizadores de torneios se engalfinham pelos prêmios. Os jogadores homens têm se mostrado pouco dispostos a colaborar com as mulheres. “Todo mundo desconfia de todo mundo”, diz Etienne de Villiers, que trabalhou como presidente da Associação de Tenistas Profissionais (ATP) de 2005 a 2008. 

A tenista Tara Moore: a união dos torneios masculinos e femininos sofre resistência dos homens (Jordan Mansfield/Getty Images)

Mesmo antes da pandemia, o tênis já passava por incertezas. Sua maior geração de estrelas — Roger Federer, Rafael Nadal e Djokovic, do lado masculino, e Serena Williams, do feminino — aproxima-se da aposentadoria, e há poucos sucessores óbvios à vista. O coronavírus deixou o esporte ainda mais exposto. Porém, o vírus também levou os líderes do esporte a pensar numa reforma. Voltou à discussão uma parceria entre os torneios masculino e feminino, proposta que poderia levar a um aumento de receitas. A demanda por jogos mais curtos e mais amigáveis para a TV vem ganhando força. E as tensões latentes entre jogadores e torneios têm empurrado algumas das estrelas a uma revolta declarada.

(Arte/Exame)

O tênis profissional é menos uma operação de uma empresa só e mais um império espalhado e dividido, composto de feudos, facções e subfacções. Antes da pandemia, o esporte gerava cerca de 2,3 bilhões de dólares em receitas anuais. Cerca de 60% vem dos torneios US Open e dos outros três Slams (Wimbledon, Roland Garros e Aberto da Austrália), e cada um opera de modo independente. O restante do valor vem de circuitos supervisionados pela ATP e pela WTA (a associação de tênis feminino). Uma terceira entidade, a International Tennis Federation (ITF), rea­liza os próprios eventos, que incluem competições entre países.

Hoje, a ATP e a WTA são estruturadas entre os jogadores e os organizadores de torneios — mão de obra e diretoria na mesma mesa. Esse arranjo levou a uma paralisia política, especialmente na ATP. O conselho da organização é formado por um número igual de jogadores e executivos e supervisionado por um presidente que vota em caso de empate. A estrutura não é resultado de um planejamento cuidadoso; é uma bizarrice histórica que surgiu após uma luta de poder nos anos 1980.

Em vez de explorar iniciativas que possam gerar mais receita, a direção da ATP geralmente passa o tempo se pronunciando sobre falta de acordos sobre o valor dos prêmios e os compromissos de calendário. Os tenistas querem jogar menos ganhando mais; os torneios querem que os tenistas joguem mais ganhando menos. “É como assistir a uma novela”, diz Charlie Pasarell, que passou duas décadas no conselho da ATP. “Você pode parar de acompanhar os capítulos por um ou dois anos. Mais tarde você volta a assisti-la e o enredo continua exatamente o mesmo.”

No ano passado, o presidente da ATP, Andrea Gaudenzi, fez circular um relatório alertando que o tênis poderia “descambar para a obsolescência”, a menos que as facções rivais começassem a trabalhar juntas. Mas Pospisil, de 30 anos, diz que uniu forças com Djokovic por desconfiar cada vez mais dos executivos. “Você vê esses caras andando de terno, e eles são só sorrisos”, diz ele. “A maior parte dos jogadores está fechando as contas no zero a zero ou então está perdendo dinheiro. Não deveria ser assim.” (Djokovic não quis dar entrevista.)

Os jogadores reclamam com frequên­cia que a ATP e a WTA favorecem os donos do torneio, que têm tempo, dinheiro e experiência para levar adiante seus interesses. Historicamente, o poder dos jogadores gira em torno da disposição das principais estrelas de defender os colegas. “O jogo está sempre à mercê das pessoas no topo”, afirma Richard Evans, historiador do esporte. Nas primeiras semanas da pandemia, Dominic Thiem, austríaco que ganhou o US Open em 2020 e recebeu 30 milhões de dólares de prêmio em dinheiro, se mostrou relutante à ideia de contribuir com um fundo para os jogadores na lanterna do ranking, que lutam contra o desemprego. “Muitos são bastante antiprofissionais”, afirmou ele na ocasião. “Não vejo por que deveria dar dinheiro a eles.” Na maioria das vezes, porém, a atual geração de estrelas é generosa. Em 2012, um grupo de jogadores liderado por Federer negociou com os Slams­ um aumento dos prêmios das primeiras rodadas, iniciativa que Serena Williams também apoiou. 

