Protesto contra fechamento de fábrica da Ford em São Bernardo do Campo (SP): as crises financeiras são as que mais afetaram as companhias (Bruno Rocha/ Fotoarena/Exame)
André Jankavski
Publicado em 4 de julho de 2019 às 05h14.
Última atualização em 8 de julho de 2019 às 15h11.
Antever crises que possam afetar os negócios está entre os maiores desafios dos executivos no dia a dia corporativo. Afinal, os problemas podem vir tanto do cenário macroeconômico como do surgimento de uma tecnologia disruptiva capaz de mudar o comportamento dos consumidores. Para dimensionar o impacto de crises nas empresas, a consultoria americana PwC entrevistou 2.000 executivos da alta liderança, em 43 países, e descobriu que os principais problemas enfrentados pelas empresas nos últimos cinco anos foram a falta de liquidez para investir no negócio e as falhas de tecnologia que comprometem o dia a dia da operação.
Olhando para o futuro, porém, as preocupações são diferentes — e estão relacionadas à inovação: as mais temidas são os crimes virtuais e o lançamento de tecnologias disruptivas pela concorrência, com novidades que podem mudar completamente o mercado. A pesquisa também mostrou que passar por uma crise pode deixar a empresa mais forte: 42% dos executivos ouvidos afirmaram que, após os períodos turbulentos, a posição de suas empresas melhorou em relação à concorrência. O restante, no entanto, ficou estagnado ou perdeu espaço no mercado. “As empresas que passam melhor pelas crises são as que não ignoram o problema e trabalham para resolvê-lo de forma transparente com os colaboradores”, diz Leonardo Lopes, sócio da PwC Brasil.
ALIMENTAÇÃO
A alimentação baseada em comida orgânica e artesanal vem ganhando espaço na dieta das pessoas no mundo todo. No Brasil, a produção de alimentos livres de agroquímicos cresce a uma taxa de 20% ao ano, segundo o Conselho Brasileiro da Produção Orgânica e Sustentável. Essa tendência deve se expandir ainda mais, de acordo com um levantamento global da fabricante belga de alimentos Puratos. O estudo, feito com cerca de 17.000 pessoas, em 40 países, mostrou que os consumidores querem mais alimentos orgânicos e artesanais na mesa.
A região que mais se destacou nesse quesito foi a América do Sul: 40% dos entrevistados afirmaram que devem comprar mais desses alimentos no futuro, ante 30% na média global. Mais: quase 60% dos sul–americanos disseram estar dispostos a pagar mais por esses produtos. “Não acredito que os alimentos industrializados vão acabar, mas a pesquisa confirma que quem não ouvir os consumidores poderá ter problemas para competir no futuro”, diz Fabio Di Giammarco, presidente da Puratos na América Latina.