Cathyelle Schroeder: orgulho pelo apoio ao Comitê Olímpico Brasileiro (Leandro Fonseca/Exame)
Repórter
Publicado em 6 de novembro de 2024 às 06h00.
Última atualização em 6 de novembro de 2024 às 12h22.
Qual é a importância de uma liderança feminina na área de comunicação e marketing para uma empresa como a Riachuelo?
Liderar o marketing numa empresa tão consolidada e com quase 80 anos de história é uma enorme responsabilidade, tanto internamente quanto como uma figura para outras profissionais do mercado. Vejo minha posição como uma oportunidade de inspirar e incentivar mulheres a, cada vez mais, não apenas sonhar como efetivamente ocupar espaços de liderança e tomada de decisões de negócios. E a Riachuelo é uma empresa que não só preza como celebra a autoexpressão da mulher brasileira: essa mulher diversa, múltipla, criativa e cheia de alma. Ter um olhar feminino na posição que hoje eu ocupo é uma ferramenta para trazer ainda mais profundidade a tudo isso.
Com sua pluralidade de peças e estilos, a Riachuelo consegue ter clareza de seu público-alvo?
Nossas lojas são espaços democráticos e estão abertas para todos, mas as mulheres são nossas principais consumidoras e inspiração. São elas que nos impelem a cada dia a buscar soluções para se expressarem e se sentirem bonitas, estarem confortáveis consigo mesmas. Suas diferenças nos inspiram a trazer peças, looks e estilos para todo o universo em volta delas: filhos, cônjuges, familiares e amigos. E, a partir disso, oferecer sempre uma experiência completa. Queremos que todos os públicos se identifiquem com a nossa marca, se sintam bem em nossos pontos de venda e encontrem soluções tanto para a rotina diária quanto para momentos especiais, mas é no feminino que a Riachuelo se apresenta.
Dá para se manter relevante nesse negócio sem uma análise detalhada de dados?
Definitivamente, não. A análise de dados é hoje uma disciplina tão viva quanto o varejo, o próprio negócio que nos move. E ela evoluiu de forma tão expressiva nos últimos anos, a ponto de apontar com clareza o desejo do nosso consumidor, que hoje se tornou indispensável. Mas aqui sabemos que os dados por si só não resolvem tudo: o olhar humano de um time inspirado e conectado com o DNA e os propósitos da marca é o que faz a diferença no momento de transformar esses dados em estratégias, e essas estratégias em soluções assertivas para o nosso público.
Ao entrar numa das lojas da rede, o que o cliente mais valoriza hoje?
A Riachuelo tem hoje uma posição consolidada com o nosso público como um espaço que entrega uma solução completa. Assim, nossos clientes já entram sabendo que encontrarão desde peças básicas até um look completo para uma festa, um festival, ou um jantar elegante e sofisticado. Nossa proposta de one stop shop entrega de pijamas a acessórios, de eletrônicos a perfumaria. Nossos consumidores entram e não apenas se resolvem num lugar só, mas encontram diferentes possibilidades de produtos para valorizar sua autoexpressão. Cada um da sua própria maneira.
Qual é a importância dos canais digitais para a estratégia de crescimento da Riachuelo?
Hoje, pensar em um único canal é inviável. O consumidor é multicanal, está conectado o tempo todo, e espera uma experiência fluida em todos os pontos de contato. A jornada omnichannel que oferecemos visa melhorar a experiência como um todo, desde o atendimento até a finalização da compra, seja no físico, seja no digital. Para isso, investimos em soluções que integrem e ao mesmo tempo respeitem as especificidades e a relevância de cada canal. Hoje, temos uma experiência de loja sempre em evolução, avanços expressivos de números dentro do nosso e-commerce a partir de investimentos em tecnologia e experiência, e um app que permite, ao mesmo tempo, a compra, o acesso aos nossos serviços de SAC, e o acesso facilitado aos nossos serviços de cartões.
Como avalia a experiência da Riachuelo como marca oficial do Comitê Olímpico do Brasil?
A Olimpíada de Paris reforçou a relação da marca com o esporte, que conta com uma longa trajetória de apoio. A parceria com o Comitê Olímpico do Brasil existe há mais de quatro anos, temos também um patrocínio longo com Rebeca Andrade, reforçado neste ano por um squad completo de atletas, e patrocinamos a Confederação Brasileira de Vôlei, criando e fornecendo todos os seus uniformes. E o resultado disso é algo que nos traz muita satisfação: através de uma indústria nacional e nordestina, pudemos celebrar nossos atletas enquanto demos visibilidade ao talento das bordadeiras do semiárido nordestino e das costureiras do nosso projeto Pró-Sertão, junto ao Sebrae. Mais de 500 famílias se envolveram diretamente nessa confecção e viram seu trabalho na capital da moda, sob os olhos de espectadores de todo o mundo. Isso é fonte de muito orgulho.
O advento do home office mudou a forma como muita gente se veste no dia a dia. Mas agora muitas empresas torcem o nariz para ele. Qual é o impacto dessas reviravoltas para a Riachuelo?
Nós da Riachuelo temos o papel de trazer soluções para nossos consumidores, que têm demandas tanto dinâmicas quanto complexas. O crescimento do home office e a posterior retomada das ruas foram algumas dessas demandas, e observamos comportamentos diversos que atendemos e continuamos trabalhando para atender: vimos uma busca maior por conforto e praticidade durante o isolamento, e que continuou após as aberturas, causando um crescimento na demanda de peças como os jeans e os básicos, categorias em que ampliamos e otimizamos nosso portfólio. Paralelamente, a busca pelo estilo próprio em ocasiões especiais também ganhou novas nuances, e por isso investimos nos recortes contemporâneos da alfaiataria e na diversidade e versatilidade da estamparia. É claro que foi e é um processo desafiador, mas que ao mesmo tempo nos empolga para garantirmos soluções cada vez mais completas.