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Na pandemia, outlet online Privalia bate R$ 1 bi em vendas

Empresa atingiu cifra depois de ampliar a oferta de produtos em meio ao isolamento social

“Sempre fomos muito discretos. Agora chegou o momento de aparecer mais", afirma Fernando Boscolo, presidente da Privalia no Brasil (Leandro Fonseca/Exame)

“Sempre fomos muito discretos. Agora chegou o momento de aparecer mais", afirma Fernando Boscolo, presidente da Privalia no Brasil (Leandro Fonseca/Exame)

LA

Lucas Amorim

Publicado em 5 de novembro de 2020 às 05h04.

Na pandemia, pesquisar promoções online virou um passatempo para um número crescente de brasileiros. Natural, nesse contexto, que um varejista online focado em ofertas, como a Privalia, tenha alcançado seus melhores números da história em 2020. Em outubro, a operação brasileira da companhia, cujo grupo controlador tem atuação em outros 12 países, bateu pela primeira vez a marca de 1 bilhão de reais em vendas em um único ano, depois de fechar 2019 com receita de 944 milhões de reais. Mantido o ritmo, a Privalia deverá terminar 2020 com cerca de 1,2 bilhão de reais em vendas no Brasil.

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Com os brasileiros fechados em casa, a estratégia da empresa se manteve a de sempre: conectar marcas aspiracionais aos consumidores, com os melhores preços possíveis. Mas a gama de ofertas cresceu em um ritmo inédito. Nos últimos trimestres, a companhia já vinha investindo em frentes para além de roupas e calçados — em que oferece de grifes de luxo, como Ferragamo, a marcas mais básicas, como Hering, sempre em promoções com data para começar e terminar.

Mas a pandemia levou a uma ampliação do portfólio com mais ofertas de produtos de decoração, comidas e bebidas. Atualmente, roupas, sapatos e infantil respondem por 53% da receita, ante 63% em 2019. A tendência é que a diversificação continue. “A crise acelerou nossa mudança, mas já entramos na pandemia preparados, com um plano A, um B, um C”, diz Fernando Boscolo, presidente da Privalia no Brasil. “Vamos continuar buscando categorias em que podemos ser relevantes para os consumidores.”

(Arte/Exame)

O executivo, ex-Natura, afirma que a pandemia marca um ponto de virada para a companhia, que atua no Brasil há 12 anos. “Sempre fomos muito discretos. Agora chegou o momento de aparecer mais. Mostramos que dá para fazer um e-commerce puro de forma sustentável e rentável”, afirma.

A estratégia da empresa é permitir que grandes marcas desovem estoques sem que precisem canibalizar seus próprios canais de venda — podendo, assim, manter o preço cheio dos produtos em seu site, por exemplo. Todos os meses, a Privalia faz 360 campanhas ­diferentes, cada uma delas com sete dias de duração.

Escritório da Privalia, em São Paulo: 360 campanhas promocionais todos os meses, de uma gama de produtos cada vez maior (Leandro Fonseca/Exame)

A companhia tem 10 milhões de clientes em sua base, com mais de 500.000 visitas diárias — 90% delas feitas por smartphones. O desafio de adaptar a oferta é maior do que nunca: a venda de pijamas disparou no início da pandemia, mas agora os trajes de banho estão entre os campeões de procura. Equipamentos de ginástica seguem quentes. “A rotina vai continuar mudando cada vez mais rápido. Precisamos estar preparados”, diz Boscolo.

 

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