Revista Exame

Filmes "Até os Ossos" é ovacionado no Festival de Veneza e vira um dos destaques do ano

Cinco anos após o sucesso de Me Chame Pelo Seu Nome, Timothée Chalamet e Luca Guadagnino estreiam o longa sobre canibalismo Até os Ossos

Timothée Chalamet em Até os Ossos: filme sobre impulso sombrio foi ovacionado no Festival de Veneza e é um dos destaques do ano (Divulgação/Divulgação)

Timothée Chalamet em Até os Ossos: filme sobre impulso sombrio foi ovacionado no Festival de Veneza e é um dos destaques do ano (Divulgação/Divulgação)

JS

Julia Storch

Publicado em 17 de novembro de 2022 às 06h00.

Timothée Chalamet, o ator americano com rostinho bonito e nome e sobrenome franceses, fez sua estreia em Hollywood em 2017 como protagonista do longa Me Chame Pelo Seu Nome, baseado no livro homônimo e com direção de ­Luca Guadagnino. Descobrindo a paixão e o amor, o adolescente Elio, interpretado por Chalamet, sofre de uma paixão intensa por Oliver (Armie Hammer), aluno de seu pai, em um verão na Itália. Quatro anos após a indicação ao Oscar de Melhor Ator, Chalamet ganha novamente destaque nas telas, desta vez como coprotagonista, com outro longa dirigido por Guadagnino: Até os Ossos, com estreia marcada para 1o de dezembro.

Baseado no livro de Camille DeAngelis, o filme narra a história do primeiro amor de Maren (Taylor Russell), uma jovem mulher que nunca conheceu a mãe e aprendeu a sobreviver à margem da sociedade depois de ser abandonada pelo pai. A jovem acredita que a busca pela mãe fará com que ela entenda seu desejo de comer carne humana. Ela se une ao intenso andarilho Lee (Chalamet), e os dois se banham de sangue em uma viagem por estradas dos Estados Unidos durante a década de 1980, tendo de encarar seus passados traumáticos. Juntos, eles exploram o impulso sombrio de comer carne humana, ao mesmo tempo que se sentem acuados pela possibilidade de serem descobertos.

“Há duas forças que me interessam em relação ao canibalismo, que todos os personagens principais são obrigados a respeitar: o conjunto do instinto que eles têm e como eles crescem para se adaptar a ele. Os jovens personagens resistem, lutam, desafiam uns aos outros e a si mesmos com questões morais e tentam escapar do que são. Os adultos estão esquecendo aquela luta moral que tiveram e estão se tornando mais desobedientes e cínicos sobre quem são”, disse Guadagnino em entrevista à Vanity Fair.

O filme pode ser interpretado como uma metáfora da repressão sexual na época em que a aids matava milhares de jovens pelo mundo. ­Maren tenta reprimir seus desejos, ensinados como negativos por seu pai. Como muitos jovens que foram deserdados ou expulsos de seus lares pelo pensamento conservador da época, Maren e Lee se tornam a família que escolheram.

Como Maren, Russell também ganhou projeção com o lançamento do filme no Festival de Veneza, que durante a estreia recebeu 10 minutos de aplausos. Na Itália, a atriz canadense recebeu o Prêmio Marcello Mastroianni de Melhor Jovem Atriz; e Guadagnino, o troféu Leão de Prata de Melhor Diretor.

Até Os Ossos | Warner Bros. Pictures | Estreia nos cinemas em 1o de dezembro


Exposição

Vozes do Xingu 

Xingu: Contatos, até 9 de abril no IMS SP (Divulgação/Divulgação)

Primeiro grande território indígena demarcado no Brasil, em 1961, o Xingu acaba de ganhar uma mostra no IMS, em São Paulo. Com seis curtas-metragens produzidos especialmente para a exposição e mais de 200 itens, incluindo filmes e obras de comunicadores e artistas indígenas, a mostra também foca as mudanças que ocorreram desde o século 19 no território de Mato Grosso ocupado por mais de 6.000 pessoas.

Xingu: Contatos | Até 9 de abril de 2023 | Instituto Moreira Salles, av. Paulista, 2.424, São Paulo


Literatura

Protagonismo feminino

Paraty, sede da 20a edição da FLIP (Richard Souza/Getty Images)

 

No ano que marca a 20a edição da Feira Literária de Paraty, pela primeira vez o evento vai homenagear uma mulher negra, a escritora Maria Firmina dos Reis. Por cinco dias, a cidade litorânea receberá grandes nomes da literatura, como a francesa Annie Ernaux, vencedora do Nobel de Literatura de 2022. A fotógrafa Claudia Andujar será homenageada com um debate com mediação do escritor Davi Kopenawa e das fotógrafas brasileiras Nair Benedicto e Nay Jinknss.

Flip (Feira Literária de Paraty) | De 23 a 27 de novembro | Paraty, Rio de Janeiro


Música

Memórias do pop e do rock

Dois lançamentos póstumos relembram sucessos de grandes músicos

Jackson, 66o artista mais escutado no Spotify mesmo 13 anos após sua morte (Divulgação/Divulgação)

Difícil bater os números que Michael Jackson alcançou. Em uma época pré-streaming, a medida de sucesso de uma música era a venda de discos. Lançado há 40 anos, o uivo do lobisomem que ecoa em Thriller já foi ouvido mais de 855 milhões de vezes no YouTube. Quando foi lançado, o álbum homônimo ficou mais de 500 semanas na lista da Billboard e até hoje já vendeu mais de 100 milhões de cópias. Mesmo 13 anos após sua morte, Jackson é o 66o artista mais escutado no Spotify. Para comemorar o feito de 1982, o disco Thriller 40 será relançado no próximo dia 18, com 15 outros registros das sessões.

Neste mês também será relançada a gravação em vinil remasterizada do show de 1969 do The Jimi Hendrix Experience, que originou o álbum Los Angeles Forum: April 26, 1969. A apresentação do grupo que durou três anos conta com 11 faixas com Hendrix na guitarra e nos vocais, Noel Redding no baixo e Mitch Mitchell na bateria. E uma curiosidade: Hendrix faria 80 anos em 27 de novembro. 

Michael Jackson | Thriller 40 | Sony Music | Disponível nas plataformas de streaming

The Jimi Hendrix Experience | Los Angeles Forum: April 26, 1969 | Disponível nas plataformas de streaming

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