Revista Exame

Os produtos que são tendência para 2015

O mundo do trabalho está em transformação.Nesse novo mundo, mobilidade é essencial. por isso, novos produtos para atender quem trabalha remotamente estão entre os destaques para 2015

Mala inteligente: criada pela empresa americana Bluesmart, a mala tem localizador GPS, pode ser trancada a distância e informa o próprio peso. Serve também como bateria extra para recarregar o notebook. 260 dólares, ainda não disponível no Brasil (Divulgação)

Mala inteligente: criada pela empresa americana Bluesmart, a mala tem localizador GPS, pode ser trancada a distância e informa o próprio peso. Serve também como bateria extra para recarregar o notebook. 260 dólares, ainda não disponível no Brasil (Divulgação)

DR

Da Redação

Publicado em 7 de janeiro de 2015 às 16h05.

São Paulo - O mundo do trabalho está em transformação. O escritório pode ser a sala de casa, um café de um shopping center e o saguão de um aeroporto. nesse novo mundo, mobilidade é essencial. por isso, novos produtos para atender quem trabalha remotamente estão entre os destaques para 2015.

O ano deve ter outras três tendências marcantes: a dos aparelhos que monitoram a saúde e ajudam a melhorar a performance durante os exercícios, como o esperado relógio da Apple; a dos objetos de luxo retrô; e a dos produtos inteligentes para casa. São panelas, termômetros para cozinha e até trancas de portas que se comunicam via wi-fi com smartphones.

Trabalho em movimento

A tecnologia está se transformando em uma das maiores aliadas do trabalho remoto. Quem viaja para fazer negócios ou prefere adotar a flexibilidade do home office sabe que é preciso investir em equipamentos que tornem o trabalho a distância mais produtivo. Grandes empresas de tecnologia e startups inovadoras estão atentas a essa nova demanda.

Até pouco tempo atrás, o executivo precisava ir ao escritório para fazer reu­niões e trocar informações. Hoje consegue realizar as mesmas atividades sem estar fisicamente no mesmo local que seus colegas e — melhor — a um custo muito baixo.

Nos Estados Unidos, 2,4% dos trabalhadores fazem seu trabalho prioritariamente de casa. Mas esse número sobe para 40% se forem levados em conta todos os que adotam ocasionalmente a opção do home office.

Um estudo da Universidade Stanford, que avaliou durante nove meses 249 empregados de uma companhia do setor de tecnologia sediada na China, concluiu que o trabalho remoto elevou cerca de 13% a produtividade dos funcionários.

Outros benefícios que as empresas costumam relatar são a redução de custos com o aluguel de escritórios, o menor consumo de energia e a maior satisfação dos empregados, livres das agruras do trânsito.

Um traço em comum entre as novidades tecnológicas voltadas para esse mercado é a simplicidade no manuseio, o que acaba sendo uma economia para as empresas. Sem complicações, os funcionários que trabalham em casa não ficam reféns do departamento de suporte técnico. Os fabricantes também têm investido em produtos leves e compactos, essenciais para os viajantes corporativos.

Uma das principais tendências são aparelhos que congregam várias funções. Entre eles, um dos que chamam mais a atenção é a mala da americana ­Bluesmart, que pode ser localizada pelo GPS e serve para recarregar eletrônicos, como o computador.

Saúde digital

Primeiro surgiram os relógios para atletas que começaram a medir o batimento cardíaco. Isso aconteceu na década de 80. Tempos depois, os aparelhos ganharam um GPS e passaram a medir as distâncias percorridas por corredores e ciclistas. Mais recentemente, esses relógios se conectaram a sites. Um novo capítulo dessa história deve se iniciar em 2015 com a esperada chegada ao mercado do Apple Watch.

Além de monitorar atividades físicas, o relógio da Apple vai se conectar ao iPhone, controlar a lista de músicas, mostrar textos de mensagens e até pagar contas nas lojas americanas habilitadas pelo sistema Apple Pay. Outros fabricantes já lançaram suas versões de smartwatches, mas as consultorias apostam que a força da marca criada por Steve Jobs deve fazer essa categoria decolar.

De acordo com dados da Nextmarket, consultoria americana especializada em produtos tecnológicos, deverão ser vendidos 37 milhões de smartwatches em 2015, mais do que o dobro do registrado em 2014. Desse total, a Apple deve abocanhar 65%, com 24 milhões de aparelhos comercializados, segundo projeções do banco suíço UBS.

As estimativas apontam que em 2020 a venda de relógios inteligentes alcançará o patamar de 373 milhões de unidades — o que fará essa categoria ser tão popular quanto os tablets. Uma série de produtos digitais ligados à área da saúde deve pegar carona nessa nova tendência.

A pulseira inteligente da empresa americana Jawbone apresenta informações sobre atividades físicas, como taxa de respiração, e monta um treino específico com base nos dados.