E aí entra o fator Djokovic. Embora seus críticos minimizem a nova associação de jogadores como um esquema de Djoko para aumentar sua influência, o jogador diz ter uma responsabilidade moral. “Quando falamos de política no tênis, estamos falando dos primeiros 50 a 100 [jogadores do ranking]”, disse ele à imprensa em novembro. “Pouca atenção é dada àqueles que são o maior grupo, do 100o ao 500o lugar. Eles têm grandes problemas.” 

Em 2017, prestes a se formar na Universidade da Virgínia, Thai-Son Kwiatkowski venceu o campeonato da NCAA, conquistando uma vaga no US Open daquele ano. Depois de terminar a faculdade ele sofreu uma lesão no joelho e teve de arcar com o tratamento. Em 2019, Kwiatkowski tuitou o balanço de seu imposto de renda, mostrando um prejuízo de 63.000 dólares. “Meu ponto é”, escreveu ele, “coloquem seus filhos nos esportes de equipe”.

Vasek Pospisil, do Canadá: o tenista lidera os esforços com Djokovic para criar uma associação de jogadores (Francois Nel/Getty Images)

Os melhores jogadores de tênis ganham a maior parte do dinheiro por meio de patrocínios. Naomi Osaka, a mulher número 2 do ranking, ganhou 37,4 milhões de dólares em 2020, quase tudo dos patrocinadores, o que faz dela a atleta mais bem paga do mundo, segundo a Forbes. O melhor jogador do tênis masculino, Federer, ganhou 106 milhões de dólares, sendo 100 milhões em patrocínios. Contudo, a grande maioria depende dos prêmios, que às vezes mal dá para cobrir as despesas de viagem. “Não é uma vida glamurosa”, diz Noah Rubin, criador do perfil do Instagram Behind the Racquet, em que ele fala das dificuldades dos tenistas. Em 2018, Rubin chegou ao 125o lugar no ranking mundial e disputou dois Grand Slams. Naquele ano ele ganhou cerca de 225.000 dólares de prêmios. Um golfista em posição equivalente ganharia cerca de 600.000 dólares a mais do que esse valor no mesmo ano. No final, Rubin saiu com apenas 15.000 dólares de ganho, segundo ele, depois de quitar despesas com viagens, comida, equipamento, hospedagem e salários da equipe.

No torneio feminino, as finanças das jogadoras são ainda mais precárias. Jamie Loeb, americana de 26 anos classificada entre as 300 melhores, diz que, todos os anos como tenista profissional, fechou as contas no zero a zero ou perdeu dinheiro. Durante a pandemia, Loeb aceitou um emprego de meio período trabalhando em uma empresa que fabrica quadras. “Temos de dar nosso jeito de tocar o barco”, diz ela.

Reservadamente, alguns executivos e ex-executivos de tênis argumentam que as dificuldades dos jogadores são uma característica do capitalismo — e que o tênis é um esporte movido a estrelas em que mais ou menos os 30 jogadores do topo geram o grosso da atividade. Outros chamam isso de uma falta de imaginação. Será que um esporte que movimenta bilhões não deveria permitir que mais de 30 atletas se tornassem astros e que os demais tivessem uma renda confortável? 

Muitos jogadores descrevem a carreira no tênis como uma aposta — uma aposta de que viajar e competir um torneio distante ou contratar um treinador caro trará ganhos que vão compensar os custos iniciais. Alguns gostariam de diminuir os riscos, como receber um salário mínimo, como o auxílio fornecido na pandemia pelas associações, ou organizar campeonatos com sistemas de pontuação que dessem oportunidades para os jogadores iniciantes. “São passos para tornar o tênis mais popular e ampliar o número de fãs em vez de ter todos esses torneios em que Roger, Rafa e Novak vão longe”, diz Peter Polansky, tenista veterano canadense que já jogou nos quatro Grand Slams. O reforço dos escalões mais baixos do tênis também ajudaria a cuidar do futuro do esporte. “Por mais que todo mundo queira ver Federer, Nadal e Djokovic jogando até 2054, não vai acontecer”, diz Tara Moore, britânica que chegou a ocupar o 145o lugar do ranking mundial. “Precisa haver uma próxima geração. Tem de haver um grupo de pessoas que mantenha a competição viva.”

