(Cyla Costa/Exame)
Diretor de redação da Exame
Publicado em 22 de março de 2023 às 06h00.
Última atualização em 22 de março de 2023 às 14h22.
No momento em que a equipe da EXAME finalizava este especial anual de investimentos, as ações do banco Credit Suisse, negociadas em Zurique, caíam por volta de 20%, puxando o índice bancário europeu para um recuo de mais de 6%. Em Paris e Frankfurt, bancos como o BNP Paribas e o Deutsche Bank caíam cerca de 10%. Do outro lado do Atlântico, investidores americanos seguiam sem ter visibilidade se a quebra do Silicon Valley Bank levaria a uma crise generalizada no mercado de crédito e de investimentos. A crise bancária certamente levaria a uma aceleração na queda dos juros nos Estados Unidos e também no Brasil nas próximas semanas. São leituras feitas no calor do momento e que comprovam a dificuldade de produzir uma edição especial focada em investimentos para os próximos meses.
Veja também:
Mas o aperto dos jornalistas da EXAME é pouco perto das dificuldades enfrentadas por gestores de investimentos nesses momentos de alta octanagem nos mercados globais. Some-se a esse rol de dificuldades o fato de o Brasil produzir sua própria leva de incertezas e indefinições, turbinada diariamente por um novo governo. Na falta de projetos concretos para o longo prazo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seus assessores mais próximos esquentam o noticiário com pautas que ampliam ainda mais a incerteza diária e as dúvidas sobre a política fiscal. Separar o som do ruído é uma tarefa inglória para os mais experientes gestores de investimento do Brasil. Para entregar retornos acima da concorrência, as melhores assets do país precisam escrutinar o cenário macro e transformar a leitura em ações micro para o curto, o médio e o longo prazo.
Ao longo das matérias dessa edição de março, apresentamos os eventos que devem marcar o mercado de investimentos nos próximos meses, e mostramos como gestoras vencedoras em 18 categorias recortam a realidade para montar portfólios campeões. Explicamos, por exemplo, por que fundos de investimento em cadeias agroindustriais estão a caminho de virar um mercado de 200 bilhões de reais. Contamos, também, por que especialistas de gestoras como a Ibiuna, a Asset do Ano do prêmio Melhores do Mercado, acreditam que o Brasil pode atingir taxas de juro mais baixas caso as políticas fiscal e monetária andem para a mesma direção. Nas páginas a seguir, um guia para navegar em meio ao nevoeiro.