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Dados & Ideias — Onde está o crescimento?

Um estudo da consultoria econômica 4E mostra que, neste ano, o crescimento está mais concentrado nas regiões Centro-Oeste e Sul do país

Plantação de soja | Lucas Ninno/Getty Images /  (Lucas Ninno/Getty Images)

Plantação de soja | Lucas Ninno/Getty Images / (Lucas Ninno/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 2 de novembro de 2017 às 05h11.

Última atualização em 2 de novembro de 2017 às 05h11.

A economia brasileira entrou em uma rota de recuperação da maior crise de sua história. Mas muitos brasileiros ainda não sentem a melhora da situação no dia a dia e duvidam que uma virada esteja em curso. Onde está a tão falada retomada? Um estudo da consultoria econômica 4E responde a essa pergunta. Os dados mostram que, neste ano, o crescimento está mais concentrado nas regiões Centro-Oeste e Sul do país. A economia brasileira como um todo deve ter um leve avanço de 0,8% em 2017, enquanto o Centro-Oeste deve apresentar crescimento de 2,3%, e o Sul, de 1,8%. “O resultado decorre do ano extraordinário do agronegócio, com uma safra recorde”, diz Alejandro Padrón, economista da 4E, responsável pelo levantamento.

02O ano de 2018, no entanto, será de ressaca para a agricultura. Segundo as projeções do governo, o setor de grãos terá uma produção 4% inferior à deste ano, trazendo resultados mais modestos para o Centro-Oeste. “Em 2018, os serviços e a indústria começam a ganhar tração, pela melhora do mercado de trabalho e pela recuperação da renda do consumidor, beneficiando as regiões Sul e Sudeste”, diz Padrón. O Sul deve crescer mais: 2,2% em 2018, enquanto a economia do Sudeste deve avançar 1,8%. O Norte e o Nordeste, por sua vez, entraram mais cedo na crise e são as regiões que registram a retomada mais lenta neste ano. Segundo a 4E, elas dependem mais de gastos públicos, e os governos estão num processo de ajuste fiscal. Mas em 2018 a vida deve ficar um pouco melhor, especialmente para os nordestinos.

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TECNOLOGIA

DRONES NA REDE

Drones no setor elétrico: tecnologia para reduzir perdas de 170 bilhões de dólares | Bai Yu Xinhua / Eyevine/Glow Images

Os drones, aqueles pequenos aviões não tripulados que surgiram na década de 50 nas forças militares americanas, já ganharam espaço na agricultura e até nos serviços de entrega em domicílio. Agora estão avançando no setor elétrico. Segundo um estudo da consultoria PwC, o tamanho do mercado mundial de drones para as empresas do setor elétrico foi estimado em 9,5 bilhões de dólares.

Como esses equipamentos podem ajudar? A cada ano, o sistema de energia elétrica mundial perde 170 bilhões de dólares com interrupções na rede de transmissão e de distribuição. O desperdício varia de 5% (na Oceania) a 15% (na América do Sul) da energia produzida. Os drones podem ser usados para monitorar em tempo real as torres e os fios, alcançando lugares de difícil acesso. Com uma câmera acoplada ao equipamento, é possível identificar pontos de superaquecimento na rede, facilitando o reparo. “A redução de preços de energia no mundo força as empresas a buscar novas opções para se manter rentáveis”, diz Ronaldo Valino, sócio da PwC. “Neste contexto, os drones podem ajudar a tornar o setor mais eficiente.” 


NEGÓCIOS

DA DEFESA PARA O ATAQUE

Empresas: vêm aí novos produtos e investimentos para aumentar as receitas | Germano Lüders

Mais um indício de que o pior momento da crise econômica pode ter ficado para trás: as empresas estão mudando suas estratégias. Uma pesquisa conduzida pela consultoria de negócios paulistana AGR, com 5 600 executivos de 2 922 empresas, mostrou que nos últimos 12 meses a diretoria esteve preocupada em otimizar os recursos e os processos, numa fase que ficou caracterizada por “fazer mais com menos”.  Cerca de 41% dos entrevistados apontaram que esse era o maior objetivo da empresa no passado.

Para os próximos 12 meses, no entanto, o foco está em aumentar as receitas do negócio. Essa foi a alternativa escolhida por 53% dos entrevistados. A maioria deles,73%, acredita que o aumento das vendas virá do mercado interno; 11%, das exportações; e 16%, dos processos de fusão e aquisição. “Nos últimos dois anos, as empresas estavam reduzindo despesas e pessoal”, diz Ana Paula Tozzi, presidente da consultoria. “Agora, elas já começam a pensar em lançar novos produtos e revisitam os planos de expansão que estavam guardados nas gavetas.” Enfim, as companhias estão saindo da defensiva e partindo para o ataque.

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CONSUMO

OS DONOS DA GRANA

Mais endinheirados: o número de pessoas de 45 a 59 anos no mundo vai crescer 17% até 2028, com grande potencial de consumo | Germano Lüders

Uma pesquisa da consultoria britânica Euromonitor chama a atenção para o potencial de consumo dos adultos com idade de 45 a 59 anos. Em todo o mundo, essa é a faixa etária que detém a maior renda média, por motivos como o alcance de um melhor posto no mercado de trabalho ou o acúmulo de patrimônio. Ou seja: eles são os donos da grana. E os dados mostram que a quantidade desses adultos com o bolso cheio vai crescer 17% em todo o mundo, passando de 1,2 bilhão para 1,4 bilhão de pessoas entre 2016 e 2028.

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INFRAESTRUTURA

ADIVINHOU: OS BRASILEIROS NÃO ESTÃO NADA CONTENTES

Os brasileiros são campeões em um ranking global que mede a insatisfação dos cidadãos com a infraestrutura dos países em que vivem. Um levantamento inédito publicado pela empresa de pesquisa Ipsos, com análise de 28 países, revela que 60% da população brasileira está descontente. O percentual está 9 pontos acima do segundo colocado, os sul-africanos, com 51% de respostas negativas. Os mais satisfeitos são os japoneses e os coreanos. A insatisfação no Brasil é maior com itens como o acesso à banda larga ou a rede de rodovias, e menor com os aeroportos e os serviços de saneamento. A maioria dos brasileiros acredita que a infraestrutura é essencial para o desenvolvimento econômico do país — e eles estão certos.

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