Revista Exame

Mercado Livre, Creditas e farmacêuticas puxam onda de inovação no Brasil

Companhias realizam investimento recorde no país, apesar dos pesares

Centro de pesquisa: até 2025, a indústria farmacêutica deve faturar 200 bilhões de reais ao ano no Brasil (Eduardo Frazão/Exame)

Centro de pesquisa: até 2025, a indústria farmacêutica deve faturar 200 bilhões de reais ao ano no Brasil (Eduardo Frazão/Exame)

LA

Lucas Amorim

Publicado em 24 de fevereiro de 2022 às 05h28.

Em meio às indefinições eleitorais no Brasil e ao risco de guerra entre Rússia e Ucrânia, há uma varejista que investirá 17 bilhões de reais no Brasil em 2022. O Mercado Livre, empresa que ilustra a capa desta edição, é um retrato de como a evolução acontece apesar das novas ondas de pandemia, da inflação crescente, da alta dos juros.

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A varejista criada em 1999 na Argentina tem no Brasil seu maior mercado e, impulsionada pela digitalização crescente, está dobrando sua aposta no país. Além de ampliar sua rede logística, com quatro novos centros de distribuição, o Mercado Livre passou a oferecer a seus vendedores e clientes a opção de investir até em criptomoedas. Resultado: em poucas semanas a empresa já tem 1 milhão de investidores nesse nicho de mercado. Na outra ponta, há 300 milhões de latino-americanos que ainda não têm conta em banco, uma enorme oportunidade para a companhia nos próximos anos. 

Esta edição traz a história de dezenas de companhias que, assim como o Mercado Livre, aproveitam os gargalos brasileiros para crescer e ajudam a modernizar um ambiente de negócios historicamente refém das grandes crises locais e globais. A fintech de crédito Creditas, por exemplo, dobra de tamanho a cada ano. Oferece a seus clientes condições mais favoráveis usando como garantia bens como casa, carro ou até o salário.

Ataca, dessa forma, um problema histórico no Brasil: oferecer empréstimo para quem na teoria não precisa do dinheiro. O negócio acelerou nos últimos dois anos, e a empresa, com uso intensivo de tecnologia e de análise preditiva, pode fazer uma das maiores aberturas de capital do mercado brasileiro em breve.

Por sua vez, empresas tradicionais, como as grandes farmacêuticas nacionais, protagonizaram nos últimos anos um ciclo inédito de investimento em inovação. Fogem, assim, de uma armadilha provocada pela dependência de medicamentos genéricos, cada dia mais baratos e com menos diferencial competitivo. O investimento em pesquisas já chegou a 1 bilhão de reais por ano.

O volume é tímido se comparado ao do Mercado Livre, mas é um novo marco em um caminho sem volta. O próprio Mercado Livre, cinco anos atrás, investia 1 bilhão de reais por ano no Brasil, mas já sabia a direção que queria tomar. Mais inovação, mais dados, mais ambição — e um ambiente de negócios mais plural. Sozinho, o Mercado Livre ajudou a formalizar mais de 100.000 empresas no Brasil, por exemplo. Apesar das incertezas latentes — e até das renovadas ameaças de guerra —, os negócios avançam.  


(Publicidade/Exame)

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