Revista Exame

Os prós e os contras dos leilões de imóveis

Num site de leilões foi vendido recentemente um apartamento de 54 metros quadrados na Bela Vista, em SP, por R$ 198 mil. Mas há riscos para os compradores

Vista de Alphaville, na Grande São Paulo: com a crise, aumentou o número de imóveis vendidos com desconto em leilões eletrônicos | Germano Lüders /  (Germano Lüders/Exame)

Vista de Alphaville, na Grande São Paulo: com a crise, aumentou o número de imóveis vendidos com desconto em leilões eletrônicos | Germano Lüders / (Germano Lüders/Exame)

DR

Da Redação

Publicado em 29 de novembro de 2017 às 12h50.

Última atualização em 30 de novembro de 2017 às 19h12.

O número de leilões de imóveis disparou neste ano. Apenas a Caixa Econômica Federal leiloou 11.400 unidades no primeiro semestre, 35% mais do que no mesmo período de 2016, segundo um levantamento do escritório de advocacia Paula Faria, especializado no setor. Os imóveis — que, na maioria dos casos, foram tomados de quem não conseguiu pagar as prestações do financiamento ou está há meses sem pagar o condomínio — são vendidos com desconto, o que pode ser uma oportunidade para quem tem dinheiro e quer trocar de casa ou investir.

No site de leilões Zukerman foi vendido recentemente um apartamento de 54 metros quadrados no bairro da Bela Vista, em São Paulo, por 198.000 reais, o que equivale a 3.640 reais por metro quadrado. Segundo um estudo realizado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, o metro quadrado nesse bairro está em cerca de 8.500 reais. Mas há riscos para os compradores. Na maioria das vezes não é possível visitar o imóvel antes de comprá-lo para saber que reformas serão necessárias. Além disso, em geral, há moradores vivendo nos imóveis leiloados. Eles têm um prazo de 30 dias depois da emissão do certificado de posse do novo dono para deixar o local, mas nem sempre isso é seguido e ações judiciais podem arrastar o processo por anos. O conselho dos especialistas é procurar um advogado antes de comprar. Se o desconto for grande, o trabalho pode valer a pena.


PARA LEMBRAR

CVC

A empresa de viagens CVC está começando a colher os frutos de suas quatro aquisições — entre elas a compra da empresa de viagens corporativas Rextur Advance, concluída em junho. A CVC diversificou sua atuação no setor de turismo e obteve bons resultados. De janeiro a setembro, as reservas de viagens aumentaram 14%; e o lucro, 18%. Sete dos oito analistas que cobrem a empresa recomendam a compra das ações, que já subiram quase 100% no ano.


ATENÇÃO

PORTO SEGURO

As ações da seguradora Porto Seguro subiram cerca de 45% no ano, e a maioria dos analistas acha que ficaram caras. Apenas um dos dez profissionais que acompanham a empresa recomenda comprar seus papéis. Um dos motivos é a queda dos juros. As seguradoras investem em renda fixa boa parte dos recursos mantidos em reserva para pagar as indenizações —

com juros menores, a rentabilidade caiu. Além disso, o aumento da competição reduziu a margem de lucro de seguros de vida e de saúde.


BOLSA 

AS NOVAS APOSTAS NA EDUCAÇÃO

Sala de aula da Estácio: entre as ações mais recomendadas | Felipe Hanower/Agência O Globo

A recuperação da economia deixou os investidores mais otimistas com as ações de empresas voltadas para o consumo interno, e o setor de educação está entre os preferidos. As ações mais recomendadas pelos analistas são as das redes de escolas Estácio e Ser Educacional, segundo um levantamento da empresa de tecnologia e informação Thomson Reuters. Para o banco BTG Pactual, a Estácio ainda tem espaço para cortar os custos por aluno, que são 70% maiores do que os da concorrente Kroton, em média. Além disso, a Estácio planeja entrar, em 2018, no segmento de educação básica, considerado promissor pelos analistas. A Ser é indicada em razão de sua estratégia de expansão no ensino superior. A empresa conseguiu, neste ano, credenciamento para operar em mais de 25 cidades, principalmente nas regiões Norte e Nordeste.


COMPORTAMENTO

CASO PERDIDO

Consumidores em São Paulo: sobrou dinheiro, faltou investimento | Alexandre Barribugli

O comportamento financeiro dos brasileiros continua surpreendendo — para pior. Uma pesquisa realizada pelo aplicativo de finanças pessoais GuiaBolso com parte de seus 3,7 milhões de usuários revelou uma boa notícia e duas ruins. A boa é que mais usuários estão gastando menos do que ganham. Alguns reduziram as despesas, outros conseguiram aumentar as receitas com o início da recuperação da economia. Apesar disso, estão pagando mais juros em empréstimos e investindo menos. Ou seja, o dinheiro extra  está parado na conta.


RENDA FIXA

UM BOM ANO PARA QUEM INVESTIU EM TÍTULOS PÚBLICOS

Quem investiu em títulos públicos ganhou dinheiro neste ano. O rendimento variou de 12% a 18% de janeiro a novembro, enquanto o CDI ficou em 9% no período. Os mais rentáveis foram os papéis prefixados (veja abaixo). A rentabilidade elevada se deveu à queda dos juros, que aumentou o valor dos papéis emitidos no passado, quando as taxas eram mais altas. Para os próximos meses, os especialistas recomendam investir em títulos públicos atrelados à inflação com prazos de vencimento mais longos a partir de 2024. O rendimento, a partir de 5% ao ano mais a variação do IPCA, é considerado vantajoso.

Toque para ampliar

Toque para ampliar
Acompanhe tudo sobre:BTG PactualImóveisLeilõessao-pauloTítulos públicosVarejoYduqs / Estácio

Mais de Revista Exame

Borgonha 2024: a safra mais desafiadora e inesquecível da década

Maior mercado do Brasil, São Paulo mostra resiliência com alta renda e vislumbra retomada do centro

Entre luxo e baixa renda, classe média perde espaço no mercado imobiliário

A super onda do imóvel popular: como o MCMV vem impulsionando as construtoras de baixa renda