Positive Brands: a marca estima faturamento 70% maior em 2020 mesmo com a pandemia. (Castanhas/Getty Images)
Matheus Doliveira
Publicado em 16 de julho de 2020 às 06h00.
Última atualização em 12 de fevereiro de 2021 às 11h59.
Em fevereiro, a empresa dos irmãos cearenses Felipe e Rodrigo Carvalho tinha acabado de completar seis anos quando a dupla recebeu uma proposta: abrir mão de 50% da Positive Brands, descrita pelos sócios como uma marca com o propósito de produzir leite de castanha e outros alimentos à base de plantas. Em troca, poderiam utilizar a gigantesca estrutura e a capacidade de distribuição do grupo 3Corações. O resultado foi uma joint venture de partes iguais, mas ainda gerida pelos irmãos. “A gente fala que foi a junção café com leite. Mas, nesse caso, leite vegetal”, brinca Rodrigo.
Dona do rótulo de leite A Tal da Castanha e do isotônico à base de água de coco Jungle, a Positive Brands nasceu em 2014 como um anexo da exportadora de amêndoas da família dos sócios. Logo no primeiro ano, os irmãos faturaram 1,25 milhão de reais e perceberam um mercado pouco explorado. “Não queríamos apenas fazer uma versão brasileira do que já existe lá fora. O grande desafio foi fazer tudo do zero. Quando começamos, não tínhamos nenhuma indústria com conhecimento para fazer leite vegetal no Brasil”, diz Felipe.
No ano passado, a empresa alcançou uma receita de 29 milhões de reais. Depois da parceria com a 3Corações, que possui 28 centros de distribuição e 400.000 pontos de venda no país, a Positive Brands estima um faturamento 70% maior neste ano. Antes da pandemia, que colocou os 25 funcionários da sede, em Fortaleza, para trabalhar remotamente, a expectativa de crescimento era de 90%. Em 2021, a meta é ainda mais ambiciosa: faturar 75 milhões de reais, um acréscimo de 120%.
Segundo os sócios, com a Positive Brands nasceram princípios que seguem à risca a máxima de “menos é mais”. Os produtos são feitos com pouquíssimos ingredientes, todos naturais e preferencialmente orgânicos. O carro-chefe da marca, A Tal da Castanha, leva apenas água e, claro, castanha-de-caju. A preocupação ambiental se aplica a toda a cadeia. A marca paga para cooperativas de reciclagem darem novo uso a 100% das embalagens. As garrafas PET do isotônico Jungle já são feitas com 30% de plástico reutilizado. Até o final de 2021, o compromisso é não usar mais plástico virgem.
Os sócios enxergam a parceria com a 3Corações como uma chance de expandir seus valores. “O mundo está virando uma chave. No futuro, vamos achar esquisito tomar o leite que sai da vaca, e não o vegetal.”