As reformas perdidas do tênis 

A certa altura do mandato como presidente da ATP de 2005 a 2008, Etienne de Villiers recebeu uma ligação de um velho amigo: Bernie Ecclestone, o bilionário britânico que transformou a Fórmula 1 numa potência esportiva. A conversa caminhou para uma hipótese remota: e se Ecclestone comandasse o show? A conversa foi uma mera “conjectura inocente”, diz De Villiers, e não uma discussão séria sobre possíveis investimentos. Mas Ecclestone tem admitido essa possibilidade ao longo dos anos, dizendo a seus conhecidos que anda pensando em “cuidar do tênis”. Se ele investir, porém, gostaria de ser dono de todas as grandes propriedades e tomar as decisões sozinho. “Nunca fui muito bem em lidar com democracia”, diz ele. “É meio que necessário haver um ditador.”

Rafael Nadal e Roger Federer: a atual geração de astros não tem novos substitutos claros (Julian Finney/Getty Images)

Um ecossistema unificado, em que um único proprietário ou comissário controla os Grand Slams, a ATP, a WTA e a ITF, é um argumento frequentemente apresentado como a melhor esperança de reforma do esporte. Permitiria, entre outras coisas, uma negociação conjunta de acordos de mídia e patrocínio, criando um produto mais comercializável e aumentando as receitas. Hoje, as três entidades e cada um dos Slams negociam os direitos televisivos separadamente. “O tênis precisa diminuir a fragmentação”, diz Mark Webster, diretor executivo do braço de direitos de mídia da ATP. 

Porém, não há nenhuma perspectiva realista de os mandachuvas atuais permitirem que alguém os compre. Em várias ocasiões nos últimos 20 anos, ATP e WTA discutiram uma fusão de torneios. Contudo, as discussões foram interrompidas por um obstáculo teimoso: o onipresente machismo do tênis masculino. Em meados dos anos 2000, o presidente da WTA, Larry Scott, era o candidato mais cotado para assumir a presidência da ATP. Defensor declarado de torneios masculinos e femininos conjuntos e prêmios iguais para mulheres, ele nunca recebeu uma oferta. Mais tarde, em 2008, Scott, ainda presidente da WTA, apresentou à ATP uma proposta de fusão que projetava uma receita extra de mais de 1 bilhão de dólares em seis anos. De novo, os jogadores homens rejeitaram a ideia. A ATP gera mais que o triplo de receita da WTA, e há tempos os jogadores acreditam que uma fusão beneficiaria mais as mulheres do que os homens. 

Uma política de autodestruição semelhante condenou outra das grandes iniciativas do esporte: a criação de uma Copa do Mundo de Tênis. Há décadas, o tênis masculino tem um torneio internacional de equipes, a Copa Davis, supervisionada pela ITF. Em 2016, estava cada vez mais claro que a estrutura da disputa, com jogos espaçados ao longo de meses, vinha tornando a competição pouco atraente para os jogadores e confusa para os torcedores. Tanto a ATP como a ITF esperavam criar um novo torneio internacional com o apelo comercial de um Slam. O presidente da ITF, David Haggerty, cogitou reformas, incluindo combinar a Copa Davis com o campeonato mundial feminino, chamado de Fed Cup. 

(Arte/Exame)

Na mesma época, a empresa de investimentos esportivos Kosmos, fundada pelo jogador de futebol Gerard Piqué, do Barcelona, e pelo bilionário Hiroshi Mikitani, começou a discutir com a ATP a criação de um torneio de equipes. Piqué apresentou planos ao Conselho de Jogadores, que votou a favor do avanço da proposta em 2016. Levou apenas alguns meses para o acordo desmoronar, em parte por conflitos sobre o calendário das partidas. Em vez disso, a Kosmos fez uma parceria com a ITF, assumindo o compromisso de investir 3 bilhões de dólares ao longo de 25 anos no tênis de base e em um torneio repaginado da Copa Davis. Já a ATP fez um acordo separado com a Federação Australiana de Tênis para começar a ATP Cup, torneio de equipes com estrutura semelhante.