“O surgimento de pulseiras que acompanham a movimentação diária e de smartwatches vai popularizar de vez os cuidados com a saúde”, diz Reynaldo Saad, sócio responsável pela área de consumo da consultoria inglesa Deloitte. Um dos filões dessa nova tendência são os aparelhos que ajudam a medir a qualidade do sono, como o Aura, da fabricante americana Withings.

Luxo retrô

Os icônicos anos 50 e 60 estão na mira das marcas de luxo globais. Grifes como Louis Vuitton, Yves Saint Laurent e Marc Jacobs têm lançado coleções inspiradas nessa época, marcada por imensas transformações culturais e pelo surgimento do mercado consumidor de massa. A tendência retrô é vista em acessórios femininos e masculinos, com marcas reeditando alguns de seus maiores clássicos.

Para os consumidores brasileiros, não é mais preciso esperar para ter acesso a essas novidades. “Até pouco tempo atrás, a defasagem entre o lançamento de uma coleção no exterior e a chegada aqui era de dois anos”, diz Claudio Diniz, sócio da consultoria carioca Maison du Luxe. “Hoje, alguns produtos chegam quase imediatamente.” Por quê? O mercado de luxo no Brasil quase triplicou de tamanho desde 2006 e deverá movimentar 23 bilhões de reais em 2015.

Antes concentrado apenas nas cidades de São Paulo e do Rio de Janeiro, o varejo de altíssimo padrão agora avança com força para outras partes do Brasil.

Recentemente, o Nordeste tornou-se a região de maior crescimento, com uma expansão média de 35% em todas as categorias — de perfumaria a automóveis. De acordo com uma pesquisa da GfK, consultoria especializada em consumo, a taxa de crescimento anual da venda de artigos de grife em Salvador passou de 6% para 15%.

Outras re­giões mais consolidadas, como a Sul, também têm ganhado destaque. Em Curitiba, um novo shopping dedicado ao consumo de luxo, o Pátio Batel, inaugurado em setembro de 2013, trouxe novas marcas globais para a cidade, como as italianas Prada e Valentino.

A dispersão geográfica do luxo no Brasil é resultado do aumento no número de ricos. Segundo um levantamento do banco Credit Suisse divulgado em outubro, o Brasil conta com um total de 225 000 milionários (em dólares, é bom que se diga). No seleto grupo dos 10% mais ricos do mundo, há cerca de 5 milhões de cidadãos brasileiros. Entre o 1% mais abastado, o número é aproximadamente 300 000.

Casa inteligente

Um assunto que sempre rende uma conversa animada é lembrar como era a vida antes do celular, da internet e do computador — os produtos variam de acordo com a faixa etária. Tendo como medida os últimos lançamentos destinados à nossa casa, em breve as conversas nostálgicas vão incluir perguntas sobre o tempo em que precisávamos de chave para as portas ou tínhamos de controlar pessoalmente o andamento da cozinha.

A americana August começou a vender recentemente uma tranca que pode ser controlada pelo smartphone, de forma interativa e por um preço relativamente acessível — 250 dólares. “Para usar corretamente os produtos de alta tecnologia em casa, antes era preciso ser um Ph.D., e os preços eram praticamente proibitivos”, diz Michael Sutcliff, chefe da área de tecnologia da empresa de consultoria Accenture.

Com a comunicação entre os smartphones e os mais variados produtos, isso está mudando. A previsão é que em 2020 haverá cerca de 50 bilhões de aparelhos com a capacidade de se conectar entre si, segundo um relatório da empresa de tecnologia Cisco. Além do conforto de controlar panelas, portas, geladeiras e uma infinidade de máquinas a distância, as novidades estão tornando o dia a dia mais fácil.

O termômetro da iDevices avisa pelo celular quando uma carne chegou ao ponto escolhido pelo cozinheiro. “Os consumidores, como sempre, querem aumentar o conforto em sua casa. A diferença agora é que a tecnologia tem ajudado para que isso aconteça numa velocidade maior”, diz Alexandre van Beeck, gerente da consultoria Gouvêa de Souza.

Entre as novidades que poderão ser lançadas mais à frente há uma lâmpada que será ligada pelo celular e indicará quantas horas ainda tem de vida útil. Mais do que um controle remoto, os smartphones serão um meio para os aparelhos espalhados pela casa nos avisarem sobre eventuais problemas.

Acompanhe tudo sobre:Edição 1080LuxoSaúdeTendências

Mais de Revista Exame

Borgonha 2024: a safra mais desafiadora e inesquecível da década

Maior mercado do Brasil, São Paulo mostra resiliência com alta renda e vislumbra retomada do centro

Entre luxo e baixa renda, classe média perde espaço no mercado imobiliário

A super onda do imóvel popular: como o MCMV vem impulsionando as construtoras de baixa renda