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Fim do call center? Essa startup está usando IA para a cobrança de dívidas

A paranaense Monest elevou a recuperação de crédito com uma inteligência artificial fazendo o papel do cobrador

Thiago Oliveira, da Monest: próximo passo é criar uma IA capaz de mandar áudios para quem está devendo (Divulgação/Divulgação)

Thiago Oliveira, da Monest: próximo passo é criar uma IA capaz de mandar áudios para quem está devendo (Divulgação/Divulgação)

Marcos Bonfim
Marcos Bonfim

Repórter de Negócios

Publicado em 26 de outubro de 2023 às 06h00.

Última atualização em 26 de outubro de 2023 às 07h08.

A cobrança de dívidas dos outros está longe de ser uma atividade fácil. Em call centers, os profissionais deslocados a esse fim costumam sofrer problemas como estafa mental e pedem demissão com mais frequência. Tendo o problema em vista, nos últimos meses o empreendedor Thiago Oliveira acoplou a IA aos serviços da Monest, uma startup de cobrança fundada em Curitiba, em 2018. Por ali, a IA faz toda a interação com o devedor, agindo como se fosse uma pessoa de fato. Por ora, a função da tecnologia é mandar mensagens de texto para o celular de quem está com débito em atraso, com a missão chata de convencer a turma a buscar uma renegociação. A adoção da IA começou com uma base de devedores acionados diretamente pela Monest. “A ferramenta aumentou a produtividade dos times em 40% e, na ponta, elevou o índice de recuperação do crédito em 5%”, diz Oliveira. Agora a startup está levando a tecnologia para clientes com times internos de cobranças, como o banco da varejista Carrefour e a fintech Creditas. O próximo passo é transpor a inteligência ­atual, em texto, para a de voz. No modo atual, a IA da Monest leva de 30 a 40 segundos para formular uma resposta em áudio — ninguém espera esse tempo do outro lado da linha. A aposta de Oliveira é que logo a inteligência artificial vai estar também nesse canal.

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