Revista Exame

O último ato de Maria Callas por Angelina Jolie

Maria Callas é protagonista da terceira obra de grandes mulheres por Pablo Larraín, e pode render o Oscar de Melhor Atriz para Angelina Jolie

Angelina Jolie: atriz abraça o sofrimento de uma das maiores cantoras de ópera (Pablo Larraín/Netflix//Divulgação)

Angelina Jolie: atriz abraça o sofrimento de uma das maiores cantoras de ópera (Pablo Larraín/Netflix//Divulgação)

Publicado em 23 de janeiro de 2025 às 06h00.

Tudo sobreCultura
Saiba mais

Por trás de longas cortinas vermelhas dos mais luxuosos teatros da Europa morava a protagonista das maiores óperas por mais de quatro décadas. Com sua voz marcante, Maria Callas é considerada até hoje uma das maiores cantoras líricas do século 20, além de atrair olhares de milionários e aristocratas da época. E seu último ato, na carreira e na vida, foi o palco de que ­Pablo Larraín precisava para completar a trilogia cinematográfica de grandes mulheres com Maria, em cartaz nos cinemas brasileiros.

A obsessão de Larraín com as cinebiografias de figuras históricas femininas sempre veio acompanhada de duas grandezas: a das mulheres por si sós — em especial as que mudaram o curso da sociedade, mesmo que a muito custo — e a das atrizes que as interpretam. Em 2016, foi Natalie Portman quem brilhou no perfil de ­Jacqueline Kennedy, em Jackie. Em 2021, Kristen Stewart assumiu a coroa da princesa Diana, em Spencer. Agora é a vez de Angelina Jolie soltar a voz no papel de Maria Callas.

O filme retrata, como uma imensa ópera teatral, uma versão ficcional dos últimos dias de Callas. Carregada de melodrama e das mais bonitas paisagens de Paris, Milão, Grécia e Budapeste, a beleza do cenário disputa a atenção com a de Jolie. A atriz aparece trajada de figurinos de época tanto no ápice da carreira da cantora, cenas nas quais dubla as principais apresentações de Callas na Europa, quanto na ruína, já tomada pelo vício em opioides e no sofrimento causado pela doença que comprometeu a maior voz do século.

A carreira de Callas é tão presente na trama quanto seus dramas pessoais. Estão ali a origem conturbada do talento durante a infância, a relação ambígua que teve com os fãs, especialmente nos anos que antecedem a aposentadoria da cantora, assim como o principal amor que teve na vida, o milionário grego Aristóteles Onassis — este também presente na vida de Jacqueline Kennedy e no filme Jackie.

“Eu acho que, como artista, você passa por diferentes fases na vida e se pergunta se certas partes suas se fecharam, quem você é, o que você tem dentro de si, se sua luz perdeu o brilho, se você tem menos a contribuir ou se não se reconhece mais”, disse Jolie ao britânico Times Radio. “Ser desafiada novamente neste momento da minha vida a fazer algo que me aterrorizava e de que eu não tinha certeza se seria capaz é o maior presente.”

Maria | Nos cinemas| Com Angelina Jolie, Haluk Bilginer e Pierfrancesco Favino


LITERATURA

Entre códigos e palavras

Código-Fonte: como tudo começou | Bill Gates | 79,90 reais | Companhia das Letras (Companhia das Letras/Divulgação)

Muito se sabe sobre a Microsoft e a trajetória profissional de Bill Gates na fundação da empresa de software que foi peça fundamental na revolução tecnológica no final do século 20. No entanto, a vida pessoal de Gates é pouco conhecida. Até agora. Na autobiografia Código-fonte: Como Tudo Começou, o empresário e filantropo traz histórias de sua infância, suas primeiras paixões, aspirações e jornada profissional.


