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MM 2025: Receita da Globo chega a R$ 17,3 bilhões e lucro cresce 152%

Na categoria Participações e Mídia, a Globo retoma o crescimento, a Fundação Bradesco amplia atuação social, e clubes tradicionais seguem pressionados

Organizações Globo: a empresa registrou alta de cerca de 8% sobre o ano anterior (Globo/Divulgação)

Organizações Globo: a empresa registrou alta de cerca de 8% sobre o ano anterior (Globo/Divulgação)

Juliana Pio
Juliana Pio

Editora-assistente de Marketing e Projetos Especiais

Publicado em 25 de setembro de 2025 às 22h00.

Na era da atenção fragmentada, a tv aberta, que por décadas concentrou a maior parte dos investimentos publicitários, passou a dividir espaço com a internet. Juntas, as duas mídias responderam por mais de 80% dos 26,3 bilhões de reais movimentados em 2024, segundo o Cenp-Meios. Nesse cenário de competição pela audiência, as Organizações Globo conseguiram transformar sua reestruturação em resultados concretos e figuraram entre os destaques de Participações e Mídia. O conglomerado, que reúne emissoras abertas, canais pagos, streaming, jornais, revistas e estúdios como o Projac, registrou receita líquida de 17,3 bilhões de reais em 2024, alta de cerca de 8% sobre o ano anterior. O lucro cresceu 152% e levou a margem a 12%, quase o dobro da média histórica do setor. O desempenho foi sustentado por medidas como o fortalecimento do Globoplay, a adoção de tecnologias para reduzir custos e uma reengenharia de produtos que substituiu contratos longos por projetos sob demanda.

A categoria, que adota a receita líquida como critério de seleção, recebeu 42 inscrições, mas apenas 20 chegaram ao recorte final entre as mil maiores do país. A lista vai do fortalecimento de centrais de atendimento à presença de clubes de futebol pressionados pelas finanças. Entre elas, a Fundação Bradesco ganhou espaço. Parte do volume vem de transferências do banco controlador, mas o destaque reflete a decisão de direcionar parte do resultado para iniciativas sociais. A entidade investe em diferentes frentes de educação, que vão do ensino fundamental e médio à formação técnica e profissionalizante, reforçando a dimensão social do grupo e ampliando sua presença em iniciativas ambientais, sociais e de governança (ESG).

No setor de atendimento, a Atento reduziu o prejuízo de quase 300 milhões de reais em 2023 para 19 milhões de reais em 2024, enquanto a AeC ampliou receita e resultado. Pressionado por custos e pela automação digital, o call center dá sinais de reorganização, ainda com margens apertadas. No futebol, o retrato difere do ano anterior, quando as Sociedades Anônimas do Futebol (SAFs) dominaram a cena. Clubes de gestão tradicional ganharam visibilidade, mesmo sem resultados robustos. O Flamengo registrou déficit de 2,6 milhões de reais, próximo ao equilíbrio em um segmento marcado por perdas generalizadas, segundo o Ibmec. Corinthians e São Paulo, mesmo com receitas expressivas, acumularam prejuízos maiores, evidenciando a dificuldade de transformar faturamento em lucro em meio à retração de patrocínios e à economia estagnada. 

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