Em vez de criar uma única vitrine, ATP e ITF acabaram saindo com dois torneios masculinos quase idênticos, disputados com diferença de seis semanas. As negociações eram “muito, muito contraproducentes”, diz Bruno Soares, campeão brasileiro de duplas que atua no conselho de jogadores. “Era simplesmente impossível — política, dinheiro e interesses pessoais. Todo mundo puxa a brasa para sua própria sardinha.” O resultado das negociações enfureceu Djokovic, que sentiu que a liderança da ATP deixou os jogadores de fora das discussões. “Estamos constantemente sob pressão para sermos peões no jogo de xadrez dos outros”, escreveu ele em um e-mail de 1.400 palavras aos tenistas do conselho em julho de 2018. Um ano depois, a Kosmos levou à ATP a ideia de fusão das copas ATP e Davis, mas as negociações não chegaram a lugar nenhum. O torneio feminino, enquanto isso, foi repaginado e adotou um novo formato. A perspectiva de um evento combinado dos homens e das mulheres parece mais remota do que nunca. 

Serena Williams: a pandemia pode acelerar as mudanças no esporte (Andy Cheung/Getty Images)

De certo modo, a pandemia foi boa para o tênis. Muitas pessoas enclausuradas têm agora praticado o esporte com distanciamento social. Já no nível profissional, o vírus tem forçado até os tradicionalistas mais ferrenhos a pensar em uma reforma estrutural. No ano passado, Federer anunciou no Twitter que apoiaria uma fusão dos campeonatos. “Talvez agora seja mesmo a hora”, escreveu ele. Gaudenzi, o atual presidente da ATP, diz que também apoia a iniciativa. “Crise inevitavelmente pede colaboração”, diz ele. “Como de certo modo estamos todos em apuros, a tendência é ficarmos juntos.”

Ex-jogador italiano que já ocupou o 18o lugar do ranking mundial, Gaudenzi, de 47 anos, assumiu a ATP no pior momento possível. Em janeiro de 2020, primeiro mês dele no cargo, incêndios florestais arrasaram o sudeste da Austrália, interrompendo um evento da ATP realizado em Camberra nos preparativos para o Aberto do país. Naquele mesmo mês Gaudenzi apresentou aos jogadores um conjunto ambicioso de planos posteriormente detalhado por ele em um documento de 67 páginas. Gaudenzi propôs instituir uma fórmula vinculando aumentos nos prêmios dos torneios ao crescimento dos lucros das disputas — uma potencial solução para as negociações litigiosas com os jogadores. Ele também defendeu ampliar os torneios da ATP para criar mais vagas para os jogadores. Além disso, soltou algumas ideias de mais longo prazo, como unificar os direitos de mídia dos Grand Slams.

Porém, uma disputa política estava à espreita. No início do ano passado, Pospisil e Djokovic contaram a Gaudenzi suas intenções. “Vocês podem esperar?”, pediu Gaudenzi. “Este é nosso plano. Nós queremos mudar.” A associação de jogadores foi em frente; e a pandemia atrasou as reformas. Mas os problemas trazidos pela crise também reforçaram o principal argumento de Gaudenzi: a gestão fragmentada do tênis profissional prejudica os jogadores e diminui o crescimento do esporte.

Depois de Federer endossar uma fusão ATP-WTA, Nadal também se pronunciou, dizendo que esperava ver uma “união do tênis masculino e feminino”. É a primeira vez na história do esporte que seus principais jogadores e a liderança da ATP declaram apoio público a uma fusão. Mas acertar os detalhes vai ser complicado. “Não tenho um cronograma para isso”, diz Steve Simon, presidente da WTA. “Não sei quando vai acontecer.”

No ano passado, Gaudenzi, Simon e os líderes dos Grand Slams montaram um grupo de trabalho para discutir a possibilidade de combinar os direitos de TV, além de outras estratégias para unir o esporte. A mera existência do grupo já conta como uma conquista, afirma Gaudenzi. No passado, houve épocas em que os líderes dos principais conselhos diretivos se viam apenas algumas vezes por ano. Agora as reuniões são a cada duas semanas.

A diretoria da ATP está pronta para votar a proposta de Gaudenzi em junho. Não está claro se ela vai passar. A maioria dos jogadores a apoia, mas alguns organizadores são contra uma parte do plano, que exige dos eventos que abram mais suas contas para os atletas. Não faltam metáforas para Gaudenzi explicar os desafios que o esporte tem pela frente. Se o tênis fracassar em evoluir para uma operação mais sofisticada e lucrativa, diz ele, o esporte pode passar pela devastação financeira que o Napster causou na indústria da música nos anos 2000. E, se reformar a ATP é uma maratona, o pior trecho da corrida ainda está mais à frente para ele. “Ou você cruza a linha”, diz ele, “ou tudo explode”.  


Tradução de Fabrício Calado Moreira

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