ARTE

Modernismo em Londres

Brasil! Brasil! |The Birth of Modernism | Royal Academy, Burlington House, Piccadilly, Londres | De 28 de janeiro a 21 de abril (Joel Saget/AFP/Getty Images)

No início do século 20, uma nova expressão artística surgia no Brasil. A partir da década de 1910 até os anos 1970, artistas brasileiros adaptaram tendências contemporâneas, influências internacionais e tradições artísticas para criar um novo tipo de arte moderna, inspirado na cultura e nas paisagens do Brasil. Anita Malfatti, Tarsila do Amaral, Lasar Segall, Candido Portinari e Alfredo Volpi são alguns dos nomes que representam o modernismo brasileiro. Ao lado de outros cinco artistas, serão exibidas 130 obras na Royal Academy em Londres, na mostra Brasil! Brasil! The Birth of Modernism.


ARTE

Novo ano, novo MASP

Masp: novo edifício e mostras dedicadas à ecologia em 2025 (Leonardo Finotti/Divulgação)

Em março, o Masp inaugura seu segundo edifício e dedica suas mostras às Histórias da Ecologia

Perto de completar oito décadas, o Masp tem um motivo a mais para comemorar. Em março, será inaugurado o prédio Pietro Maria Bardi, extensão do museu paulistano. Com 14 andares e 7.821 metros quadrados, o museu dobrará de tamanho. “O Masp cresceu e ficou maior que seu edifício. Alargar as fronteiras era necessário”, diz Heitor Martins, diretor-presidente do Masp. Para celebrar a abertura das novas galerias do novo edifício, serão apresentadas exposições com recortes do acervo do museu, como as 13 obras adquiridas de Renoir, a mostra Artes da África, além da exposição Histórias do Masp, dedicada à formação do acervo, às histórias das exposições no museu e às transformações na arquitetura de seus edifícios.

Desde 2016, o museu se dedica anualmente a trabalhar uma temática. Já foram narradas Histórias da Infância (2016), Histórias da Sexualidade (2017), Histórias Afro-Atlânticas (2018), Histórias das Mulheres, Histórias Feministas (2019), Histórias da Dança (2020), Histórias Brasileiras (2021-2022), Histórias Indígenas (2023) e Histórias LGBTQIA+ (2024). Neste ano, a programação do museu contemplará Histórias da Ecologia, com obras de artistas, coletivos e ativistas de diversas partes do mundo que, por meio de suas criações, respondem às crises climáticas, políticas, territoriais e sociais. Em ambos os edifícios serão apresentadas mostras de artistas como -Claude Monet, Frans Krajcberg, Pierre-Auguste Renoir, Hulda Guzmán e Clarissa Tossin.


um lugar para ver exposições...

...em Aracaju (Sergipe)

Inaugurado em 2011, o Museu da Gente Sergipana é dedicado a manter e divulgar o patrimônio cultural material e imaterial de Sergipe. Localizado no antigo prédio restaurado do Colégio Atheneuzinho, o espaço combina tecnologia e interatividade em exposições permanentes e itinerantes, além de eventos culturais e apresentações artísticas.

...em Porto Alegre (Rio Grande do Sul)

Desde 1995, a Fundação Iberê preserva e promove a obra de Iberê Camargo, referência da arte brasileira no século 20. Em sua sede projetada por Álvaro Siza, inaugurada em 2008, abriga espaços expositivos, ateliês, auditório, cafeteria e parque ambiental. Realiza exposições, seminários, cursos e oficinas dedicados à obra do artista e à arte moderna e contemporânea.

...em Salvador (Bahia)

Localizado próximo à Rua Chile, no centro histórico de Salvador, o Museu Nacional da Cultura Afro-Brasileira (Muncab) valoriza a influência da matriz africana na cultura brasileira. Conhecido como um “museu em processo”, reflete a continuidade da criação cultural, sendo um símbolo de resistência e preservação da herança dos povos africanos.

Por Carolina Gehlen


Acompanhe tudo sobre:1271FilmesCinemaStreamingLivrosBill GatesArte

Mais de Revista Exame

Estes três amigos saíram do emprego na pandemia. Hoje fazem R$ 39 milhões com vans elétricas

Data centers movimentam investimentos bilionários no Brasil — e esta empresa lidera a aposta

A estratégia da L'Oréal para levar a inclusão produtiva ao maior porto escravagista das Américas

Ele decidiu empreender por conta própria após um AVC e já faturou R$ 1,8 mi