Revista Exame

Visão Global | O que querem os manifestantes?

Para os chilenos, as condições de vida estão entre as principais razões para as manifestações registradas desde meados de outubro

Manifestação em Santiago, no fim de outubro: a insatisfação da população chilena é disseminada entre todas as classes sociais  (Claudio Reyes/AFP)

Manifestação em Santiago, no fim de outubro: a insatisfação da população chilena é disseminada entre todas as classes sociais (Claudio Reyes/AFP)

Gabriela Ruic

Gabriela Ruic

Publicado em 7 de novembro de 2019 às 04h36.

Última atualização em 7 de novembro de 2019 às 10h26.

Uma pesquisa de opinião conduzida pela consultoria chilena Activa Research na última semana de outubro confirma que as condições de vida no Chile estão entre as principais razões para as manifestações registradas desde meados de outubro.

De acordo com os entrevistados, as principais demandas da população chilena são reajustes maiores de salários, redução das tarifas dos serviços básicos e aumento do valor das aposentadorias, que seguem um modelo de capitalização privado. A pesquisa mostrou ainda que o descontentamento não está restrito a uma classe social ou a uma faixa etária. É geral.

Entre a classe média chilena, a maior insatisfação diz respeito aos salários, enquanto para os mais pobres o maior problema são os preços dos serviços de água, luz e gás. O apoio aos protestos também é maciço: 83% dos chilenos são favoráveis a eles. Não que a economia esteja indo mal do ponto de vista macroeconômico: no ano passado, o produto interno bruto do Chile registrou a maior expansão em cinco anos.

Para os chilenos, no entanto, a prosperidade não foi bem distribuída. O presidente do Chile, Sebastián Piñera, bem que tentou trazer soluções para a crise: cancelou o aumento nas tarifas de transporte (estopim dos protestos), anunciou um pacote de medidas sociais que inclui a redução das tarifas de energia e trocou oito de seus 24 ministros. Ainda assim, a população continuava se mobilizando por mais reformas até o início de novembro.


EUROPA E CHINA

LÍDERES EM ENERGIA EÓLICA EM ALTO-MAR

Turbinas eólicas na China: assim como a Europa, o país deve aumentar a geração de energia em alto-mar | Bob Sacha/Getty Images


Os ventos fortes em alto-mar são um campo promissor no esforço pela substituição dos combustíveis fósseis por fontes renováveis. De 2010 a 2018, esse tipo de geração de energia cresceu 30% graças às iniciativas da União Europeia e da China para construir plataformas eólicas
offshore. A capacidade de produção das turbinas em alto-mar na Europa e na China é de 19 gigawatts e 4 gigawatts, respectivamente, e a expectativa é que haja um salto nesse tipo de geração de energia em 20 anos. A previsão é da Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês).A agência estima que as plataformas no oceano vão se tornar uma indústria de 1 trilhão de dólares até 2040, e deverão contribuir para elevar a participação da energia eólica na geração de eletricidade no mundo, que hoje corresponde a 4% do total. Não será o suficiente para conter o aquecimento do planeta, mas é um passo importante para limitar o aumento da temperatura a menos de 2 graus Celsius até o fim do século.

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COLÔMBIA

FALTA LIDAR COM A INFORMALIDADE

Colômbia: a informalidade atinge mais de 60% dos trabalhadores | Joe Raedle/Getty Images

Na América Latina, a Colômbia é um exemplo de crescimento econômico resiliente. De 2013 a 2017, o PIB do país cresceu acima da média da região e dos países da OCDE (grupo de 36 países, a maioria ricos, do qual a Colômbia faz parte).

Para a entidade, essa característica faz da economia colombiana um caso de sucesso, mas ainda são necessárias reformas. Um problema crítico é a informalidade que atinge mais de 60% dos trabalhadores, nível alto, mesmo para os padrões regionais.

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