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Olho no lance: o futebol de botão da Totvs que traz uma nova visão à empresa

O CEO Dennis Herszkowicz trouxe mais uma inovação para a Totvs: a prática do futebol de botão no escritório

O passatempo fez sucesso e rendeu até um campeonato interno com 16 jogadores (Leandro Fonseca/Exame)

O passatempo fez sucesso e rendeu até um campeonato interno com 16 jogadores (Leandro Fonseca/Exame)

Júlia Storch
Júlia Storch

Repórter de Casual

Publicado em 13 de setembro de 2022 às 06h00.

Última atualização em 23 de agosto de 2024 às 17h16.

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Dennis Herszkowicz, presidente da Totvs há quatro anos, participa de reuniões (até mesmo com acionistas) sempre de calças jeans e camiseta.

Paletó? Jamais. Talvez para acabar com qualquer dúvida em relação à formalidade, ele pediu para instalar uma mesa de futebol de botão em destaque no escritório da empresa, que fornece soluções para gestão, finanças e business performance — setores que garantiram faturamento superior a 3,2 bilhões de reais à companhia em 2021.

“Quando fundei minha primeira empresa, no fim da década de 1990, o mundo corporativo ainda era sisudo e tradicional. E a internet começou a quebrar isso. Foi quando passou a existir um pouco mais de descontração no ambiente de trabalho. Naquela época, coloquei uma mesa de futebol de botão no escritório”, lembra. “Anos depois, já na Totvs, começaram a falar em colocar pingue-pongue, sinuca... E eu lembrei do botão. No fim, o pessoal gostou da ideia, porque jogava na infância.”

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Por mais inusitado que pareça, o passatempo fez sucesso e rendeu até um campeonato interno com 16 jogadores. Em vez de times, os botões eram identificados por cores e o logotipo da Totvs.

Na primeira temporada participaram os executivos que já dividiam o andar com a presidência e outros diretores. Na decisão, o chefe levou a taça depois de vencer o primeiro de dois jogos e empatar a última disputa.

Dennis Herszkowicz: torneio interno aberto para todos os 8.000 funcionários (Leandro Fonseca)

“Não tenho ideia se existe um regulamento de quadra, um regulamento de peças e até se existem jogadores em outros países do mundo. Parece que existem algumas regras oficiais, mas somos absolutamente informais e definimos as regras do campeonato por aqui mesmo”, conta o presidente, que joga com uma combinação dos melhores botões que guarda desde a infância.

A marca favorita de Herszkowicz é a paulistana ­Brianezi, pioneira dos anos 1970 que inspirou depois outras fabricantes, como Canindé, Champion e Craks da Pelota. Um time da Brianezi pode custar 180 reais. A mesa oficial sai por volta de 700 reais.

No fim, a primeira Copa Totvs fez tanto barulho dentro da empresa que, agora, abriu inscrições para os 8.000 funcionários, e diferentes departamentos ganharam mesas. “É legal ver que existe uma molecada que nunca jogou na vida, mas também decidiu participar. E acabou aquela história de ‘brincadeira para meninos’ lá do passado, porque muitas mulheres se inscreveram.”

Para o executivo, futebol de botão foi parte da infância, quando jogava seis horas por dia, todos os dias, junto com amigos do prédio. Mas também trouxe benefícios para o escritório. “O esporte conversa muito com o trabalho porque exige foco, dedicação e, principalmente, estratégia. Eu acho que existem grandes ensinamentos por trás de um jogo, além da competitividade, que é meio óbvia. Tanto que parte dos palestrantes é composta de atletas de sucesso. Há muita lição de gestão e liderança.”

Com tamanha paixão e dedicação ao esporte em miniatura, não surpreende que Herszkowicz tenha essa mesma admiração pelo futebol de verdade. “Eu sou corintiano doente”, resume.

Na ­Totvs, hobby e negócios viram uma coisa só: alguns clubes brasileiros utilizam os sistemas de gestão da empresa e, no caso do Corinthians, a empresa mantém um camarote para convidados. “Eu vou a todos os jogos e digo que o jeito mais fácil de os clientes me encontrarem é na arena com meus dois filhos.”


Hobby e trabalho

Cinco dicas para incluir esportes no meio corporativo (e seus benefícios)

1) Verifique a Cultura da empresa: “Antes de mais nada, vale refletir se a empresa e o time têm maturidade para implantar uma nova atividade, porque isso depende muito da cultura e das metodologias de trabalho. Mas é importante incluir as áreas de RH nessas discussões”.

2) Analise o perfil: “Depois de entender a empresa e o time, faça [ou consulte, caso já exista] um estudo de persona para entender o perfil dos colaboradores. Vale abrir um fórum para que eles mesmos possam sugerir ou votar nas atividades preferidas”.

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3) Crie espaços específicos: “Isso é importante por dois motivos. Primeiro, quem pratica a atividade se sente verdadeiramente em outro ambiente; segundo, quem está focado em alguma tarefa que exige mais concentração não é prejudicado”.

4) Incentive a nova atividade: “Pequenas pausas durante o dia proporcionam uma quebra na rotina de trabalho, trazem mais leveza, ajudam no processo criativo
e melhoram a produtividade”.

5) Mensure resultados: “Pode parecer improvável, mas a atividade pode não emplacar. Por outro lado, se for bem aceita, toda a troca de experiência e a interação entre os times podem reforçar a sensação de pertencimento na empresa. E, com isso, todos só têm a ganhar”.

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