Revista Exame

A evolução de artistas para 'divas' é tema de mostra em Londres

Mostra em Londres apresenta debate sobre a importância de artistas para a sociedade através de figurinos icônicos

Maria Callas: vestido usado pela cantora de ópera é um dos destaques da exposição. (Houston Rogers/Victoria and Albert Museum/Divulgação)

Maria Callas: vestido usado pela cantora de ópera é um dos destaques da exposição. (Houston Rogers/Victoria and Albert Museum/Divulgação)

Júlia Storch
Júlia Storch

Repórter de Casual

Publicado em 14 de junho de 2023 às 06h00.

Diva vem do latim divus, “deusa”. Mas a palavra ganhou um novo sentido com o tempo e passou a rotular celebridades na visão dos fãs. Em Londres, a exposição Diva coloca em destaque artistas que fizeram mudanças na sociedade por meio de suas obras, na política, nos direitos civis e no feminismo, como Billie Holiday, Nina Simone e Ella ­Fitzgerald, que sofreram críticas e ameaças por questionar normas das épocas. A mostra acontece em torno das roupas usadas pelas personalidades. Serão mais de 60 peças, muitas nunca apresentadas.

A exposição é dividida em dois atos. A primeira parte explora as pioneiras dos palcos e das telas, como as primeiras divas da ópera, Adelina Patti e Jenny Lind, e as estrelas da Era de Ouro de Hollywood Mae West e Marilyn Monroe. Entre as peças exibidas estão um conjunto usado por Maria Callas como Norma na produção homônima de 1952 e o vestido preto com franjas usado por Marilyn Monroe como a personagem Sugar “Kane” ­Kowalczyk em Quanto Mais Quente Melhor (1959).

Já o segundo ato celebra as divas contemporâneas que conquistaram um lugar no mercado da música e do cinema, historicamente dominados por homens, como Rihanna, Dolly Parton e Barbra Streisand. A seção conta ainda com cantores que através de figurinos, androginia e performances expressaram seus pensamentos sobre sexualidade, gênero e corpo, como Grace Jones, Annie Lennox, Prince e Elton John. Sim, homens também estão na mostra, como o look de Elton John inspirado em Luís­ XIV, com peruca e cauda, usado em sua comemoração de 50 anos. Nessa seção é proposto ainda o debate sobre como as divas modernas lutam com a privacidade em meio às mídias sociais.

Pôsteres, partituras de músicas e folhas de letras manuscritas, bem como objetos pessoais e acessórios pertencentes às divas, completam a mostra. “Hoje a palavra ‘diva’ possui uma infinidade de significados. No centro dessa exposição está a história de artistas icônicos que, com criatividade, coragem e ambição, desafiaram o status quo e usaram sua voz e sua arte para redefinir e recuperar a diva”, afirma Kate Bailey, curadora da mostra.


SÉRIE

Na estrada com os Gil 

Viajando com os Gil | Prime Video | Estreia em 30 de junho (Divulgação/Divulgação)

Após uma temporada gravada em casa, a família musical com sobrenome de peso vai para a Europa com a turnê Nós, a Gente. Sob o comando de Gilberto Gil, quase 40 familiares viajam juntos ao longo de 36 dias com apresentações em dez países, como França, Alemanha, Itália, Dinamarca e Inglaterra. A segunda temporada, rebatizada de Viajando com os Gil, foi gravada de forma documental e celebra os 80 anos do cantor e compositor.

Viajando com os Gil | Prime Video | Estreia em 30 de junho


Espere o inesperado 

Black Mirror, 6ª temporada | Netflix | Estreia em 15 de junho (Netflix/Divulgação)

Após quatro anos desde a estreia da última temporada, chegam à Netflix cinco novos episódios de uma das séries mais distópicas já apresentadas, Black Mirror. Com histórias sombrias a cada episódio, a série criada por Charlie Brooker terá narrativas complexas e surpreendentes, como a história de uma mulher comum que descobre que um serviço de streaming transformou sua vida e segredos em um drama estrelado pela atriz Salma Hayek.

Black Mirror, 6ª temporada | Netflix | Estreia em 15 de junho


MÚSICA

O legado continua

No Tempo da Intolerância será lançado no dia do nascimento de Elza, 23 de junho (Divulgação/Divulgação)

No ano em que comemoraria 70 anos de carreira, Elza Soares terá álbum póstumo com participação de Rita Lee 

“Quero dar voz às mulheres”, foi o pedido que Elza Soares fez ao iniciar a produção do álbum No Tempo da Intolerância, gravado pouco antes de sua morte, em janeiro de 2022. Para o álbum, Soares interpretou dez músicas inéditas, todas escolhidas por ela e compostas por mulheres. Entre as autoras está Rita Lee, que compôs a canção Rainha Africana. “Pouco antes de eu ser diagnosticada com câncer, ela me pediu uma música para gravar. A letra baixou em 10 minutos. Pensei em sua figura majestosa e nasceu Rainha Africana”, escreveu Lee em seu recente livro Outra Autobiografia. Soares também ganhou uma melodia inédita de Dona Ivone Lara, No Compasso da Vida, com letra escrita por Elza em parceria com o empresário Pedro Loureiro.

Neste ano, a cantora celebraria 70 anos de carreira. Além do álbum póstumo, que será lançado no dia de seu nascimento, 23 de junho, está em produção um documentário sobre a história de vida de Elza. Com previsão de lançamento para o próximo ano e direção de Eryk Rocha, a produção trará uma reflexão sobre o legado da cantora e compositora para as pessoas negras no Brasil e no mundo, assim como sua luta pelos direitos das mulheres e pes­soas LGBTQIA+.  

Acompanhe tudo sobre:Revista EXAMEExposiçõesMuseusLondresCantoresStreamingNetflixAmazon Prime Video

Mais de Revista Exame

Borgonha 2024: a safra mais desafiadora e inesquecível da década

Maior mercado do Brasil, São Paulo mostra resiliência com alta renda e vislumbra retomada do centro

Entre luxo e baixa renda, classe média perde espaço no mercado imobiliário

A super onda do imóvel popular: como o MCMV vem impulsionando as construtoras de baixa renda